Psicologia Familiar
Psicologia Familiar
A psicologia familiar é uma área de atuação da psicologia que estuda e intervém nas relações intrafamiliares, visando a resolução de conflitos, a construção de relacionamentos mais saudáveis, entre outros pontos relacionados à família.
Neste texto, descrevemos uma série de informações importantes sobre essa área, visando oferecer a você subsídios para decidir se esse tipo de atendimento é alinhado às suas necessidades ou não. Acompanhe e saiba mais.
O que é a psicologia familiar?
A psicologia familiar pode ser caracterizada como um campo de estudos e intervenções que são feitas relacionadas à interação familiar. Dentro deste ramo, encontramos a chamada terapia familiar, que consiste na atuação do psicólogo frente às questões trazidas pela família, em encontros grupais que podem acontecer semanalmente.
É o caso de um psicólogo atender uma família que está passando por conflitos intensos com os filhos adolescentes, por exemplo. Assim, o psicólogo abre um espaço de escuta para que todos os membros possam dialogar e explanar os seus pontos de vista, ao mesmo tempo em que o profissional orienta o seguimento das reflexões, faz questionamentos e intervém com o propósito de auxiliar na estruturação das relações familiares.
Além desse atendimento com foco em psicoterapia familiar, a psicologia familiar também pode ser vista como um campo de estudos. Ou seja, profissionais podem atuar fazendo pesquisas, análises e desenvolvendo artigos científicos sobre as mais diversas singularidades e dinâmicas presentes nas relações familiares.
Ambos os campos caminham lado a lado, uma vez que a atuação do psicólogo familiar, dentro do setting terapêutico, sempre será baseado em materiais e técnicas científicas que foram desenvolvidas por meio de pesquisas.
Outro ponto que vale ser destacado aqui é que a psicologia familiar, assim como outras áreas de atuação da psicologia, possui diversas vertentes de abordagens teóricas. Isto é, o psicólogo pode levar em consideração um campo teórico psicológico específico para atuar dentro da psicologia familiar. É o caso de o psicólogo ser psicanalista, terapeuta cognitivo-comportamental ou terapeuta fenomenológico, por exemplo.
Cada teoria irá embasar a atuação de uma forma ligeiramente distinta, mas todas possuem estudos robustos e comprovações. Caberá à família, caso deseje, buscar a abordagem pela qual mais se identifica. Porém, isso não é pré-requisito para ser atendido. Ou seja, você pode ser atendido pelo psicólogo mesmo sem saber qual a abordagem teórica que ele utiliza.
Mas, caso queira saber mais sobre as abordagens psicológicas, não deixe de acessar a nossa categoria específica sobre o assunto.
Qual o papel do psicólogo familiar?
O papel do psicólogo familiar é escutar e acolher as questões que são trazidas pelos membros da família durante a sessão. Assim, é possível fazer questionamentos e instigar a reflexão dos membros, visando uma estruturação mais saudável para a relação entre todos os envolvidos.
O psicólogo familiar se baseará em teorias comprovadas para instigar mudanças que possam ser pertinentes de acordo com o caso clínico da família que ele está atendendo. Por isso, nenhum atendimento poderá ser encarado como igual a outro. Cada caso sempre será único.
Nesse ínterim, caberá ao profissional ter uma escuta ativa e atenta para encontrar as disfunções familiares e auxiliar os membros na busca por insights que possam contribuir para a dinâmica da família. Sempre respeitando os limites emocionais e o papel de cada paciente.
As intervenções acontecem à medida que a família, durante as sessões, traz à tona seus questionamentos, conflitos e problemas, verbalizando cada situação e encontrando, em conjunto e com orientação psicológica, caminhos mais promissores e saudáveis para cada um.
Vale ressaltar, ainda, que a terapia familiar não intervém apenas de uma forma macro, mas, sim, também de uma forma micro, uma vez que a relação dentro de casa impacta diretamente na forma como um indivíduo, na sua singularidade, lida com a vida, com as adversidades, com a sua própria imagem, etc.
Quais áreas a psicologia familiar trata e avalia?
São diversas as áreas, dentro das relações familiares, que a psicologia familiar pode avaliar, analisar e intervir. A seguir, listamos alguns pontos que podem ser discutidos e trabalhados durante os encontros de grupo familiar. Veja e reflita:
- Relacionamento entre pais e filhos.
- Como lidar com a rejeição dos filhos.
- Filhos desobedientes.
- Como melhorar o relacionamento familiar.
- Comunicação na família.
- Síndrome do Ninho Vazio.
- Relacionamento entre irmãos.
- Conflitos e brigas na família.
- Pais abusivos e narcisistas.
- Reestruturação do casal.
- Apoio emocional para questões familiares.
- Como lidar com filhos adolescentes.
Obviamente, esses são apenas alguns exemplos de questões e conflitos que podem surgir no campo familiar. Mas, como estamos falando de saúde mental, não podemos deixar de mencionar o fato de que cada família pode ter as suas próprias considerações e os seus próprios conflitos, que vão se alternando e modificando-se de acordo com a história de vida de cada um.
Por isso, se você percebe que está atravessando conflitos familiares, para além do que listamos acima, sugerimos que você converse com um psicólogo familiar com o intuito de saber mais sobre esse campo de terapia e sobre os possíveis caminhos que podem ser tomados para elevar a qualidade de vida da sua família.
Quando buscar um psicólogo focado em terapia familiar?
Apesar de não existir um checklist ou uma receita de quando procurar um terapeuta familiar, ainda assim podemos pensar em alguns pontos de reflexão que podem ajudá-lo a tomar uma decisão mais assertiva.
Lembrando que não estamos aqui para induzir a sua tomada de decisão, mas, sim, para clarificar, por meio de informações, alguns pontos sobre as relações familiares. Cabe a você e a sua família avaliarem a viabilidade do atendimento em grupo, visando, sempre, o bem-estar de todos e a saúde mental.
Dito isso, sigamos com alguns cenários que podem ser beneficiados com o acompanhamento terapêutico dentro da psicologia familiar:
1. Conflitos de relacionamento dentro da família
Os relacionamentos familiares são bastante complexos. Eles contam com a história de vida de cada um, a forma como cada membro enxerga a família, e muitos outros pontos. Por isso, é muito comum que haja, de vez em quando, desentendimentos e conflitos que possam gerar impactos emocionais e desgastes.
Isso quer dizer que os conflitos são comuns e, até mesmo, saudáveis, pois auxiliam nas mudanças da dinâmica familiar e contribuem para o desenvolvimento de novas formas de se portar dentro do lar.
Porém, em alguns casos esses conflitos podem se tornar extremamente intensos e recorrentes, inclusive gerando o afastamento entre os membros e, em casos extremos, violência intrafamiliar.
Nessas circunstâncias, a busca por terapia familiar pode ser bastante pertinente, visando o reequilíbrio das relações e o aumento da qualidade de vida dos envolvidos.
2. Problemas para a construção de papéis na família
Cada família tem a sua própria forma de se portar e de hierarquizar os papéis dentro de casa. Assim sendo, quando problemas para a construção desses papéis começam a aparecer, como a diminuição da autoridade dos pais, por exemplo, a terapia pode ser interessante.
Se os pais percebem que têm perdido a autoridade diante dos filhos, ou há a imposição de um dos filhos sobre a vontade de outros membros da família, é interessante buscar ajuda profissional.
Durante a terapia familiar, será possível analisar, avaliar e ressignificar o papel de cada membro da família, visando um equilíbrio mais saudável e que seja de comum acordo, para que a dinâmica familiar venha a funcionar de modo mais equilibrado.
3. Problemas de comunicação
As falhas de comunicação e os problemas para ter conversas assertivas dentro de casa podem servir de estopim para questões cada vez maiores. Há dificuldade para criar acordos no seio familiar, um tenta ser mais “sabido” do que o outro, entre outras situações que poderíamos exemplificar.
Assim sendo, a terapia familiar também pode ser interessante na hora em que os membros, dentro de casa, percebem a necessidade de restabelecer uma comunicação não-violenta e mais assertiva, que contribua para que haja interações saudáveis dentro do lar e, posteriormente, sejam interações mais construtivas, respeitosas e agradáveis.
4. Desestruturação das relações
A desestruturação das relações também pode ser um dos pontos considerados na hora de aderir à terapia familiar.
Se os membros da família percebem que as relações estão fragilizadas, há afastamento dos membros, desentendimentos constantes e outras questões semelhantes, a terapia pode auxiliar na melhora dessa interação, no estabelecimento de uma comunicação respeitosa e no fortalecimento dos laços familiares.
Como funciona uma sessão de terapia familiar?
Basicamente, uma sessão de terapia familiar é semelhante ao que acontece na terapia em grupo: cada indivíduo poderá falar sobre as suas reflexões, pontos de vista, “problemas”, conflitos dentro do grupo, etc. A partir disso, os membros da família poderão, inclusive, se comunicar entre si durante a sessão, sempre com orientações e direcionamentos dados pelo profissional de saúde mental.
À medida que as discussões são levantadas, o psicólogo pode fazer questionamentos, trazer reflexões e intervir com base em diferentes técnicas, de acordo com a sua abordagem psicológica, visando promover interações saudáveis para a família e a resolução de conflitos com base no respeito, na escuta, no desenvolvimento da inteligência emocional e na compreensão alheia.
Quais os benefícios da terapia familiar?
Até aqui, você já pôde ter acesso a muitas informações e pontos pertinentes sobre a psicologia familiar. Agora, poderá avaliar, conosco, alguns dos possíveis benefícios que podem ser alcançados durante esse tipo de acompanhamento psicológico.
Vale ressaltar que os benefícios da terapia familiar dependem de uma série de fatores, como por exemplo:
- Engajamento da família.
- Frequência das sessões.
- Experiência do profissional.
- Entre outros fatores.
A seguir, descrevemos alguns pontos. Veja:
1. Mediação de conflitos
Como mencionamos anteriormente, os conflitos familiares fazem parte da história de vida de qualquer família. Eventualmente, desentendimentos e discussões podem aparecer. No entanto, quando esses conflitos passam a sair do controle, a ponto de a família não conseguir mais manejar, sozinha, a situação, a terapia familiar é bem-vinda.
Assim sendo, um dos benefícios desse atendimento é justamente auxiliar a família a encontrar caminhos para lidar com esses conflitos, visando o maior equilíbrio emocional de todos e o respeito entre os membros.
2. Desenvolvimento de uma comunicação não-violenta e assertiva
A comunicação, dentro da família, é uma peça-chave para o bom funcionamento das relações dentro de casa. Quando a família passa a vivenciar problemas para se comunicar, muitos conflitos, desentendimentos e problemas podem começar a surgir.
Sendo assim, a terapia familiar também pode proporcionar o desenvolvimento de uma comunicação não-violenta, visando interações mais equilibradas e saudáveis.
Cada membro terá a oportunidade de compreender melhor uns aos outros, visando a empatia, a paciência e a tolerância.
3. Redução de questões emocionais negativas
As emoções fazem parte da vida, da rotina e dos relacionamentos humanos. No caso da família, não é diferente. Porém, quando as emoções negativas começam a fazer parte da rotina dos envolvidos, com mais frequência, é possível que a relação comece a ficar fragilizada.
Desse modo, a psicologia familiar também busca ressignificar essas emoções negativas, visando oferecer à família novas perspectivas que possam reduzir problemas provenientes de emoções mal resolvidas.
4. Fortalecimento das relações
O fortalecimento das relações familiares também é um dos benefícios que pode vir a ser atingido por intermédio da psicologia familiar.
Por conta da nova forma de lidar um com os outros, do desenvolvimento da comunicação e do respeito desenvolvido dentro de casa, a terapia pode aproximar os membros familiares, dando a eles novas perspectivas sobre o relacionamento, que podem ser positivas e construtivas.
5. Esclarecimento dos papéis no seio familiar
Como mencionamos anteriormente, a dificuldade para estabelecer papéis familiares mais claros pode resultar em conflitos e problemas dentro de casa. Assim sendo, um dos benefícios que podem ser atingidos na psicoterapia familiar é, justamente, esclarecer os papéis, funções e direitos de cada membro da família, buscando um maior equilíbrio e mais harmonia nas interações.
6. Mudanças individuais
Por fim, não podemos deixar de citar o quanto a terapia familiar também pode impactar cada membro da família de modo individual. Isso porque a dinâmica que vivemos dentro de casa tem relação direta na formação de quem somos e da forma como enxergamos o mundo.
Assim sendo, mudanças nos comportamentos e nas emoções individuais também podem aparecer, de forma positiva e bastante promissora.
Esperamos que você possa ter tirado as suas dúvidas sobre a psicologia familiar, mas, caso ainda tenha algum questionamento, não deixe de conversar com nossos especialistas para compreender um pouco mais sobre essa abordagem tão interessante dentro da psicologia.