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Psicologia Clínica

Psicologia Clínica

A psicologia clínica é uma das áreas de atendimento da psicologia que consiste na análise e estudos dos transtornos mentais e aspectos emocionais, psicológicos e psíquicos dos indivíduos.

O atendimento oferecido pelo psicólogo clínico, normalmente, funciona em forma de sessões semanais, quinzenais ou mensais. Nessas sessões, o paciente poderá falar sobre suas emoções, questões relacionadas aos transtornos mentais (caso tenha algum diagnóstico), entre outros fatores relevantes sobre a vida do indivíduo, como vida pessoal e profissional, relacionamentos, autoestima, etc.

Sem dúvidas, a psicologia clínica é uma das áreas mais conhecidas pelo senso comum, uma vez que, majoritariamente, o psicólogo é associado com o trabalho que ocorre dentro de uma clínica terapêutica.

No decorrer deste texto, apresentamos informações importantes sobre essa área, para que você possa compreendê-la ainda melhor. Acompanhe.

O que é a psicologia clínica?

A psicologia clínica pode ser caracterizada como a área de atendimento que foca em questões relacionadas ao mal-estar psicológico de indivíduos, bem como se associa com processos de autoconhecimento.

Isso significa que a psicologia clínica trabalha com o atendimento que acontece dentro do setting terapêutico, onde o paciente pode discursar sobre a sua vida, suas angústias, medos, sonhos, objetivos, etc., enquanto o psicólogo o escuta ativamente, intervém quando necessário, traz à tona questionamentos e reflexões, etc.

O processo terapêutico oferecido pela psicologia clínica é bastante variável. Isto é, cada caso sempre terá uma condução única, pois a psicologia trabalha com a subjetividade e a singularidade do sujeito – sendo isso algo que nunca será duplicado entre duas pessoas.

Assim, o “caminhar” do processo terapêutico é bastante singular, e as intervenções do profissional estarão associadas à realidade do paciente, e não meramente a algum passo a passo para determinadas queixas.Durante o acompanhamento, o profissional escutará o que o paciente tem a dizer, analisando possíveis sinais de patologias (como no caso da depressão), bem como oferecendo psicoeducação e reflexões que contribuam para a saúde mental e a qualidade de vida do sujeito. Ao mesmo tempo, poderá intervir de forma preventiva ou curativa, com relação aos possíveis transtornos e desequilíbrios emocionais que possam estar presentes.

Vale lembrar que o psicólogo não está ali para aconselhar, dar passo a passo ou dizer o que deve ou não ser feito pelo paciente. Mas, sim, ele está ali para escutar, acolher, auxiliar nas reflexões e permitir que o próprio indivíduo tome as suas decisões.

Qual é o papel do psicólogo clínico?

O papel do psicólogo clínico, dentro da clínica terapêutica, é oferecer um espaço de escuta e acolhimento para o indivíduo que o procura. Além disso, com base em técnicas e estudos cientificamente comprovados, o psicólogo poderá intervir, proporcionando reflexões, questionamentos e outras ações que contribuam para uma maior qualidade de vida do sujeito.

O psicólogo pode ser visto como um facilitador ou mediador, que acompanhará o processo de autoconhecimento e evolução do indivíduo rumo aos próprios desejos, objetivos e sonhos do paciente. Ao mesmo tempo, pode promover situações de psicoeducação, nas quais traz à tona discussões referentes às emoções, funções das emoções, por que elas existem, como é possível lidar com elas em situações difíceis, e assim por diante.

Dessa maneira, o psicólogo estará ao lado do indivíduo, não à frente e tampouco acima. Sendo assim um verdadeiro suporte para o paciente, mas sem retirar a autonomia do indivíduo para as suas próprias tomadas de decisão.

Isto é, o psicólogo jamais decidirá pelo paciente, e manterá sempre uma postura neutra, que auxilia o indivíduo a mergulhar em si mesmo, visando o seu crescimento na vida.

Quais as abordagens da psicologia clínica?

É importante termos a consciência de que existem diversas abordagens da psicologia clínica. Cada profissional poderá selecionar a abordagem que mais se identificar, e a utilizará como um “norte” na sua forma de atuar.

A abordagem, em essência, é o aporte teórico que será utilizado no dia a dia do psicólogo. Ou seja, é o direcionamento científico que ele terá em mãos na hora de intervir e de escutar os seus pacientes.

Cada abordagem possui características específicas, que podem ter semelhança entre uma e outra, mas que não se misturam. Dito de outro modo, cada psicólogo tem a sua própria abordagem e não mistura os conceitos de abordagens distintas, pois isso poderia resultar em efeitos controversos na terapia.

A seguir, listamos, brevemente, quatro abordagens para que você possa compreender melhor o que estamos querendo transparecer a você:

Psicanálise
A psicanálise é a abordagem psicológica criada por Freud, que leva em consideração conceitos como o do inconsciente, a interpretação dos sonhos, o recalque, a neurose, psicose e melancolia, entre outros.
Trata-se de um processo terapêutico não diretivo, no qual o paciente pode falar livremente sobre diversos assuntos em uma mesma sessão, e o terapeuta intervém de acordo com o discurso do paciente.
A análise na psicanálise costuma ser mais profunda e longa, podendo durar meses e até mesmo anos.

Terapia Cognitivo-comportamental
A Terapia Cognitivo-comportamental é bastante conhecida e, diferentemente da psicanálise, possui um prazo de finalização mais curto. Costuma ser focada no problema do qual o paciente se queixa.
Dentre os conceitos abordados nessa teoria, temos os pensamentos distorcidos, crenças, padrões de comportamento, entre outros.

Fenomenologia
A fenomenologia, mais conhecida como psicologia fenomenológica, é uma abordagem que enxerga o indivíduo como protagonista de sua história. Também considera a forma como o indivíduo atribui significado aos fenômenos que acontecem à sua volta.

Gestalt-terapia
A Gestalt-terapia consiste em uma terapia psicológica humanista, que se concentra no indivíduo e na responsabilidade que este tem sobre a sua própria vida.
Há um foco “no aqui e agora”, possibilitando ao paciente a chance de pensar no seu presente com foco em implementações para o seu futuro.

Além dessas, existem outras abordagens que poderíamos citar, cada qual com seus conceitos e características. Se você tiver interesse nesta temática, sugerimos que visite a nossa categoria intitulada como “Abordagens Psicológicas”.

Quando buscar um psicólogo clínico?

Apesar de não haver um momento único ou “ideal” para buscar a ajuda de um psicólogo clínico, podemos pensar em algumas situações que podem exigir esse tipo de acompanhamento, caso o objetivo seja elevar a qualidade de vida do sujeito e preservar a sua saúde mental.

Contudo, desde já destacamos que qualquer pessoa pode fazer terapia e buscar auxílio de um psicólogo clínico, seja um indivíduo com ou sem transtorno mental. Isto é, psicólogo não é “coisa de louco” como o senso comum, em algumas situações, pode pregar. Na realidade, o profissional de saúde mental oferece suporte e intervenção em diferentes casos e circunstâncias, com foco em autonomia, qualidade de vida, saúde mental, inteligência emocional, autoconhecimento, etc.

A seguir, descrevemos alguns cenários que podem ajudá-lo a refletir sobre a possibilidade de buscar um psicólogo, mas sem descartar a ideia de que qualquer pessoa pode fazer isso, como mencionamos. Sigamos:

1. Busca por autoconhecimento
Se você está em busca de autoconhecimento e quer saber mais sobre quem você é, o que deseja, quais caminhos quer seguir, quais são os seus limites, entre outras questões sobre si mesmo, a psicoterapia pode ser uma excelente ferramenta de crescimento pessoal.
Por meio das reflexões que são postas em pauta durante a terapia, você poderá conhecer melhor os seus próprios limites, forças e fraquezas, utilizando essas informações para atuar em sua vida de forma mais saudável, equilibrada e autônoma.
Além disso, o autoconhecimento nos ajuda a compreender melhor as nossas emoções e comportamentos, auxiliando na implementação de mudanças que possam ser benéficas para a nossa saúde mental.
Pois pare e pense: quantas vezes você já se sentiu extremamente estressado ou desgastado com algo, mas sequer conseguia dizer os motivos pelos quais se sentia assim? Esse tipo de situação associa-se com a falta de inteligência emocional e de autoconhecimento, ambos fatores que podem ser trabalhados na terapia.

2. Diagnóstico
Se porventura você se deparou com algum diagnóstico, seja ele de saúde física ou mental, pode ser que você esteja atravessando questões emocionais bastante importantes.
Casos como depressão ou ansiedade podem resultar em efeitos significativos na vida do indivíduo, e a terapia pode ajudá-lo a lidar com os sintomas e até mesmo com a angústia que um diagnóstico pode projetar na vida da pessoa.
Além disso, casos nos quais o indivíduo recebe um diagnóstico de doença física, como doenças crônicas, por exemplo, a pessoa pode se sentir frustrada, impotente, entre outros sentimentos que prejudicam a saúde mental. Assim sendo, a psicoterapia também poderá servir de ponte para novas perspectivas para a vida e descobertas que auxiliarão na manutenção da qualidade de vida.

3. Sobrecarga emocional e psicológica
Se você estiver vivenciando situações de sobrecarga emocional ou psicológica, a psicologia clínica também poderá servir de alicerce para a manutenção da saúde mental.
Inevitavelmente, podemos acabar nos deparando com situações difíceis no decorrer de nossas vidas. Essas situações podem ocasionar problemas emocionais, como por exemplo, a perda de um ente querido e a dificuldade para atravessar um luto.
Nesses casos, o auxílio e suporte psicológico podem servir de peça-chave para que o momento seja atravessado da forma mais leve possível, restabelecendo o equilíbrio emocional e projetando um futuro que traga mais bem-estar e qualidade de vida.

4. Problemas para lidar com conflitos e relacionamentos
Em algumas circunstâncias, é possível que você se depare com alguma dificuldade para lidar com conflitos intra ou interpessoais.
Ou seja, pode ser que você tenha dificuldades para lidar com questões emocionais internas, ou mesmo com o relacionamento que tem com outras pessoas, como cônjuge, filhos, irmãos, amigos, chefe…
A vida é bastante dinâmica, e como lidamos com muitas situações, cotidianamente, em alguns momentos as questões emocionais podem surgir, de modo que nos sintamos um tanto “perdidos” a respeito de quais passos dar em seguida.
Nessas situações, a escuta ativa de um psicólogo e as reflexões que ele pode ajudar a desenvolver são peças que podem contribuir para a resolução de problemas.

5. Problemas e questões na vida pessoal ou profissional
Apesar de sempre fazermos planos e projetos para a vida, algumas situações negativas ou frustrações podem atravessar os nossos caminhos.
Em alguns casos, essas situações podem ser elaboradas com mais facilidade, mas, dependendo do problema vivenciado, podemos nos sentir um pouco mais perdidos e com um suporte emocional fragilizado.
Assim sendo, esse tipo de situação também pode requerer o acompanhamento de um psicólogo.

6. Em qualquer momento da vida
Como mencionamos anteriormente, a busca pelo suporte na psicologia clínica pode acontecer em qualquer momento de nossas vidas.
Se você se sente instigado a saber mais sobre si, deseja aprender a lidar melhor com as próprias emoções ou quer entender um pouco mais sobre seus pontos fortes e fracos, a terapia pode ser bem-vinda.
Não existe o melhor momento para investir na sua saúde mental. Existe o momento que você julga ser interessante.
Experimentar a terapia pode ser uma forma de descobrir coisas novas sobre você, de modo a impulsionar o seu autodesenvolvimento. Considere essa possibilidade.

7. Questões sobre autoestima e autoimagem
Em algumas circunstâncias, é possível que os indivíduos experimentem questões relacionadas à autoimagem e à autoestima.
Quando ambas estão fragilizadas, pode ser que a pessoa tenha problemas de autoconfiança, sociabilidade, relacionamento, etc.
Assim sendo, a psicoterapia também pode ajudar nesses casos de indivíduos que buscam fortalecer a autoestima e encontrar novas perspectivas sobre si mesmos.

Poderíamos citar muitas outras situações relacionadas à psicoterapia e à possibilidade de recorrer a ela. Isso nos dá a entender que a terapia pode ser uma aliada em muitos casos, e proporciona benefícios quando você se abre para a possibilidade e se engaja no tratamento.

Para quem a psicologia clínica é indicada?

A psicologia clínica é indicada para qualquer indivíduo que deseja se conhecer melhor, aprender a lidar com suas questões emocionais, compreender melhor os seus próprios sentimentos e descobrir novos rumos para a vida que possam ser mais promissores e saudáveis.

Ela não é indicada apenas para um grupo de pessoas. Se você deseja iniciar o processo terapêutico, não precisa de uma doença mental ou de um “problema específico” para começar.

Normalmente, as pessoas buscam a terapia com uma queixa inicial, mas isso não quer dizer que você deva “eleger o tema” para tratar, caso não se sinta convidado a esse tipo de postura na terapia.

Sendo assim, o processo terapêutico é recomendado para você que busca autoconhecimento, desenvolvimento emocional, etc.

Como funciona uma sessão de psicologia clínica?

A sessão pode ser diretiva ou não diretiva, dependendo da abordagem psicológica selecionada pelo terapeuta.

Uma sessão diretiva terá o direcionamento do terapeuta quanto aos questionamentos, temas e reflexões que serão tratados naquele momento. Já a não diretiva permitirá que o paciente fale livremente sobre as suas questões, enquanto o terapeuta escuta e faz intervenções no decorrer do assunto.

A sessão, desse modo, pode ser compreendida como uma conversa terapêutica, na qual o psicólogo, com base em técnicas e conceitos científicos, ouve a fala do paciente e o ajuda a lidar melhor com suas questões, por meio de reflexões e questionamentos.

Você não precisa montar um roteiro rígido do que falar na terapia. Caso se sinta um pouco “perdido” sobre o que relatar, é possível dizer exatamente isso ao psicólogo, pois ele é treinado para ajudá-lo a lidar com esse tipo de bloqueio.

Quais os benefícios da psicologia clínica?

Agora que você já pôde ter mais conhecimento acerca da psicologia clínica, vejamos quais são os possíveis benefícios que podem ser absorvidos nesse tipo de acompanhamento psicológico. Acompanhe:

1. Autoconhecimento
Como mencionado anteriormente, a terapia pode servir de peça-chave no processo de autoconhecimento. Você tem a oportunidade de conhecer mais sobre seus medos, sua história de vida, sentido que dá às situações, entre outros pontos.
Inclusive, é possível que descubra e redescubra fatores sobre você que escaparam da sua percepção ao longo da vida, mas que têm tudo a ver com quem você é ou deseja ser algum dia.
Esse autoconhecimento também ajuda a compreender melhor os seus comportamentos, a sua forma de lidar com as adversidades da vida, e assim por diante.

2. Inteligência emocional
Aprender a reconhecer, nomear e lidar com as emoções é algo que pode mudar as nossas vidas. Esse processo se chama desenvolvimento de inteligência emocional.
A inteligência emocional, portanto, associa-se com a capacidade de conseguir manejar nossas ações de forma mais equilibrada, sem permitir que as emoções comandem as nossas ações e atitudes, sem antes refletir sobre elas.
Assim sendo, um dos benefícios da psicologia clínica e da terapia é justamente aprender a lidar melhor com o que se sente, encontrando ferramentas internas que minimizem comportamentos impulsivos e colaborem para um equilíbrio maior na vida.
Afinal, saber nomear o que sentimos é o primeiro passo para encontrar formas de lidar com isso. Pois se não soubermos nem dizer o que estamos sentindo, como saberemos quais passos dar para sanar tal angústia ou dor?

3. Respeito aos próprios limites
A terapia nos ajuda a nos conectarmos mais profundamente com quem somos, mostrando a nós mesmos quais são os nossos limites. Esses limites, quando reconhecidos, podem ser respeitados de modo que contribuem para a manutenção da nossa saúde mental.
Em contrapartida, quando não temos o conhecimento desse tipo de limite, podemos nos expor a situações desgastantes que prejudicam a nossa saúde.
Logo, um dos benefícios da psicologia clínica é nos ajudar a respeitar melhor quem somos.

4. Melhora nos relacionamentos
Quando aprendemos mais sobre nós, nossos limites e nossas emoções, podemos começar a lidar melhor, inclusive, com as outras pessoas.
Se sabemos que tais situações nos tiram do sério, podemos evitá-las. Se sabemos que tais situações mexem emocionalmente conosco, podemos nos preparar com antecedência, e assim por diante.
Sendo assim, os relacionamentos interpessoais podem ser melhorados à medida que aprendemos a lidar com quem somos. Pois se nós mesmos não soubermos lidar com nós, como poderemos lidar com outras pessoas ou elas lidarem conosco?
Além do mais, todo o autoconhecimento nos ajuda com relação à autoconfiança, autoestima e autoimagem, sendo esses fatores imprescindíveis para a construção de relacionamentos mais saudáveis – sem dependência emocional, por exemplo.

5. Mudanças que elevam a qualidade de vida
Aprender sobre nós mesmos, sobre nossas emoções e sobre o que queremos para nós são medidas que podem contribuir para o aumento da qualidade de vida.
Descobrir o que você ama, aprender a impor limites, compreender a importância de saber que não somos perfeitos, entre outros fatores envolvidos com a terapia, proporciona mudanças nas perspectivas sobre o mundo, que podem ajudar na hora de construir uma história de vida mais equilibrada e saudável.

6. Aumento do bem-estar e da satisfação com a vida
Durante a terapia, podemos aprender que não somos perfeitos, mas que somos imperfeitos com qualidades, forças e realizações. Essa visão mais real e menos “cobradora” pode ajudar a aumentar o bem-estar e a satisfação com a vida.
Entender que haverá momentos difíceis, sem querer “fugir deles a todo custo” pode minimizar o impacto destes em nossas vidas, melhorando as nossas perspectivas e aumentando, inclusive, os momentos de felicidade.

Claro que todos esses benefícios da psicologia clínica dependem do engajamento do paciente com a terapia, da experiência do psicólogo e do processo que é seguido. Não existe uma pílula mágica que entrega esse tipo de resultado. Ter essa consciência e buscar profissionais psicólogos qualificados são dois pontos que devem ser considerados na hora de conquistar os benefícios aqui citados.
Lembre-se, afinal, de que estamos falando de uma ciência humana, não exata.