A hipotensão arterial é uma condição na qual a pressão do sangue dentro das artérias é baixa o suficiente para produzir sintomas, geralmente abaixo de 90x60mmHg. Diferentemente da pressão alta, que é definida exclusivamente com base no nível pressórico, a pressão baixa apenas ficará caracterizada quando ela estiver acompanhada de alguma queixa clínica.

A pressão arterial baixa pode fazer com que a quantidade de sangue que chega até os diferentes órgãos do corpo seja insuficiente para que estes continuem a funcionar normalmente. Assim, as células não recebem oxigênio e nutrientes suficientes e os resíduos não são eliminados da forma adequada.

Muitas pessoas apresentam medidas da pressão arterial cronicamente baixas, mas não apresentam qualquer queixa que possa ser justificada pela redução da pressão. Nestes casos a pressão, apesar de “numericamente baixa”, deve ser considerada normal para aquela pessoa.

Algumas pessoas apresentam uma tendência fisiológica de ter uma pressão baixa e isso tenderá a se manifestar mais em certas condições, como ao se levantar abruptamente, em dias de calor intenso, após uma refeição ou durante a gestação:

• Hipotensão ao se levantar: quando uma pessoa está em pé, a tendência é que, por ação da gravidade, a pressão sanguínea nas pernas seja mais baixa do que nos braços. O corpo possui alguns mecanismos para compensar isso, especialmente por meio da vasoconstrição nos vasos das pernas. Estes mecanismos não são imediatos, de forma que quando uma pessoa se levanta abruptamente, ela pode ter um quadro transitório de hipotensão. Pessoas que ficaram acamadas por tempo prolongado estão mais susceptíveis a apresentar hipotensão ao se levantar.
• Calor intenso: o calor intenso faz com que os vasos sanguíneos na pele se dilate. Este é um mecanismo de regulação da temperatura interna do corpo, uma vez que ele ajudará a pessoa a perder mais calor pelo suor. Ao desviar o fluxo sanguíneo para a pele, a quantidade de sangue circulante em outros tecidos diminui, o que faz a pressão arterial cair;
• Hipotensão pós prandial (após a alimentação): quando nos alimentamos, o fluxo sanguíneo no trato digestivo aumenta muito, de forma a oferecer oxigênio e nutrientes para que estes órgãos possam trabalhar na digestão de alimentos. Ao diminuir a quantidade de sangue no restante do corpo, a pressão arterial pode diminuir. Esta queda na pressão ocorre uma a duas horas após as refeições e afeta principalmente os idosos. 
• Gestação: Como o sistema circulatório se expande rapidamente durante a gravidez, é provável que a pressão arterial caia, podendo se tornar sintomática para algumas pessoas;

A pressão baixa pode também estar associada ao uso de certas medicações, especialmente os diuréticos (medicamentos que ajudam os rins a remover a água do corpo) e outros anti-hipertensivos. Antidepressivos e medicações para disfunção erétil também podem causar hipotensão;

Algumas condições clínicas também poder levar a uma redução na pressão. Nestes casos, a pressão baixa é um sinal de descompensação e pior prognóstico de recuperação. Entre elas, devemos considerar:

• Desidratação: a pressão arterial depende de dois fatores: do diâmetro dos vasos sanguíneos (vasodilatação / vasoconstrição) e da quantidade de sangue circulante. O paciente desidratado apresenta menor quantidade de sangue circulante e, quando o corpo não for mais capaz de compensar isso por meio da vasoconstrição, a pressão se torna baixa;
• Sangramento: da mesma forma que com a desidratação, o sangramento grave faz com que a quantidade total de sangue circulante diminua e a pressão se torne baixa;
• Infecção (sepse): A sepse é um conjunto de manifestações graves decorrentes de uma infecção generalizada. Uma das principais características da sepse é a pressão baixa;
• Insuficiência cardíaca: a insuficiência cardíaca faz com que a força de contração do músculo cardíaco seja mais fraca, fazendo com que a pressão do sangue bombeado pelo coração diminua.

A pressão arterial baixa pode fazer com que a quantidade de sangue que chega até os diferentes órgãos do corpo seja insuficiente para que estes continuem a funcionar normalmente. Assim, as células não recebem oxigênio e nutrientes suficientes e os resíduos não são eliminados da forma adequada.

Os sintomas da Hipotensão Arterial estão associados justamente a esta falta de oxigenação tecidual. O órgão que mais sofre com a pressão baixa é o cérebro, de forma que os sintomas mais comuns são tontura ou vertigem, desmaio, visão turva, náusea, fadiga ou falta de concentração. Em casos extremos, ela pode fazer a pessoa desmaiar.

A hipotensão grave, geralmente decorrente de choque hipovolêmico, desidratação grave ou sepse, se caracteriza por confusão (especialmente em pacientes mais velhos), Pele fria e pálida, Respiração rápida e superficial e Pulso fraco e rápido. Estes casos colocam a vida do paciente em risco e precisam de tratamento imediato.

A pressão arterial baixa que não causa sinais ou sintomas ou causa apenas sintomas leves raramente requer tratamento.

No caso do paciente sintomático, o tratamento depende da causa. Quando a hipotensão é causada pelo uso de um medicamento, o tratamento geralmente envolve a mudança ou interrupção do medicamento ou a redução da dose. No caso de desidratação, o paciente é hidratado e assim por diante.

No caso de pacientes com pressão baixa fisiológica e sem uma causa tratável, o objetivo é a melhora dos sinais e sintomas da hipotensão. Medidas como aumento no consumo de sal, hidratação regular e uso de meias elásticas podem ser considerados.

Geralmente estes pacientes conseguem reconhecer quais as condições que fazem ele desenvolver os sintomas. Assim, para aqueles que costumam ter hipotensão ao se levantar, devem fazê-lo mais lentamente, além de usar meias elásticas; quando a hipotensão acontece após uma refeição, deve-se buscar fracionar mais a alimentação e reduzir o consumo de carboidratos e assim por diante.