Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia
Pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez caracterizada por hipertensão arterial (≥140/90 mmHg) após 20 semanas de gestação, associada à proteinúria (≥300 mg/24h) ou sinais de disfunção de órgãos-alvo (ex: fígado, rins, sistema nervoso central ou plaquetas). Eclâmpsia é a evolução mais grave da pré-eclâmpsia, quando uma gestante com pré-eclâmpsia apresenta convulsões tônico-clônicas generalizadas sem outra causa neurológica. O que é a pré-eclâmpsia e eclâmpsia?
Pré-eclâmpsia e eclampsia são comuns?
A pré eclampsia é uma das complicações graves mais comuns na gestação, acometendo entre 5% e 8% de todas as gestações.
No entanto, em mulheres com comorbidades, a incidência pode chegar a 20%.
A eclampsia é menos comum, embora muito mais grave. Estima-se que ela ocorra em 0,1% a 0,2% das gestantes, embora possa ser até 10 vezes mais comum do que isso em locais com
baixo acesso ao pré-natal. No Brasil, ela representa uma das principais causas de morte materna.
Qual a causa da Pré eclâmpsia?
A causa da pré-eclâmpsia é desconhecida. No entanto, entende-se que ela tenha uma fisiopatologia complexa, que envolve alterações na placenta, no sistema vascular, no sistema nervoso central e no sistema de coagulação.
Fatores de risco
A pré-eclâmpsia e a Eclâmpsia são mais comuns nas seguintes condições:
- Pré-eclâmpsia em uma gravidez anterior;
- Dois ou mais fetos (gravidez múltipla) na gravidez atual;
- Distúrbio de coagulação, como a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo;
- Doenças prévias, como diabetes, Hipertensão Arterial Sistêmica ou obesidade
- Diabetes Gestacional;
- Primeira gravidez;
- Idade menor de 18 anos ou acima de 35 anos;
Sintomas
A pré-eclâmpsia pode em alguns casos se desenvolver de forma silenciosa, sem que a mulher perceba sintomas relevantes.
Algumas mulheres podem ter acúmulo de líquido (inchaço) espalhado pelo corpo. Quando isso acontece, ela pode ganhar peso rapidamente – às vezes, mais de 2 quilos por semana.
Nos casos mais graves, a pré-eclâmpsia pode provocar dano em órgãos como o cérebro, os rins, os pulmões, o coração ou o fígado, produzindo outros sintomas por conta disso. Entre esses sintomas, pode-se incluir:
- Dores de cabeça intensas;
- Visão distorcida;
- Confusão;
- Dor abdominal;
- Náusea e/ou vômito;
- Dificuldade respiratória;
- Diminuição da urina.
Complicações
Quando uma gestante desenvolve pré-eclâmpsia, há um risco aumentado para diferentes formas de complicações, tanto para a mãe como para o bebê.
Complicações maternas:
- Eclâmpsia
- AVC (acidente vascular cerebral)
- Síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, plaquetopenia)
- Edema agudo de pulmão
- Insuficiência renal ou hepática
- Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
- Óbito
Complicações Fetais:
- Restrição de crescimento intrauterino (RCIU)
- Prematuridade
- Descolamento prematuro da placenta
- Óbito fetal
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir da presença de pressão arterial ≥140×90 mmHg em duas eferições , com intervalo mínimo de 4 horas, além de uma das duas condições abaixo:
- Proteinúria ≥300 mg/24h ou relação proteína/creatinina ≥0,3.
- Disfunção de órgãos, caracterizado por plaquetopenia, creatinina elevada, TGO/TGP elevadas, sintomas neurológicos ou edema pulmonar.
Tratamento da pré-eclâmpsia
A conduta varia com a gravidade e a idade gestacional:
Casos leves tempo de gestação menor do que 37 semanas:
- Repouso relativo
- Monitoramento da pressão, proteínas urinárias e bem-estar fetal
- Anti-hipertensivos, quando necessário (metildopa, nifedipina, labetalol)
Casos graves ou tempo de gestação igual ou superior a 37 semanas:
- Internação hospitalar
- Anticonvulsivante: sulfato de magnésio
- Anti-hipertensivos
- Parto vaginal ou cesárea, conforme avaliação obstétrica (única forma de cura da pré eclampsia).
Tratamento da eclâmpsia (convulsão)
A eclampsia é uma emergência obstétrica. A administração de sulfato de magnésio deve ser imediata, buscando a estabilização materna, seguido pela interrupção da gestação.