Polimedicação no Idoso
Como é definida a Polimedicação no idoso?
Diferentes países e sociedades definem a polimedicação no idoso de uma forma diferente.
Como regra geral, podemos considerar a polimedicação como sendo o uso de cinco ou mais medicamentos. Já a hiperpolimedicação pode ser definida como o uso de 10 ou mais medicamentos de forma simultânea.
Entre eles, incluem-se:
- Medicamentos sujeitos a receita médica
- Medicamentos de venda exclusiva em farmácia,
- Medicamentos de venda livre
- Suplementos alimentares
Estudos mostam que 21% da população europeia tomam entre 4 e 9 medicamentos diariamente e 10 % da população europeia toma mais de 10 medicamentos por dia (1)
Quais os tipos de reação adversa a medicamentos?
As reações adversas a medicamentos mais comuns nos idosos incluem:
- Quedas;
- Alterações cardiovasculares;
- Alterações do estado mental,
- Alterações renais e hepática.
Como evitar os efeitos negativos da polimedicação no idoso?
Uma das formas mais comuns de avaliação de riscos para a polimedicação usados pelos geriatras envolve os critérios de BEERS, desenvolvidos pela Sociedade Americana de Geriatria.
Os critérios de BEERS descrevem uma lista de medicamentos potencialmente inapropriados nos idosos. Esta lista exclui os cuidados hospitalares e os cuidados paliativos (2).
O objetivo é melhorar a seleção da medicação utilizada por esta população e reduzir eventos adversos.
São ao todo 5 tabelas, que consistem em:
- Medicamentos potencialmente inapropriados na maioria dos idosos;
- Medicamentos a serem evitados em idosos com certas condições clínicas;
- Medicamentos a serem usados com precaução;
- Interações medicamentosas;
- Medicamentos com necessidade de ajuste da dose devido á função renal.
Polimedicação apropriada X inapropiada
Em alguns casos, a polimedicação se faz necessária e justificada. Muitas vezes, porém, ela pode ser feita de forma inapropriada.
Isso inclui doses desajustadas, combinações que potencializam reações adversas ou mesmo quando o doente não é capaz de tomar a sua medicação de acordo com as recomendações.
Diferentes estudos relacionados à polimedicação no idoso encontraram uso de medicações classificadas como inapropriadas em aproximadamente 40 a 50% dos participantes (3, 4).
Uma das principais causas para a polimedicação inadequada é o excesso de subespecialização na medicina. Em muitos países (incluindo o Brasil), é comum que as pessoas procurem atendimento diretamente com o médico especialista.
Ainda que estes médicos possam ter profundo conhecimento sobre o problema específico do paciente, é comum que as interações medicamentosas decorrentes de outros problemas clínicos sejam subvalorizados. Isso é válido especialmente no paciente com múltiplas comorbidades, como é o caso de muitos idosos.
Isso mostra que a polimedicação no idoso é um assunto que definitivamente deve ser encarado com seriedade. A melhor forma de se evitar a polimedicação inadequada, nestes casos, é por meio do acompanhamento com o Médico Geriatra, que deve ser feito independentemente do acompanhamento com o especialista.