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Neuromielite Óptica

O que é a Neuromielite Óptica?

A neuromielite óptica é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação e destruição da camada de mielina nos nervos do olho e da medula espinhal.
A bainha de mielina é uma camada que envolve e isola eletricamente os neurônios. Quando ela fica comprometida, os nervos deixam de funcionar normalmente.

Neuromielite Óptica X Esclerose Múltipla

A Neuromielite Óptica é uma condição que se assemelha em muitos aspectos à Esclerose Múltipla.

Embora ela seja muitas vezes descrita como uma variante da Esclerose múltipla, ela é de fato uma doença distinta.

A principal diferença é que a neuromielite óptica normalmente afeta principalmente os olhos e a medula espinhal. No caso da esclerose múltipla, o acometimento do cérebro também é comum.

O risco de incapacitação, por outro lado, é maior na Neuromielite Óptica.

Qual a causa da Neuromielite Óptica?

A Neuromielite Óptica é uma doença autoimune.

Doenças autoimunes são condições nas quais o sistema imunológico reconhece células normais do organismo como se fossem agentes agressores, produzindo uma resposta de defesa contra elas.

Em alguns casos de neurite óptica, esta resposta é desencadeada por uma infecção viral ou bacteriana.

O sistema imunológico normalmente produz anticorpos durante o curso da infecção, de forma a combater o agente agressor.

Eventualmente, estes anticorpos desenvolvem uma reação cruzada e passam a reconhecer células normais como se fossem o agente infecioso, desenvolvendo uma resposta para destruí-las.

Em outros casos, a resposta autoimune pode ter início sem um fator desencadeante claro. Isso é mais comum em pacientes portadores de outras condições autoimune.

Sintomas da Neuromielite Óptica

A Neuromielite Óptica se inicia com um quadro inflamatório do nervo óptico, podendo provocar dor retro-ocular, visão turva ou perda da visão. O acometimento pode ser de um ou de ambos os olhos.

Em um segundo momento, os braços e pernas também são afetados, levando a perda da sensibilidade, espasmos musculares, fraqueza ou paralisia.

Dependendo do caso, o acometimento dos membros pode ocorrer dias, semanas ou até mesmo anos após o acometimento ocular.

Outros sintomas que podem estar presentes neste momento incluem:

  • Incontinência urinária;
  • Incontinência fecal;
  • Soluço;
  • Náusea ou vômitos.

Em algumas pessoas, pode haver o comprometimento da parte da medula espinhal que controla a respiração, tornando-se com isso uma ameaça à vida.

A maior parte dos pacientes é capaz de controlar os sintomas com o tratamento adequado. No entanto, a doença se torna recorrente em 80% dos pacientes (1).

Além disso, cegueira, perda de sensibilidade, fraqueza muscular nos membros e disfunção da bexiga e do intestino podem se tornar permanentes em alguns pacientes.

Diagnóstico

O diagnóstico da Neurite Óptica deve ser considerado a partir da história clínica, exame neurológico e exame oftalmológico.

Para a avaliação do nervo óptico, pode ser considerado a realização de um teste de potencial evocado ou eletroencefalograma associado a estímulos visuais, como uma fonte de luz.

Além disso, o exame de sangue para anticorpos específicos da Neurite Óptica pode ser solicitado.

Embora a Ressonância Magnética do cérebro seja normal no paciente com neurite óptica, ela é habitualmente solicitada para que seja feito o diagnóstico diferencial com a Esclerose Múltipla.

O exame de líquor também pode ser usado para avaliar os níveis de células imunes, proteínas e anticorpos no fluido.

Tratamento

Não existe cura para a neuromielite óptica. No entanto, o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas e evitar as recorrências.

Isso geralmente é feito por meio da combinação de um corticoide com um imunossupressor.

Estes tratamentos aumentam o risco para infecções oportunistas, de forma que os pacientes devem ser monitorados de perto para isso.

No paciente com acometimento dos membros, o uso de relaxantes musculars como Baclofeno ou tizanidina pode ser usados para aliviar os espasmos musculares.

Nos pacientes que não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso, pode ser considerada a plasmaférese.

Neste procedimento, o sangue é removido da circulação e passa por um filtro, onde os anticorpos anormais são removidos. A seguir, o sangue é retornado à circulação.