Luxação da Mandíbula (ATM)

A luxação da mandíbula (ATM) é uma condição na qual o côndilo da mandíbula se move para frente, saindo de sua posição funcional dentro da fossa onde ele se encaixa, no osso temporal. Por isso, o termo mais correto do ponto de vista médico é Luxação Temporomandibular.

A diferença entre a luxação e a subluxação da mandíbula é que, na subluxação, ela volta sozinha para o lugar, enquanto que na luxação ela permanece deslocada, apenas retornando para sua posição após a manipulação, geralmente pelo médico ou dentista.

A luxação da mandíbula pode ocorrer como evento agudo ou recorrente, sendo que cada uma tem causas diferentes.

A luxação aguda está muitas vezes associada a eventos de maior energia, incluindo acidentes de trânsito ou crise convulsiva. Ela pode em alguns casos estar associada a fraturas na mandíbula.

Já a luxação recorrente pode ocorrer com movimentos banais, incluindo bocejos, morder um sanduíche grande ou durante a realização de procedimentos odontológicos prolongados. Isso acontece devido a um problema de base na articulação, como uma malformação articular ou a frouxidão capsuloligamentar.

Um deslocamento da mandíbula (luxação da mandíbula) normalmente é um problema dentário urgente muito doloroso que requer atenção imediata, de preferência por um cirurgião bucomaxilofacial ou dentista especialista em disfunção temporomandibular.

A pessoa não consegue fechar a boca e a mandíbula pode ficar torcida para um dos lados, com uma deformidade óbvia.

O tratamento inicial para luxação da ATM envolve a redução da mandíbula.

Embora existam diversas técnicas descritas para isso, a mais tradicional e conhecida é a técnica bimanual, descrita por Hipócrates ao redor do ano 1500 antes de cristo.

Nesta técnica, o paciente fica sentado com o médico a sua frente. A altura da mandíbula do paciente deve permanecer abaixo da altura do cotovelo do médico.

Um assistente estabiliza a cabeça do paciente, que é orientado a abrir a boca o máximo possível. O médico então coloca os polegares o máximo possível para o fundo da boca do paciente, mantendo os dedos restantes fora da boca. A seguir, ele aplica uma força para baixo com os polegares, seguido de uma pressão para trás, para guiar a realocação.

Esta redução deve ser realizada assim que possível. Com o tempo, a articulação fica mais inchada e as musculaturas mais tensas, de forma que a recolocação da mandíbula no lugar fica mais difícil.

A injeção de anestésico local na articulação e nos músculos da mastigação é raramente necessária. Em geral, não há necessidade de sedação para procedimento.

Quando as tentativas de redução fechada falham, pode ser necessária a anestesia geral para relaxar a musculatura e, em alguns casos, até mesmo a redução cirúrgica.

Uma vez que a mandíbula esteja de volta no lugar, é preciso restringir a abertura da boca a não mais do que 2cm, por aproximadamente três semanas. Uma bandagem de Barton poderá ser usada para limitar o movimento da mandíbula e ajudar na cicatrização e na redução da inflamação.

O uso de medicamentos anti-inflamatórios também ajuda na redução do edema.

Os alimentos devem ser cortados em pequenos pedaços e alimentos mais difíceis de serem mastigados devem ser evitados.

Ao antecipar o bocejo, as pessoas devem colocar o punho sob o queixo para evitar que a boca se abra demais.

Para as pessoas que tiverem deslocamentos recorrentes da mandíbula, a cirurgia é a única forma de evitar que ela continue se deslocando.

Diversos procedimentos podem ser considerados para isso, incluindo cirurgias para a correção de deformidades ósseas e cirurgias em partes moles (músculos e ligamentos).