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Linfogranuloma Venéreo

O que é o Linfogranuloma venéreo?

Linfogranuloma venéreo é uma Doença Sexualmente Transmissível causada por 3 cepas específicas da bacteria Chlamydia trachomatis (L1, L2 e L3). Estes sorotipos diferem daqueles causadores da Clamídia, uma outra Doença Sexualmente Transmissível.

A doença é mais comum em homens do que em mulheres e em especial entre homens que fazem sexo com homens. Ela tem também uma forte associação com portadores de HIV.

O Linfogranuloma Venéreo se caracteriza pela formação de uma lesão cutânea pequena e muitas vezes assintomática, seguida por aumento dos linfonodos inguinais e/ou femorais.

Sem tratamento, a infecção pode causar obstrução linfática e edema crônico dos órgãos genitais.

O diagnóstico é clínico, mas a confirmação laboratorial, com sorologia ou teste de imunofluorescência, é geralmente recomendado. O tratamento é feito com antibióticos.

Sinais e sintomas do Linfogranuloma Venéreo

O Linfogranuloma venéreo se desenvolve em 3 estágios, cada um com sinais e sintomas específicos.

Primeiro estágio

O primeiro estágio se manifesta aproximadamente três dias após o contato sexual com uma pessoa infectada. Uma pequena bolha se forma no local de entrada da bactéria, que pode evoluir para uma úlcera genital. Esta lesão cicatriza rapidamente e pode passar desapercebida.

Além disso, pode ser verificado um leve inchaço na virilha, o que é indicativo de que a bactéria atingiu os gânglios desse local. 

Pessoas que se envolvem em sexo anal receptivo podem ter uma infecção grave no reto, com dor, secreção retal purulenta e obstipação.

No caso das mulheres infectadas, é frequente que elas sejam assintomáticas, sendo a doença descoberta apenas nos estágios seguintes.

Segundo estágio

Tem início aproximadamente 2 a 4 semanas após o contágio. Caracteriza-se pelo aumento unilateral ou bilateral dos linfonodos inguinais, que se tornam dolorosos. 

Os linfonodos podem coalescer, formando massas flutuantes de aspecto amolecido. Estas massas são também chamadas de bubões. 

Os bubões se aderem aos planos profundos dos tecidos, provocando inflamação na pele sobreposta e eventualmente febre e mal-estar. 

Dor lombar ou pélvica é comum em mulheres, nas quais as lesões iniciais podem aparecer no colo uterino ou na região superior da vagina. Múltiplas fístulas podem se desenvolver, podendo eliminar pus ou sangue.

Terceiro estágio

As feridas curam-se formando cicatrizes, mas as fístulas podem persistir ou recidivar. 

A Inflamação crônica, decorrente de infecção não tratada, pode levar à obstrução dos vasos linfáticos, com consequente elefantíase (inchaço substancial) dos órgãos genitais. Lesões cutâneas no pênis ou escroto também podem se fazer presentes. 

A infecção no reto pode levar a um quadro de colite, simulando doença de Crohn. Podem apresentar também sintomas decorrentes do estreitamento do reto ou da inflamação dos linfonodos pélvicos. Estas manifestações podem se confundir com a Doença inflamatória intestinal.

Como é feito o diagnóstico do Linfogranuloma venéreo?

O diagnóstico do Linfogranuloma venéreo deve ser considerado no paciente com feridas características. Mas, devido à sobreposição significativa com outras doenças que causam ferimentos genitais, como sífilis, herpes genital e Cancro mole, pode ser difícil fechar o diagnóstico apenas com a avaliação clínica.

A confirmação diagnóstica é feita por meio de exames de sangue, que identificam os anticorpos contra Chlamydia trachomatis. A cultura de secreção da ferida e antibiograma podem ser úteis para verificar qual o melhor antibiótico para ser usado como tratamento.

Tratamento do Linfogranuloma Venéreo?

O tratamento do Linfogranuloma venéreo é feito com antibióticos, mais comumente com Doxiciclina ou Azitromicina. A medicação é geralmente tomada por três semanas.

O resultado costuma ser muito bom quando feitos nas fases iniciais da doença, sendo mais limitado nas fases tardias.

Bubões flutuantes podem ser aspirados para alívio sintomático, ainda que a maioria deles responda bem ao tratamento com antibióticos.

O linfedema que se desenvolve durante o terceiro estágio da doença pode não se resolver com o tratamento, apesar da eliminação do microrganismo.

Pessoas que tiveram contato sexual com um paciente diagnosticado com Linfogranuloma venéreo durante os 60 dias anteriores ao início dos sintomas devem ser avaliados quanto a possíveis sinais da doença.

Além disso, eles devem ser tratados de forma presuntiva, mesmo na ausência de evidências de que tenham sido contaminados pelo Linfogranuloma venéreo.

As feridas podem recidivar mesmo com o tratamento adequado. Assim, é importante que o paciente mantenha o acompanhamento. Exames periódicos são feitos ao longo dos primeiros seis meses após um tratamento aparentemente bem-sucedido. O objetivo é confirmar que o paciente esteja de fato livre da doença.