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Isoimunização Rh

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O que é a Isoimunização Rh?

A isoimunização Rh é uma condição que ocorre quando uma mulher Rh-negativa (Rh–) é exposta ao sangue Rh-positivo (Rh+) do feto e desenvolve anticorpos contra o fator Rh. Esses anticorpos podem atravessar a placenta em gestações futuras e atacar as hemácias do feto Rh+, causando doença hemolítica fetal/neonatal.

Fator Rh

O fator Rh (ou fator Rhesus) é uma proteína que pode ou não ser encontrada na superfície das hemácias (glóbulos vermelhos). Ele é hereditário, ou seja, passado dos pais para os filhos através dos genes.

  • Quando uma pessoa tem a proteína, seu sangue será Rh positivo;
  • Pessoas sem a proteína têm o sangue Rh negativo.

O fator Rh é independente do tipo ABO. Uma pessoa com sangue do tipo A, por exemplo, pode ser Rh positivo (A+) ou Rh negativo (A-).

Cada pessoa tem dois genes ligados a proteína Rh, um recebido do pai e outro da mãe. A manifestação do gene é dominante, o que significa que basta a pessoa ter um dos dois genes Rh + para ser considerada Rh positiva. Para ser Rh negativa, ambos os genes precisam ser negativos.

Mostramos na tabela abaixo como um casal transmite o fator Rh.

Genótipo dos pais Genétipo dos filhos Possíveis Rh dos filhos
Rh⁺/Rh⁺ + Rh⁺/Rh⁺ Rh⁺/Rh⁺ Todos Rh⁺
Rh⁺/Rh⁺ + Rh⁻/Rh⁻ Rh⁺/Rh⁻ Todos Rh⁺
Rh⁺/Rh⁻ + Rh⁻/Rh⁻ 50% Rh⁺/Rh⁻

50% Rh⁻/Rh⁻

50% Rh⁺, 50% Rh⁻
Rh⁻/Rh⁻ + Rh⁻/Rh⁻ Rh⁻/Rh⁻ Todos Rh⁻

Quando acontece a Isoimunização Rh?

A isoimunização ocorre quando uma mulher Rh-negativa (Rh–) é exposta ao sangue Rh-positivo (Rh+) do feto e desenvolve anticorpos contra o fator Rh.

A sensibilização pode acontecer já na primeira gestação, mas isso é menos comum. Na maioria das vezes, ela acontece no momento do parto, quando a exposição da mãe ao sangue fetal é maior.

Nas próximas gestações com fetos Rh positivos, os anticorpos já formados podem atravessar a placenta e atacar as hemácias fetais, resultando em doença hemolítica perinatal.

Além disso, a isoimunização pode acontecer também em decorrência de transfusão sanguínea ou aborto.

Teste de Coombs

O diagnóstico da Isoimunização Rh é feito por meio do Teste de Coombs indireto, o qual detecta anticorpos anti-Rh no sangue materno.

Ele deve ser feito em todas as gestantes Rh negativas com parceiros Rh positivo.

O teste deve ser feito na primeira consulta do pré-natal e

repetido mensalmente até 28 semanas. Após 28 semanas, pode-se indicar a profilaxia com imunoglobulina anti-D, se não houver sensibilização.

Se o teste for positivo, a gestante já está sensibilizada.

Nem toda mulher com teste de Coombs indireto positivo terá, necessariamente, isoimunização Rh com repercussão clínica no feto. No entanto, a sensibilização torna possível que esses anticorpos atravessem a placenta e ataquem as hemácias do feto se ele for Rh positivo.

O acompanhamento nesses casos deve ser mais rigoroso, com monitoramento fetal intensivo e avaliação de possíveis sinais de anemia fetal.

Sinais e sintomas da Isoimunização Rh

A isoimunização não causa sintomas maternos, mas podem ter diversas repercussões no feto, incluindo:

  • Anemia fetal progressiva
  • Icterícia neonatal grave
  • Hidropisia fetal (edema generalizado)
  • Insuficiência cardíaca fetal
  • Óbito intrauterino (em casos graves)

Acompanhamento da gestação com risco de isoimunização Rh

Quando uma mulher tem o Teste de Coombs positivo, exames adicionais devem ser realizados de rotina para acompanhamento fetal. Os seguintes exames são indicados:

  • Ultrassonografia com Doppler da artéria cerebral média (identifica anemia fetal)
  • Amniocentese (avalia bilirrubina no líquido amniótico, raramente utilizada hoje)
  • Cordocentese (avalia hemoglobina fetal em casos graves)

Tratamento

Se já houver isoimunização, o monitoramento do feto deve ser rigoroso.

A transfusão sanguínea intrauterina ou logo após o nascimento deve ser considerada em fetos com anemia grave. O parto antecipado pode ser necessário em alguns casos.

O prognóstico fetal depende do grau de anemia e da rapidez no manejo.

Como prevenir a Isoimunização Rh?

Mulheres Rh-negativas e não sensibilizadas (Coombs indireto negativo) devem receber uma dose de imunoglobulina anti-D por volta da 28ª semana de gestação e novamente após o parto, se o bebê for Rh-positivo.

Sem prevenção, o risco de doença hemolítica aumenta a cada nova gestação com feto Rh+. Já com a profilaxia adequada, o risco de isoimunização cai para menos de 1%.