Pesquisar

Intolerância ao Glúten e Doença Celíaca

Qual a diferença entre Intolerância ao Glúten e Doença Celíaca?

Intolerância ao glúten e Doença Celíaca são ambos problemas relacionados ao consumo do glúten, mas com causa e gravidade distintas.

A intolerância ao glúten é uma forma de Intolerância alimentar, relacionada à menor capacidade de digestão do glúten. É um problema funcional e sem maiores implicações de longo prazo.

Já a doença celíaca é uma doença autoimune de origem genética. Isso significa que o sistema de defesa do corpo identifica o glúten como um agente agressor e produz uma reação de defesa para combatê-lo, da mesma forma como ele reage quando temos uma infecção.

O consumo de mínimas quantidades de glúten em um paciente com doença celiaca pode levar à inflamação da mucosa do intestino e, com o tempo, levar a uma atrofia dessa mucosa.

Quais os alimentos que contêm glúten?

O glúten é uma proteína encontrada na farinha de trigo, cevada e centeio, bem como em produtos industrializados feitos com estes ingredientes.

Entre estes, devemos considerar:

  • Pão, torrada, bolacha, biscoito, bolos, macarrão e doces;
  • Pizza, salgadinhos e sanduiches;
  • Salsicha e outros embutidos;
  • Cerveja e bebidas maltadas;
  • Alguns queijos;
  • ketchup, molho branco, maionese, shoyu e outros molhos industrializados;
  • Temperos prontos e sopas desidratadas;
  • Cereais e barrinha de cereais;
  • Suplementos nutricionais.

Produtos com glúten estão bastante disseminados na dieta moderna, sendo que os exemplos acima representam apenas uma amostra deles. Muitos alimentos industrializados incluem aditivos que contêm glúten, como certos tipos de aromatizantes.

Para aqueles que de fato apresentam intolerância ao glúten, é importante que se crie o hábito de ler os rótulos de qualquer alimento antes de consumi-los.

 

Dieta sem glúten

Inicialmente destinada aos pacientes com intolerância ao glúten ou doença celíaca, a dieta sem glúten tem sido adotada por muitas pessoas sem qualquer indício de intolerância, mas que buscam uma alimentação mais saudável ou uma dieta para perder peso.

O principal benefício de retirar o glúten da alimentação para pessoas sem doença celíaca ou intolerância ao glúten é a exclusão de alimentos industrializados e ultra processados da dieta. Isso inclui bolachas recheadas, pizzas, massas e bolos, alimentos estes que são pobres nutricionalmente e muito calóricos, ainda que estas características nada tenham que haver com o glúten.

 

Complicações da Doença Celíaca

Pacientes com doença celíaca e que seguem uma dieta regrada têm um bom prognóstico de longo prazo e baixo risco de complicações

O consumo continuado do glúten, por outro lado, leva a uma inflamação persistente da mucosa do duodeno, que com o tempo pode evoluir com atrofia dessa mucosa. Isso pode acontecer mesmo em pessoas com poucos sintomas.

A atrofia da mucosa duodenal pode levar a uma pior absorção de diferentes nutrientes, podendo desencadear deficiências.

Entre essas deficiências, devemos considerar:

  • Deficiência de Ferro: anemia
  • Deficiência de Vitamina B12: neuropatia periférica (formigamento, dormência ou dor nas mãos e pés);
  • Deficiência de cálcio: osteoporose, problemas dentários

Quais os sintomas da intolerância ao glúten e da doença celíaca?

Existem mais de 200 sintomas conhecidos que podem estar relacionados ao sistema digestivo ou a outras partes do corpo.

Algumas pessoas desenvolvem os sintomas na infância, outras na idade adulta e outros podem não apresentar quaisquer sintomas, mas ainda assim o resultado do teste de sangue para a doença é positivo. No entanto, todas essas pessoas correm o risco de complicações a longo prazo, independentemente de apresentarem sintomas ou não.

Os sintomas da doença celíaca estão relacionados aos problemas com a mucosa gástrica. No entanto, alguns pacientes podem ser muito poucos sintomáticos. Com a retirada do glúten da alimentação, os sintomas tendem a desaparecer.

Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem:

Alguns pacientes podem iniciar o quadro com queixas relacionadas às deficiências nutricionais decorrentes da doença celíaca. Nesses casos, os sintomas podem incluir:

  • Fraqueza, em decorrência de Anemia;
  • formigamento, dormência ou dor nas mãos e pés, devido à deficiência de Vitamina B12;
  • Irritabilidade e problemas comportamentais;
  • Atraso no crescimento e na puberdade;
  • Baixa Estatura;
  • Doenças do fígado e das vias biliares;
  • Convulsões;
  • Enxaqueca;

 

Genética da Doença Celíaca

A Doença Celíaca está associada com a expressão dos alelos heterodiméricos HLA-DQ2 e HLA-DQ8 A expressão  de uma dessas moléculas é necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento da doença.

Algumas pessoas podem apresentar os genes acima, sem desenvolver a doença.

No entanto, aqueles que não têm nenhum dos dois genes não irão desenvolver a doença.

O teste genético, dessa forma, pode ser usado como método de exclusão da doença celíaca entre as hipóteses diagnósticas. Ele não serve para confirmar a doença.

Diagnóstico

A doença celíaca pode ser difícil de diagnosticar uma vez que afeta as pessoas de maneiras diferentes. Existem mais de 200 sintomas conhecidos que podem estar relacionados ao sistema digestivo ou a outras partes do corpo.

Algumas pessoas desenvolvem os sintomas na infância, outras na idade adulta e outros podem não apresentar quaisquer sintomas, mas ainda assim o resultado do teste de sangue para a doença é positivo. No entanto, todas essas pessoas correm o risco de complicações a longo prazo, independentemente de apresentarem sintomas ou não.

Em alguns casos, a investigação da doença celíaca é feita na investigação de suas complicações, incluindo: anemia, osteoporose, neuropatias periféricas.

A Doença Celíaca pode também ser diagnosticada em pacientes assintomáticos, a partir da investigação de familiares próximos de pessoas diagnosticadas com a doença celíaca.

Exame de Sangue

Diversos exames de sangue podem ser usados para o diagnóstico da doença celíaca. Mas, isoladamente, eles não são suficientes para fechar o diagnóstico, devendo-se considerar uma combinação dos resultados destes exames.

Teste Genético

O teste genético envolve a pesquisa de dois genes associados à doença celíaca: HLA-DQ2 e HLA-DQ8.

Algumas pessoas podem apresentar os genes acima, sem desenvolver a doença.

No entanto, aqueles que não têm nenhum dos dois genes não irão desenvolver a doença.

O teste, dessa forma, pode ser usado como método de exclusão da doença celíaca entre as hipóteses diagnósticas. Ele não serve para confirmar a doença.

Endoscopia e biópsia

Quando ainda assim persistir dúvidas quanto ao diagnóstico, poderá ser indicada uma biópsia do intestino delgado feita através de uma Endoscopia Digestiva Alta. Usando essa amostra, o médico pode identificar se há anticorpos específicos no sangue que correspondem à doença celíaca.

Diagnóstico da Intolerância ao Glúten

A intolerância ao glúten, por outro lado, não tem nenhum exame diagnóstico específico. O diagnóstico é feito por exclusão, quando exames não são capazes de caracterizar a doença celíaca ou certos tipos de alergia alimentar, especialmente a alergia ao trigo.

Tratamento

A base do tratamento tanto para a doença celíaca como para a intolerância ao glúten é a exclusão do glúten da dieta. Estes problemas são permanentes, de forma que é necessário retirar completamente o glúten da alimentação para que os sintomas desapareçam.

No entanto, os cuidados precisam ser bem maiores nos pacientes com Doença Celíaca.

O objetivo da retirada do glúten da dieta do paciente com Intolerância ao Glúten tem por objetivo a melhora dos sintomas e da qualidade de vida. Não precisa der uma restrição completa, mas apenas o necessário para o controle dos sintomas.

Já o paciente com doença celíaca precisa de um cuidado bem maior, uma vez que mesmo traços do glúten podem desencadear reação imunomediada.

Em restaurantes, mesmo que não se consuma alimentos com glúten, há a possibilidade de que alimentos com gúten produzidos no mesmo local deixame alguns traços da proteína.

Nas padarias, o problema é ainda maior: por mais que o pão seja seja feito com produtos sem glúten, dificimente ele será produzido e armazenado em um ambiente livre do glúten, onde o glúten não tenha sido utilizado na produção de outros tipos de pão. Isso não é problema para aqueles com intolerância ao glúten, mas poderá ser para aqueles com Doença Celíaca.

Tratamento

Em todo o mundo, estima-se que 1 em cada 100 pessoas seja afetada pela Doença Celíaca;

Dos pacientes diagnosticados, 30% deles relatam sintomas mesmo ao adotar uma dieta sem glúten;

A probabilidade de um familiar próximo desenvolver a doença é de 1 em 10.

Mesmo tratada, pacientes com doença Celíaca apresentam risco duas vezes maior de desenvolver a Doença Arterial Coronariana e quatro vezes maior de desenvolver Câncer de Instestino Delgado.