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Insuficiência do colo do útero

O que é a insuficiência do colo do útero?

A insuficiência do colo do útero, ou insficiência istmocervical, é uma condição em que o colo do útero não consegue se manter fechado durante a gestação, abrindo-se de forma indolor e progressiva no segundo trimestre.

Ela pode levar a perda gestacional tardia (geralmente entre 16 e 24 semanas) ou parto prematuro extremo, com risco de complicações neonatais.

Fatores de risco

A insuficiência de colo do útero afeta cerca de 0,5% a 1% de todas as gestações, sendo mais comum nas seguintes condições:

  • Anormalidades uterinas, especialmente a hipoplasia ou má-formação cervical.
  • Cirurgias cervicais prévias.
  • Histórico de parto prematuro espontâneo ou perda gestacional tardia indolor.
  • Histórico de partos traumáticos.
  • Infecções ou inflamações crônicas.
  • Gestações múltiplas.

Diagnóstico da insuficiência de colo do útero

O diagnóstico da insuficiência de colo do útero é feito por meio do ultrassom, com a medida do comprimento do colo uterino (CCU) por via transvaginal. Essa avaliação deve idealmente ser feita entre 16 e 24 semanas, especialmente em gestantes de risco.

Quais as consequências da insuficiência de colo do útero?

Mostramos na tabela abaixo a incidência das principais complicações relacionadas à insuficiência de colo do útero:

Complicação Incidência aproximada em pacientes com insuficiência cervical
Parto prematuro extremo (<28 semanas) 25% a 50%
Óbito fetal intrauterino (segundo trimestre) 10% a 30%
Perda gestacional tardia (16–24 semanas) 30% a 50% (ou mais, se não tratada)
Infecções ascendentes (ex: corioamnionite) 15% a 30%
Rotura prematura das membranas ovulares (RPMO) 40% a 60%

Cerclagem do colo do útero

A Cerclagem do colo do útero é o tratamento mais efetivo para gestantes com insuficiência de colo do útero.

O procedimento geralmente é feito sob anestesia geral, com aplicação de pontos simulando um “cerco” para mantê-lo fechado. Esses pontos são retirados por volta da 37ª semana de gestação, para permitir o trabalho de parto.

O procedimento geralmente é indicado na presença de um comprimento do colo <menor do que 25 mm antes das 24 semanas ou na presença de dilatação cervical significativa com membranas visíveis, mas sem trabalho de parto ativo.

A cerclagem pode também ser indicada de forma preventiva em mulheres com história de duas ou mais perdas gestacionais tardias, sendo geralmente realizada entre 12–14 semanas de gestação.

Progesterona vaginal

A progesterona vaginal é uma das principais estratégias para prevenir parto prematuro em gestantes com insuficiência do colo do útero.

A progresterona age por meio da inibição das  contrações uterina e reduzindo a inflamação e atividade imunológica local, podendo ser feita como tratamento isolado ou associado à cerclagem cervical.