HPV em Homens
Qual a importância da Infecção pelo HPV em homens?
O HPV, sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papilomavirus), é a Doença Sexualmente Transmissível mais prevalente no mundo. A Infecção pelo HPV em mulheres gera enorme preocupação, devido à associação com diversos tipos de câncer, especialmente o câncer de colo uterino.
Fala-se muito menos sobre a infecção pelo HPV em homens, devido à menor incidência e ao menor risco de complicações. Muitos vêm a infecção pelo HPV como um “problema feminino”, o que não é verdade.
Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, 45% dos homens convivem com o Papilomavírus, incluindo pessoas de todas as idades (1). A maioria destas pessoas não apresenta qualquer problema relacionado à infecção e nem mesmo ficam sabendo que estão contaminados.
A principal preocupação com a infecção por HPV em homens é que eles servem como reservatório para o vírus. O papilomavírus é então transmitido para suas parceiras sexuais, aumentando o risco de câncer de colo do útero entre elas.
De fato, muitos dos homens diagnosticados com HPV somente procuram a atenção médica depois que suas parceiras são diagnosticadas.
O risco de câncer decorrente do HPV em homens é relativamente baixa.
Segundo estimativas da International Papilomavirus Society, são cerca de 9.000 casos no mundo a cada ano. Nada comparado com os 630 mil novos diagnósticos anuais entre as mulheres.
Ainda assim, o HPV é responsável por 63% dos casos de câncer no pênis, 91% dos casos de câncer anal e 72% dos casos de câncer de orofaringe entre os homens (1).
Tanto o câncer de pênis como o câncer de reto são incomuns em homens com sistema imunológico competentes. Entretanto, a preocupação aumenta no caso de pessoas imunodeficientes.
O HIV não apenas aumenta o risco de contaminação pelo HPV em homens, como também aumenta o risco de complicações.
O risco de câncer anal é também cerca de 17 vezes maior em homens homossexuais ou bissexuais do que em homens que fazem sexo apenas com mulheres.
Quais os sintomas do HPV em homens?
O principal sinal clínico que deve levar à suspeita da infecção pelo HPV em homens é a presença de uma verruga no pênis, escroto ou ânus.
A verruga característica da infecção pelo HPV, denominada de Condiloma Acuminado, tem aspecto de couve-flor, coloração esbranquiçada e tamanho variável. Entretanto, estas verrugas aparecem na menor parte dos pacientes infectados pelo HPV.
Os pacientes que desenvolvem o Condiloma Acuminado são os que mais procuram a atenção médica, mas não são os que mais preocupam, uma vez que estes casos raramente evoluem para câncer.
Mais de 90% dos pacientes com HPV não apresentam a verruga ou apresentam lesões tão pequenas que elas não são visíveis a olho nú.
Ainda que a maioria destes pacientes elimina o vírus naturalmente, em alguns casos o papilomavírus pode seguir “adormecido” por períodos de até 20 anos sem se manifestar. Estes são os casos de maior risco para câncer e a maior fonte de preocupação médica.
Diferentes tipos de HPV
Existem ao todo mais de 200 tipos de HPV, sendo que 150 deles já foram identificados e sequenciados geneticamente. Cada um deles tem características próprias, podendo causar lesões em diferentes partes do corpo, como boca, ânus, garganta, pés e mãos.
Destes, apenas 14 podem causar lesões precursoras de câncer, sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por cerca de 70% dos casos.
Já os tipos de HPV 6 e 11 estão relacionados com aproximadamente 90% dos casos com verrugas genitais e tem baixo potencial maligno.
Diagnóstico do HPV em homens
A abordagem diagnóstica para o HPV em homens é ainda bastante controversa. Diferentemente das mulheres, não um teste aprovado para a pesquisa de HPV em homens.
A realização de exames de rotina para a pesquisa do HPV em homens assintomáticos não é recomendada.
A peniscopia é um exame que busca identificar feridas que não são visíveis ao olho nú no pênis ou escroto. O exame utiliza o ácido acético 5% nas áreas examinadas e, em seguida, toda a área genital é examinada sob ampliação óptica de 10 a 16 vezes.
O que se procura são lesões acetobrancas, que serão então biopsiadas. O problema é que a a peniscopia não permite uma diferenciação clara entre lesões decorrentes do HPV de lesões sem relação com o HPV em homens.
Alguns profissionais de saúde oferecem exames de esfregaço anal, semelhante ao Papanicolau, para homens em maior risco de câncer anal. Isso inclui homens com HIV ou aqueles que fazem sexo anal receptivo.
Diagnóstico do HPV em homens
A abordagem diagnóstica para o HPV em homens é ainda bastante controversa. Diferentemente das mulheres, não um teste aprovado para a pesquisa de HPV em homens.
A realização de exames de rotina para a pesquisa do HPV em homens assintomáticos não é recomendada.
A peniscopia é um exame que busca identificar feridas que não são visíveis ao olho nú no pênis ou escroto. O exame utiliza o ácido acético 5% nas áreas examinadas e, em seguida, toda a área genital é examinada sob ampliação óptica de 10 a 16 vezes.
O que se procura são lesões acetobrancas, que serão então biopsiadas. O problema é que a a peniscopia não permite uma diferenciação clara entre lesões decorrentes do HPV de lesões sem relação com o HPV em homens.
Alguns profissionais de saúde oferecem exames de esfregaço anal, semelhante ao Papanicolau, para homens em maior risco de câncer anal. Isso inclui homens com HIV ou aqueles que fazem sexo anal receptivo.
Aspectos relacionados a(o) parceiro(a) do homem com HPV
Habitualmente, parceiros sexuais que estiveram juntos tendem a compartilhar o HPV, mesmo quando ambos os parceiros não apresentam sinais da infecção.
Ter HPV não significa que uma pessoa ou seu parceiro esteja fazendo sexo fora do relacionamento atual. Algumas pessoas podem permanecer por até 20 anos com o Papilomavirus sem apresentar sintomas e é quase impossível dizer em que momento ocorreu a transmissão.
O teste de HPV também não deve ser considerado como uma prova de traição. Isso mesmo em uma pessoa com um teste de HPV prévio negativo e que depois venha a positivar.
Eventualmente, o vírus pode ficar “hibernando” em níveis tão baixos que não é detectável em um primeiro teste.
Em outras palavras: um teste negativo para HPV não é uma garantia de que a pessoa não seja portadora do vírus.
O HPV não deve ser considerado impeditivo para que uma pessoa tenha uma vida sexual normal. Com qualquer novo parceiro sexual, os preservativos são importantes.
Para casais em relacionamentos monogâmicos de longo prazo, os preservativos provavelmente têm pouco valor na prevenção de infecções por HPV. Nestes casos, os parceiros inevitavelmente compartilharão o papilomavírus.
Uma vez que uma pessoa do casal tenha o diagnóstico do HPV, porém, é fundamental que o parceiro faça o teste. Isso poderá ajudar em uma eventual detecção precoce de uma lesão que exija tratamento específico.
Vacina contra HPV
A vacinação contra HPV em homens é indicada com a finalidade principal de evitar a transmissão para suas futuras parceiras. O ideal é que ela seja feita antes do início da vida sexual.
Existem atualmente três tipos de vacinas profiláticas contra HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que estão comercialmente disponíveis:
- Vacina bivalente (Cervarix ®): produzida pela empresa GlaxoSmithKline, confere proteção contra HPV 16 e 18. Estes são os tipos mais comumente relacionados ao câncer de colo do útero.
- Vacina quadrivalente (Gardasil ®): produzida pela empresa Merck Sharp & Dohme. Além de proteger contra os tipos 16 e 18, protege também contra os tipos 6 e 11, que são responsáveis pela maior parte dos condilomas (verrugas);
- Vacina nonavalente (Gardasil 9 ®): produzida pela empresa Merck Sharp & Dohme, confere proteção contra HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, que podem causar câncer do colo do útero, vagina, vulva e ânus, assim como contra verrugas provocadas pelo HPV.
A indicação varia de acordo com o tipo de vacina:
- Meninas e mulheres entre 9 e 45 anos de idade, se for a vacina quadrivalente (Gardasil), ou qualquer idade acima dos 9 anos, se for a vacina bivalente (Cervarix);
- Meninos e homens entre 9 e 26 anos de idade, com a vacina quadrivalente (Gardasil);
- Meninos e meninas entre 9 e os 26 anos de idade, com a vacina nonavalente (Gardasil 9).
Vale aqui considerar que as vacinas são preventivas. Elas têm como objetivo evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos.
As vacinas não tratam a infecção pelo HPV. Ainda assim, podem ser tomadas mesmo por pessoas que fazem tratamento ou já tiveram infecção pelo HPV. O objetivo, nestes casos, é proteger contra outros tipos de papilomavírus que não aquele que está causando a infecção atual.
A aplicação da vacina é feita por via intramuscular em duas doses, com seis meses de intervalo entre elas.
A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, principalmente pelo pouco tempo em que é comercializada no mundo, desde 2007. Por este motivo, as técnicas de rastreio e diagnóstico continuam a ser preconizados, independente de uma pessoa ser ou não vacinada.
Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Neste prazo, estudos mostram que a vacina diminui entre 70% a 80% o número de infecções pelo papilomavírus.
Na Austrália, um dos países com maior cobertura vacinal para HPV no mundo, foi observada uma redução de 80% nas infecções pelos tipos de vírus presentes na vacina; 90% de redução de verrugas genitais e 70% de queda no número de lesões precursoras do câncer de colo de útero.