Fisioterapia em Terapia Intensiva
O que é fisioterapia em terapia intensiva?
A fisioterapia em terapia intensiva é um ramo da fisioterapia dedicado à avaliação, tratamento e acompanhamento funcional de pacientes críticos.
A especialidade se diferencia na abordagem de pacientes graves e com múltiplas comorbidades.
O fisioterapeuta especializado em terapia intensiva pode exercer as suas atividades profissionais não apenas nos hospitais, mas também em outros ambientes onde vivem pacientes gravemente enfermos, incluindo casas de cuidados, ambulatórios especializados e domicílios (home care).
Qual a importância da fisioterapia em Terapia Intensiva?
Estes pacientes muitas vezes apresentam limitações importantes de mobilidade e força que podem afetar negativamente a evolução de suas doenças.
Além disso, as perdas decorrentes de períodos mais prolongados de internação podem comprometer de forma significativa a função e a qualidade de vida no momento em que estas pessoas se recuperam e retornam para suas casas.
A abordagem destes pacientes precisa ser ampla, incluindo não apenas o aparelho neuromuscular, mas também os sistemas respiratório e cardiovascular.
Quais os objetivos gerais da fisioterapia em terapia intensiva?
A assistência a pacientes críticos ou potencialmente críticos envolve o trabalho de uma equipe multidisciplinar. Nesse contexto, o fisioterapeuta busca restaurar, desenvolver e manter a capacidade funcional dos pacientes.
Isso envolve, entre outras coisas:
- Restabelecer a independência respiratória e motora;
- Diminuir o tempo de internação;
- Minimizar os efeitos da permanência no leito, como a fraqueza muscular, complicações vasculares (trombose venosa) e o risco de infecções respiratórias (especialmente a pneumonia hospitalar).
Sob o mesmo ponto de vista, a atuação em domicílios (home care) permite a continuidade do tratamento. Bem como diminui a exposição às infecções hospitalares e oferece o contato com a família.
Como são realizados os atendimentos?
As condutas fisioterapêuticas podem variar conforme a avaliação e os objetivos alinhados com a equipe clínica.
Portanto, as intervenções respiratórias e motoras no leito são individuais. Dependendo do caso, podem ser realizadas mais de uma vez ao dia, dentro da unidade.
Um atendimento fisioterapêutico inclui pacientes acordados e respirando sem qualquer tipo de auxílio. Igualmente, aborda aqueles que necessitam de suplementação de oxigênio por meio de máscaras ou auxílio respiratório (ventilação não invasiva).
Todavia, a fisioterapia também atua quando há uma via aérea artificial. Ou seja, tubos orotraqueais ou traqueostomias, dispositivos que permitem a passagem de ar para os pulmões. Geralmente, são indivíduos sob o efeito de sedativos e em ventilação mecânica invasiva.
Fisioterapia em terapia intensiva na Covid-19
A doença do coronavírus 2019, ou Covid-19, apresentou-se como uma doença respiratória com sintomas leves em sua maioria.
Entretanto, uma parte dos pacientes evoluiu rapidamente para pneumonia, danos pulmonares e falência de múltiplos órgãos. A forma mais grave da Covid-19 exige hospitalizações, uso de oxigênio e ventilação artificial por um longo tempo.
Nesse cenário são objetivos primordiais da fisioterapia reduzir as disfunções respiratórias e funcionais da doença. Bem como diminuir a necessidade das intubações, o tempo em ventilação mecânica e garantir a sobrevida das pessoas infectadas.
Contudo, apesar das ações preventivas quanto à imobilidade no leito e suas complicações, pacientes com a forma grave podem evoluir com sintomas duradouros.
Fadiga, dificuldade para respirar e dores articulares são apenas algumas das queixas da Síndrome Pós-Covid-19 ou covid longa. Desse modo, o acompanhamento fisioterapêutico pode ser necessário mesmo depois da fase hospitalar.
Quais são os recursos fisioterapêuticos utilizados?
A fisioterapia em terapia intensiva dispõe de métodos e técnicas aplicados ao paciente crítico.
Entre eles, incluem-se:
Cinesioterapia e mobilização precoce
As condutas fisioterapêuticas têm como base o movimento humano. Logo, a fisioterapia procura manter a amplitude articular, a força muscular, o condicionamento cardiorrespiratório e a mobilidade.
Para isso, podem ser realizados posicionamentos e exercícios terapêuticos, com ou sem o auxílio do profissional, tão logo seja possível. Do mesmo modo, treinar o controle de tronco sentado à beira do leito, na posição em pé e a marcha faz parte do programa.
Recursos para expansão pulmonar
Pacientes acordados e colaborativos podem se beneficiar de exercícios respiratórios, incentivadores respiratórios, pressão positiva expiratória e ventilação não invasiva. Ainda, o ventilador mecânico pode ser um recurso para pacientes com via aérea artificial.
Recursos para remoção de secreções
Mobilizar e remover o excesso de muco das vias aéreas é essencial em terapia intensiva. O estímulo e a assistência à tosse, aparelhos que aceleram o fluxo de ar e o ventilador mecânico também podem ser utilizados para este fim.
Prevenção e tratamento da fraqueza muscular adquirida na UTI.
A fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva (UTI) caracteriza-se por uma fraqueza global, que envolve os membros e os músculos respiratórios.
Estimulação elétrica neuromuscular
A estimulação elétrica neuromuscular pode ser utilizada em pacientes ainda sedados, para evitar a perda de massa muscular. Aparelhos para o treinamento da musculatura inspiratória fazem parte dos recursos para tratar a condição.