Falta de libido masculina (falta de desejo)
O que é a falta de libido masculina?
A falta de libido se refere à falta de desejo ou falta de impulso sexual. Ela pode acontecer tanto com homens como com mulheres, sendo que neste artigo falaremos especificamente sobre a falta de libido masculina.
Ao longo da vida, é esperado que o interesse sexual apresente momentos de altas e baixas. Estas variações podem ocorrer em decorrência de mudanças nos relacionamentos, obrigações profissionais ou familiares ou outras mudanças na vida, incluindo a chegada dos filhos.
Nos relacionamentos de longo prazo, é comum e até esperado que, com o tempo, o interesse por sexo diminua. Isso também acontece em decorrência do avanço da idade.
Em alguns homens, o menor interesse sexual pode se tornar permanente, gerando sofrimento pessoal e podendo colocar pressão nos relacionamentos íntimos.
Em alguns casos, a falta de desejo sexual também pode ser um sinal de condições médicas subjacentes.
Quais as causas da falta de libido masculina?
A falta de libido masculina pode estar asociada a problemas psicosociais, a problemas no relacionamento ou a problemas físicos do paciente. Em muitos casos, ela tem origem multifatorial, quando diferentes fatores podem estar contribuindo para o problema.
Entre os possíveis motivo a serem considerados, incluem-se:
- Outros problemas sexuais, como a disfunção erétil (dificuldade em obter ou manter ereções) ou a ejaculação precoce (falta de controle sobre quando a ejaculação ocorre). Nesses homens, um declínio no desejo sexual pode ser uma tentativa não consciente de adaptação.
- Outros fatores que possam estar gerando estresse no relacionamento também devem ser considerados. Quando um casal entra em conflito devido a diferentes objetivos de vida, questões financeiras, cuidados com os filhos ou a relação com outros membros da família, é esperado que a vida sexual também seja afetada.
- Falha em discutir com o(a) parceiro(a) sobre que tipo de atividades sexuais são desejadas. Em alguns casos, um homem pode estar interessado em atividades sexuais que não são atraentes para sua parceira e vice-versa.
- Condições de saúde que influenciam no bem estar físico, como obesidade, dor crônica, sedentarismo e outras doenças sistêmicas ou metabólicas, como diabetes ou HIV/AIDS.
- Doenças psicológicas / psiquiatras, especialmente a depressão.
- Certos medicamentos, incluindo especialmente os antidepressivos, anti-hipertensivos e drogas recreativas.
- Testosterona baixa (hipogonadismo masculino)
Diagnóstico da falta de libido masculina
O diagnóstico da falta de libido masculina é basicamente feito a partir da história clínica do paciente, investigando-se todas as possíveis causas discutidas acima.
A dosagem da testosterona geralmente faz parte da avaliação. No entanto, outros exames não costumam ser necessários na maior parte dos casos.
Tratamento da falta de libido masculina
Atualmente, não existe nenhuma medicação aprovada com a finalidade de tratar a falta de libido masculina. Assim, o tratamento consiste em fazer uma avaliação precisa das possíveis causas e trata-las quando possível.
Como regra geral, a melhora na qualidade de vida costuma tem um impacto muito positivo na saúde sexual, incluindo a melhora da libido. Isso inclui a prática regular de atividades físicas, a melhora do padrão alimentar e do sono e o tratamento da obesidade.
A testosterona é útil em muitos, mas não em todos os casos de baixa libido.
Ademais, vejamos algumas considerações interessantes:
1. Terapia de casal
A terapia de casal consiste em um processo no qual ambos conversam com o terapeuta sobre o relacionamento, inclusive sobre a vida sexual.
Durante as sessões, o terapeuta pode conduzir o casal para que façam reflexões sobre o relacionamento, coloquem-se no lugar um do outro, pensem sobre novas vias e, ainda, desenvolvam a capacidade de comunicação dentro da relação.
Além disso, as questões sentimentais e emocionais também podem ser discutidas, visando a resolução de conflitos em conjunto que, mais tarde, pode impactar na vida sexual dos dois.
2. Terapia Sexual
Assim como a terapia de casal pode ajudar na hora de reconectar os dois e promover mudanças na vida sexual, a psicoterapia individual, de preferência com um psicólogo especializado em Terapia Sexual, também tem os seus benefícios.
O psicólogo poderá colocar em prática alguns passos, como por exemplo:
- Entrevista inicial, para conhecer melhor o paciente e compreender a sua queixa.
- Análise do contexto, na qual o psicólogo procurará entender como é o relacionamento do paciente, quais são as características dessa relação, a rotina, e assim por diante.
- Psicoeducação, quando o psicólogo ajuda o paciente a entender os seus sintomas psicológicos, visando dar a ele conhecimentos para que possa enfrentar determinadas situações sozinho.
- Trabalho focado nas questões traumáticas e relacionadas à vida sexual do sujeito, visando quebrar tabus, trazer novas perspectivas e ajudá-lo a melhorar a sua vida sexual de uma forma geral.
- Acolhimento das emoções e desenvolvimento da inteligência emocional.
- Entre outros métodos e técnicas que visam dar ao indivíduo uma autonomia na construção do seu autoconhecimento e das mudanças em sua própria vida.
3. Redução do estresse
Sabemos que, nos dias atuais, é quase impossível pensar em reduzir o estresse na rotina. Porém, é extremamente necessário.
Nós não somos super-heróis ou máquinas infalíveis, somos seres humanos. Isso significa que temos limites bastante importantes, que nos ajudam a manter a nossa saúde física e mental.
No entanto, se buscamos ultrapassar esses limites de forma frequente, não dando atenção ao que o nosso corpo está tentando nos dizer, consequentemente poderemos experimentar problemas de saúde diversos, como a falta de libido masculina.
Sendo assim, comece a analisar como está a sua rotina: o que você acredita que está causando picos de estresse de forma frequente? Como é possível remanejar essa situação? O que pode ser feito para reduzir o problema? Quais são os primeiros passos nesse sentido?
Além de implementar mudanças que ajudem a reduzir o estresse na rotina, considere, ainda, dar pequenas pausas no seu dia, quando perceber que o excesso de estresse está aparecendo novamente.
Por exemplo, se uma determinada atividade está provocando um pico de estresse muito alto, considere dar uma pausa para evitar que ela se transforme em algo insuportável.
Cuidar da saúde mental, dessa forma, pode contribuir – e muito – para a libido masculina e para a saúde em geral.
4. Organização da rotina
Seguindo o que comentamos no tópico acima, precisamos de uma organização em nossa rotina para evitar as sobrecargas que causam estresse, ansiedade e fadiga excessiva.
A exaustão, no fim do dia, pode esgotar a energia sexual do indivíduo e, por isso, organizar bem a sua agenda pode ser um caminho muito importante – e produtivo.
Considere, dessa forma, avaliar como tem sido o seu dia a dia de trabalho. Você acredita que está conseguindo se organizar de uma maneira saudável, ou a carga de demandas têm ultrapassado os limites? Pense sobre isso.
É muito importante cuidar da forma como dispomos as nossas atividades diversas em nossa rotina. Caso contrário, poderemos estar colocando a nossa saúde mental em risco, com atividades que apenas sobrecarregam o corpo e a mente.
Inclusive, se você se deparar com excessos de trabalho e atividades, considere delegar ou remanejar a situação, visando uma carga que esteja dentro dos seus limites pessoais.
Acredite, essa pequena mudança na rotina pode ajudá-lo a ter mais energia mental e física, que são essenciais para a libido masculina.
5. Implementação de hábitos saudáveis
Como comentamos no decorrer deste conteúdo, os hábitos que colocamos em prática na nossa vida têm relação direta com a nossa saúde sexual.
Isto é, não somos um ser dividido em partes, mas, sim, tudo o que acontece, no nosso dia a dia, impacta nas mais diversas esferas de nossas vidas.
Logo, é muito importante que as práticas de exercícios, a alimentação adequada e os cuidados com o sono sejam levados em conta na hora de combater a falta de libido masculina.
Nosso corpo precisa desse cuidado para que tudo funcione de uma forma harmônica e saudável. Caso contrário, diversas funções, inclusive sexuais, poderão ser afetadas pelo sedentarismo, má alimentação, tabagismo e álcool.
6. Autoconhecimento
Você realmente conhece a si mesmo? Sabe quais são as suas zonas erógenas no corpo e sabe descrever as suas fantasias para a sua parceira ou parceiro? Então, talvez este seja um bom momento para pensar sobre isso.
Quando sabemos o que realmente nos agrada e nos atrai sexualmente, tendencialmente poderemos estimular a nossa libido com mais facilidade.
Caso contrário, como a energia sexual poderá existir se não estivermos satisfeitos com a vida sexual que seguimos? Pois é.
Por isso, conhecer o próprio corpo, entender o que realmente chama a sua atenção e mergulhar no autoconhecimento são peças-chave quando pensamos no processo de superação da falta de libido masculina.
7. Melhora da comunicação no relacionamento
Procure desenvolver uma boa comunicação no relacionamento, buscando deixar claro os desejos e vontades de cada um dos dois.
Além do mais, a comunicação aproxima e ajuda na conexão do casal, o que pode servir de base para o aumento da libido.
Outro ponto importante é comunicar quando algo não está muito legal na relação sexual, deixando claro o que você realmente deseja. Isto é, você não precisa praticar uma relação que não te dá prazer, mas, sim, pode conversar com o parceiro ou com a parceira para alinhar algumas questões e todo mundo poder se sentir satisfeito – e, logo, a libido fazer parte da vida do casal de um modo mais natural.
Testosterona para falta de libido
A prescrição de testosterona para homens com queixa de falta de libido deve ser feita com critérios bem definidos, pois a reposição hormonal inadequada pode trazer riscos significativos, mesmo em baixas doses.
Níveis baixos de testosterona sem sintomas característicos não são suficientes para a prescriação da testosterona, bem como a falta de libido na presença de níveis hormonais normais.
Outras causas de falta de libido também precisam ser investigadas e tratadas. Uma vez que se decida pelo uso da testosterona, ela deve ser prescrita em doses suficientes para se atingir os níveis hormonais normais, e não em doses suprafisiológicas.