Estenose de traqueia e traqueoplastia

A estenose de traqueia se refere a um estreitamento da traqueia. A traqueia é um órgão tubular, cilíndrico e cartilaginoso que faz parte do sistema respiratório. Ela tem como função principal transportar o ar para dentro e para fora dos pulmões.

A traqueia tem entre 10 e 15 cm de comprimento e 1,5 cm de diâmetro nos adultos. Ela se origina a partir da laringe na parte da frente do pescoço

e termina atrás da parte superior do esterno, no tórax, na altura da quinta vértebra torácica. Ao final, ela bifurca e une-se aos dois brônquios, em uma área denominada carina. Os brônquios levam então o ar para cada um dos pulmões.

Quando uma pessoa tem a traqueia estreitada (estenose de traqueia), o ar sofre uma maior resistência para se mover para dentro e para fora dos pulmões.

Existem dois tipos de estenose traqueal: adquirida e congênita.

Estenose congênita
Malformação dos aneis traqueais presentes ao nascimento, com acometimento de 2 em cada 100.000 bebês. É uma condição grave e com alta taxa de mortalidade.

Estenose adquirida
Mais comum e geralmente com melhor prognóstico, podendo afetar crianças ou adultos. Pode ser causada por doenças e tratamentos que afetam a traqueia.
Bebês muito prematuros possuem pulmões não completamente desenvolvidos ao nascimento, necessitando de entubação orotraqueal prolongada. Isso pode levar ao desenvolvimento de estenose de traqueia.
Nos adultos, 60% dos casos também ocorrem como consequência de uma entubação orotraqueal.
Outras possíveis causas incluem distúrbios autoimunes, sarcoidose pulmonar, tuberculose, infecções bacterianas ou virais, inalação de substância cáustica ou tumores. Além disso, alguns pacientes podem desenvolver a estenose de traqueia sem uma causa clara para isso. Estes casos são chamados de estenose de traqueia idiopática.

Os principais sintomas da estenose de traqueia incluem:

• Falta de ar e dificuldade para respirar.
• Chiado, que é um barulho semelhante a um assobio ao respirar.
• Tosse persistente.
• Resfriados frequentes, surtos de pneumonia ou outras infecções respiratórias.
• Congestão no peito.
• Apnéia obstrutiva do sono.

Outros sintomas presentes em bebês e crianças incluem:

• Dificuldade em amamentar ou usar a mamadeira.
• Dificuldade para respirar enquanto comem.
• Pele azulada ao redor do nariz e das gengivas.

No paciente com quadro clínico compatível, o diagnóstico da estenose de traqueia pode ser feito com os seguintes exames:

• Broncoscopia: introdução de um tubo fino pela boca ou narina, que avança até os brônquis e gerando imagens instantâneas ao longo deste trajeto.
• Exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC).
• Prova de Função Pulmonar.

A estenose traqueal geralmente é tratada com cirurgia pelo cirurgião torácico. No entanto, a escolha do procedimento depende de fatores como a gravidade da estenose, a localização do estreitamento da traqueia e a causa do problema.
Estre as opções de tratamento, incluem-se:

• Dilatação traqueal broncoscópica: um balão é introduzido deinflado por meio da broncoscopia. Ao chegar ao ponto de obstrução, ele é inflado, dilatando mecanicamente a traqueia. A seguir, um stent pode ser colocado no local para manter a traqueia aberta.
• Ressecção e reconstrução traqueal: a área de cicatrização e constrição traqueal é cortada e as duas extremidades restantes são costuradas, resultando em uma via aérea desobstruída.