Esquizofrenia
O que é Esquizofrenia?
A esquizofrenia é um distúrbio cerebral crônico que provoca delírios, alucinações, fala desorganizada, problemas de raciocínio e falta de motivação.
Quando a doença está ativa, ela pode ser caracterizada por episódios em que a pessoa é incapaz de distinguir entre experiências reais e irreais.
A doença acomete aproximadamente 0,3% da população (1). Ela geralmente se manifesta na adolescência ou início da idade adulta, entre 20 e 30 anos de idade (2).
Sintomas da Esquizofrenia
Os sintomas de esquizofrenia variam de pessoa para pessoa. Eles podem ser divididos em três grupos:
- Sintomas positivos: comportamentos anormais tipicamente vistos em pacientes esquizofrênicos, incluindo delírios e alucinações.
- Sintomas negativos: comportamentos anormalmente ausentes na pessoa com esquizofrenia, como a falta de afetividade.
- Sintomas desorganizados: Pensamento e fala confusos e desordenados, problemas com o pensamento lógico e, às vezes, comportamento bizarro ou movimentos anormais.
Como em qualquer doença, a gravidade, duração e frequência dos sintomas podem variar.
Habitualmente, porém, a incidência de sintomas psicóticos graves geralmente diminui à medida que a pessoa envelhece.
Sintomas positivos
Os principais sintomas positivos da esquizofrenia incluem:
Delírios
Delírios são crenças fixas em algo que não é real. A pessoa pode acreditar que está sendo perseguida, envenenada ou que tem super-poderes, apesar de evidências claras em contrário.
Alucinações
Alucinações se referem à experiência de ouvir, ver, cheirar, provar ou sentir coisas que não existem.
A pessoa pode ter a percepção de estar ouvindo vozes como se uma outra pessoa estivesse conversando com ela.
Agressividade e agitação
Apesar de muita gente relacionar esquizofrenia a atos agressivos, os pacientes esquizofrênicos não são naturalmente violentos.
Por outro lado, agitação e violência podem estar presentes durante um episódio de delírio de perseguição muito intenso, como forma de se defender da ameaça que ele acredita estar sofrendo.
Risco de suicídio
A esquizofrenia está associada com aumento de dez vezes do risco de morte por suicídio. e 50% dos pacientes esquizofrênicos podem tentar o suicídio em algum ponto do curso da doença e 5% deles de fato o fazem (3).
O suicídio é a principal causa de morte de pacientes com esquizofrenia com idade menor que 35 anos, sendo que o risco é maior nos primeiros anos após o diagnóstico da doença (4).
Perda do juízo crítico, delírios e alucinações, depressão e ansiedade são alguns dos fatores que contribuem para um maior risco de suicídio.
Sintomas negativos
Alterações da afetividade
A pessoa perde a capacidade de expressar suas emoções e de reagir emocionalmente a certas situações, mostrando-se indiferente e sem expressão afetiva.
Eventualmente, ela pode ter reações afetivas inadequadas ou desconexas com o contexto do momento.
Isolamento social
O paciente esquizofrênico parece viver em um “mundo paralelo” só dele.
A apatia, a falta de afetividade e de emotividade muitas vezes faz com que ele acabe por se isolar socialmente.
Falta de alto cuidado
A pessoa pode deixar de adotar os autocuidados básicos ou mesmo de aceitar os cuidados oferecidos por terceiros.
Sintomas de desorganização lógica
Pensamento desorganizado
A pessoa fala coisas desconexas e sem sentido. Ela pode mudar de um tópico para outro ou responder com um tópico não relacionado na conversa. A comunicação pode ficar completamente desconexa.
Deficiência cognitiva
O esquizofrênico apresenta problemas com a atenção, concentração e memória.
Tudo isso acaba por comprometer o seu desempenho educacional.
Distúrbios motores
O esquizofrênico pode apresentar diferentes tipos de distúrbios motores, incluindo:
- Movimentos descoordenados e involuntários;
- Falta de movimentação;
- Presença de movimentos repetidos;
- Olhar fixo;
- Caretas.
Diagnóstico da esquizofrenia
O diagnóstico deve ser feito com base nos sintomas e no histórico clínico. Não existe nenhum tipo de exame laboratorial que permita confirmar ou afastar o diagnóstico da doença.
O principal diagnóstico diferencial é o abuso de substâncias, especialmente das drogas ilícitas.
Por outro lado, pessoas com esquizofrenia correm maior risco de uso indevido de drogas do que a população em geral.
Esta combinação pode dificultar e atrasar o diagnóstico da esquizofrenia.
O diagnóstico de quadros leves e iniciais da esquizofrenia também pode ser dificultado na adolescência ou em adultos jovens.
Isso porque alguns sintomas são parecidos com sentimentos e situações que podem ser comuns da fase, incluindo:
- Afastamento de amigos e familiares;
- Redução no desempenho escolar;
- Dificuldade para dormir;
- Irritabilidade ou mau-humor;
- Falta de motivação.
Tratamento
O tratamento da Esquizofrenia é conduzido pelo Médico Psiquiátra. Embora não exista cura para a esquizofrenia, muitos pacientes convivem bem com sintomas mínimos.
Sempre que possível, deve-se dar preferencia para o tratamento ambulatorial, de forma que o paciente continue morando com a família.
A internação em hospital psiquiátrico ocorre apenas quando o paciente oferece risco à própria vida ou às pessoas com quem convive, com sintomas psicóticos positivos intensidade.
Isso geralmente acontece no caso de pacientes que não aceitam o tratamento ou quando o organismo não responde bem ao medicamento.
A internação em residências para pacientes com transtorno mental deve ser evitada quando possível, mas pode ser considerada quando há internações recorrentes ou ausência de vínculo familiar.
Para pessoas com esquizofrenia, o apoio familiar é particularmente importante para a manutenção da saúde e do bem-estar.
O suporte educacional para a família também é fundamental.
Tratamento medicamentoso
A maioria dos pacientes precisa utilizar medicamentos antipsicóticos ou neurolépticos de forma contínua.
Eles têm duas funções principais:
- Alívio dos sintomas durante as fases de agudização;
- Prevenção das recorrências.
Estes medicamentos demoram de uma a duas semanas para começar a fazer efeito (5). Assim, uma vigilância próxima deve ser adotada nesta fase, especialmente na presença de sintomas positivos significativos. A internação pode ser considerada em alguns casos durante este período.
Psicoterapia
A psicoterapia envolve uma série de ações que visam reintegrar o esquizofrênico à sociedade da melhor forma possível.
O psicólogo deve buscar identificar fatores estressores que costumam piorar o quadro. A partir disso, deve ensinar o paciente e seus familiares a como evitá-los.
A terapia também ajuda na comunicação e interação social, ganho de independência, melhora da auto-estima e no controle de sentimentos e sensações.