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Doença de Kawasaki

O que é a Doença de Kawasaki?

A doença de Kawasaki é uma condição que acomete as crianças e que faz com que os vasos sanguíneos fiquem inflamados.

Ela é mais comum em menores de 5 anos, especialmente entre os 18 e os 24 meses (1). Crianças mais velhas também podem ser afetadas, mas é incomum entre adolescentes, adultos e bebês com menos de 04 meses de idade. Os meninos são ligeiramente mais acometidos do que as meninas.

As complicações mais graves envolvem o coração. Elas incluem miocardite aguda com insuficiência cardíaca, arritmias e aneurismas da artéria coronária.

Sintomas

A Doença de Kawasaki se inicia com um quadro de febre superior a 39 graus que não sede por ao menos cinco dias, associado a irritabilidade, letargia ocasional ou dor abdominal.

É comum uma agitação extrema, especialmente em crianças mais novas.

Uma congestão nos olhos aparece geralmente entre um e dois dias após o início da febre.

Em 5 dias, aparece um exantema polimorfo, macular e eritematoso, principalmente ao longo do tronco. Este exantema pode se acentuar na região perineal.

Os lábios se tornam avermelhados, fissurados e secos. A língua fica avermelhada, semelhante a um morango.

A dor articular está presente em aproximadamente 30% dos pacientes.

Linfonodos inchados em um lado do pescoço estão presentes em 50% dos pacientes ao longo de todo o curso da doença, que geralmente varia entre duas e doze semanas (1).

Manifestações cardíacas

As manifestações cardíacas geralmente acontecem na fase subaguda da síndrome, cerca de 1 a 4 semanas após o início da doença. Elas aparecem assim que o exantema, a febre e outros sintomas clínicos agudos precoces começam a desaparecer.

As manifestações precoces incluem miocardite aguda com insuficiência cardíaca, arritmias, endocardites e pericardites.

Em aproximadamente 20% dos pacientes, há o acometimento das Artérias Coronárias, o que implica em maiores riscos para o paciente (2). Isso é mais comum em crianças mais novas (3).

Diagnóstico da Doença de Kawasaki

O diagnóstico da Doença de Kawasaki é feito com base nos sintomas e história clínica do paciente, uma vez que não existe nenhum exame capaz de confirmar ou descartar a doença.

Exames como hemograma, velocidade de hemosedimentação, proteína C-reativa, anticorpos antinucleares, fator reumatoide, albumina, enzimas hepáticas, culturas da garganta e do sangue, exame de urina e radiografia de tórax podem ser solicitados para descartar outras condições com sintomas semelhantes.

A avaliação cardiológica é feita por meio do eletrocardiograma e do ecocardiograma. A arteriografia coronariana é ocasionalmente útil em pacientes com aneurismas e testes anormais de esforço.

Estes exames devem ser repetidos regularmente nos primeiros meses, já que os danos nas artérias coronárias podem aparecer várias semanas depois do início da doença.

Tratamento

O tratamento da Doença de Kawasaki é geralmente feito pelo Médico Reumatologista. Ele é eficaz em reduzir os sintomas agudos. Além disso, a incidência de aneurismas arteriais coronarianos pode ser reduzido de 20% para menos de 5% (4).

Existem dois tratamentos principais para a doença de Kawasaki:

Aspirina
A aspirina tem por objetivo manter o sangue anticoagulado, evitando-se as complicações d doença. Ela é administrada inicialmente a cada 6 horas. Em seguida, a dose diminui para uma vez por dia. Uma criança pode ter que continuar tomando aspirina por um longo período.
Após 4 a 5 dias da melhora do quadro, a dose de aspirina é reduzida para 3 a 5 mg/kg, uma vez ao dia. Esta dose é mantida por menos 8 semanas após o início da doença.
Se não houver aneurismas das artérias coronárias e na ausência de sinais inflamatórios, o uso do ácido acetilsalicílico pode ser interrompido.
A aspirina pode ser mantida indefinidamente para aquelas crianças que apresentarem anormalidades das artérias coronárias.

Imunoglobulina intravenosa
A imunoglobulina é um medicamento usado com o objetivo de reduzir o inchaço nos vasos sanguíneos.
A maioria dos pacientes apresenta uma resposta rápida nas primeiras 24 horas de tratamento. Entretanto, uma menor proporção continua febril por vários dias e exige repetição da dose de imunoglobulina.

Prognóstico

Na ausência de doença coronariana, o prognóstico para a recuperação completa é excelente.

Aquelas que têm envolvimento da artéria coronária precisarão de avaliações cardiológicas regulares. Entretanto, com os cuidados médicos certos, esses pacientes geralmente também têm um bom resultado.

Sem tratamento, a mortalidade pela Doença de Kawasaki pode alcançar 1% até a 6a semana do início da doença. Já com tratamento adequado, a taxa de mortalidade cai para 0,17% (5).

As mortes geralmente acontecem em decorrência de complicações cardíacas e podem ser súbitas e imprevisíveis. Mais de 50% dos casos ocorrem no primeiro mês da doença e 75% ocorrem nos dois primeiros meses.