medicina e exercicio
Pesquisar
Pesquisar

Distensão Muscular

O que é a Distensão Muscular?

A Distensão Muscular ocorre quando um músculo é esticado além daquilo que ele é capaz de resistir, levando ao rompimento de parte ou de todas as suas fibras.

Ela é também chamada pelos termos estiramento muscular ou lesão muscular.

A distensão muscular representa entre 10 e 50% das lesões traumáticas em atletas, dependendo do esporte envolvido (1).

O problema é mais comum em esportes de contato, esportes com muitas mudanças de direções e movimentos explosivos em geral.

Este é o principal motivo para perda de treino em esportes como o futebol e o atletismo.

Como ocorre o estiramento muscular?

A maior parte das lesões ocorre durante o movimento excêntrico, ou seja, quando o músculo está atuando como um desacelerador da articulação.

Neste movimento, apesar da musculatura estar fazendo força, ela está se alongando. Fazendo uma analogia, é como se puxasse um elástico até ele se romper.

Cada grupo muscular tende a se romper em um movimento específico:

  • Quadríceps: movimentos de desaceleração, aterrissagem de saltos;
  • Posterior da coxa: Sprints;
  • Adutores: mudanças súbitas de direção;
  • Panturrilha: movimentos de desaceleração e aterrissagem de saltos.

Fatores de risco para o estiramento muscular

Desequilíbrios e fraquezas musculares

Quando existe um desequilíbrio significativo entre grupos musculares que realizam movimentos opostos, a musculatura mais fraca fica predisposta a lesões.

Numa analogia, seria como um cabo de guerra, no qual as pessoas de um lado são muito mais fortes do que as pessoas do outro lado. O lado mais fraco tende a se romper.

Encurtamentos musculares

A distensão muscular acontece quando as fibras são alongadas além do que ela é capaz de resistir.

Quando existe um encurtamento muscular, o músculo trabalha muito próximo desses limites, aumentando o risco de lesões.

Fadiga

Quando uma musculatura está fadigada, sua capacidade de resistir a um movimento fica comprometida.

Por este motivo, a maior parte dos casos de Distensão muscular acontece justamente na parte final dos treinos ou competições, quando o atleta está mais cansado (1).

Idade

Atletas com idade mais avançada apresentam menor elasticidade da musculatura. Assim, eles estão mais expostos a este tipo de lesão.

O risco de Distensão muscular aumenta especialmente após os 30 anos de idade.

Lesões prévias

As lesões musculares cicatrizam pela formação de fibrose, uma espécie de “cola biológica”. O tecido fibroso não possui elasticidade nem contratilidade.

Assim, para a musculatura manter a mesma capacidade de se alongar, é preciso que as fibras que não se romperam compensem a perda da elasticidade no local da lesão.

Trabalhando mais próximo de sua capacidade, o risco de novas lesões torna-se maior.

Até 16% das lesões musculares no futebol são recidivas de lesões prévias (1).

Como prevenir a Distensão muscular?

A Distensão muscular é a principal causa para afastamento esportivo em modalidades com movimentos explosivos, como o futebol ou o atletismo.

Isso justifica todo o investimento feito pelos clubes na prevenção destas lesões.

Muitos atletas competem no alto rendimento mesmo na presença de desequilíbrios musculares importantes.

Estes desequilíbrios podem ser identificados por meio de uma avaliação de rotina do atleta. Testes como a dinamometria ou o isocinético podem ser usados para isso.

O controle da carga de treino tem sido cada vez mais implementado por fisiologistas. O objetivo é evitar que os atletas ultrapassem suas capacidades fisiológicas durante os treinamentos.

Por fim, por mais que idade e lesões prévias sejam fatores de risco não modificáveis, a identificação do risco potencial é importante. O atleta de maior risco deve idealmente assumir um perfil mais conservador em relação à carga de treino, evitando atuar “no sacrifício”.

Sinais e sintomas da Distensão Muscular

Ainda que muitos valorizem excessivamente os exames de imagem no diagnóstico das distensões musculares, estudos mostram que a avaliação clínica cuidadosa é mais fidedigna do que qualquer exame na previsão do tempo necessário para retornar ao esporte após uma distensão muscular (1).

O paciente com estiramento muscular apresenta dor de início súbito, habitualmente após um movimento em alta velocidade. Pode ocorrer um estalido audível ou a sensação de que levou uma pedrada no local.

Dependendo do grau de acometimento da musculatura, a dor pode variar de leve incômodo durante o esforço até à incapacidade para apoiar o pé no chão. Em alguns casos, é possível observar um defeito palpável.

Passados os primeiros dias, poderá ser observado o aparecimento de áreas roxas na pele, também chamada de equimose. A área roxa representa um sangramento que ocorre em decorrência da lesão muscular.

Como o sangue pode se mover com a força da gravidade, é possível que estas áreas roxas se estendam para longe do local anatômico da lesão.

No caso de uma distensão muscular na coxa, a equimose pode aparecer na perna. No caso de uma lesão na panturrilha, ela pode aparecer no tornozelo.

Diagnóstico por imagem

O diagnóstico da Distensão muscular pode ser feito tanto por meio da Ressonância Magnética como por meio do ultrassom.

Estes exames não apenas identificam a lesão, mas são também capazes de diferenciar o estiramento muscular de uma lesão parcial ou lesão completa.

A principal diferença entre os exames é que o ultrassom é mais dependente da técnica de realização do exame e da interpretação feita pelo radiologista no momento do exame. Assim, na ausência de um radiologista especialista, a ressonância pode ser um exame mais confiável.

Como diferenciar a distensão muscular da dor muscular pós-treino?

Tanto a dor muscular pós-treino como as lesões musculares são comuns em esportes que envolvem rápidas acelerações, desacelerações e mudanças de direção.

Diferenciar estas duas condições é fundamental, já que o tratamento será completamente diferente. Clinicamente, devemos considerar os seguintes aspectos para realizar esta diferenciação:

Início da dor

 A dor muscular pós-treino tipicamente se inicia entre duas e 24 horas após o exercício, atingindo seu pico após 36 horas. 

Já as lesões musculares provocam dor quase que imediatamente após a lesão.

Duração da dor

Na maioria dos casos, a dor muscular pós-treino se tornará menos intensa em dois ou três dias. Já as lesões musculares tendem a demorar mais para se recuperar.

Característica da dor

Habitualmente, a dor muscular pós-treino tende a ser mais difusa, não tão bem localizada. Nas lesões musculares, é possível se apontar com o dedo o local da dor.

Classificação da lesão muscular

O estiramento muscular pode ser classificado em três graus:

Grau I: 

Acometimento de até 5% das fibras musculares. 

Apresenta bom prognóstico, com limitação leve e rápida restauração das fibras rompidas.

Usualmente, o paciente só apresenta queixas durante o esforço físico.

Grau II: 

Lesão com acometimento de 5% a 50% das fibras musculares. 

O paciente pode apresentar equimose leve. 

A dor é mais intensa e pode levar a alguma dificuldade para caminhar nos primeiros dias;

Grau III: 

Lesão com acometimento de mais de 50% das fibras musculares.

A incapacidade funcional é significativa e a dor muito mais intensa.

Edema, equimose e hematoma são mais pronunciados.

O defeito muscular pode ser palpável e visível.

Tratamento das lesões musculares

Tanto a dor muscular pós-treino como as lesões musculares são comuns em esportes que envolvem rápidas acelerações, desacelerações e mudanças de direção.

Diferenciar estas duas condições é fundamental, já que o tratamento será completamente diferente. Clinicamente, devemos considerar os seguintes aspectos para realizar esta diferenciação:

Início da dor

 A dor muscular pós-treino tipicamente se inicia entre duas e 24 horas após o exercício, atingindo seu pico após 36 horas. 

Já as lesões musculares provocam dor quase que imediatamente após a lesão.

Duração da dor

Na maioria dos casos, a dor muscular pós-treino se tornará menos intensa em dois ou três dias. Já as lesões musculares tendem a demorar mais para se recuperar.

Característica da dor

Habitualmente, a dor muscular pós-treino tende a ser mais difusa, não tão bem localizada. Nas lesões musculares, é possível se apontar com o dedo o local da dor.

Classificação da lesão muscular

O estiramento muscular pode ser classificado em três graus:

Grau I: 

Acometimento de até 5% das fibras musculares. 

Apresenta bom prognóstico, com limitação leve e rápida restauração das fibras rompidas.

Usualmente, o paciente só apresenta queixas durante o esforço físico.

Grau II: 

Lesão com acometimento de 5% a 50% das fibras musculares. 

O paciente pode apresentar equimose leve. 

A dor é mais intensa e pode levar a alguma dificuldade para caminhar nos primeiros dias;

Grau III: 

Lesão com acometimento de mais de 50% das fibras musculares.

A incapacidade funcional é significativa e a dor muito mais intensa.

Edema, equimose e hematoma são mais pronunciados.

O defeito muscular pode ser palpável e visível.

Tratamento das lesões musculares

O músculo é um tecido bastante vascularizado, o que faz com que a maior parte das lesões cicatrizem sem maiores dificuldades. 

Entretanto, sem o tratamento adequado, o risco de recorrência da lesão é bastante elevado.

Muitos se preocupam excessivamente com o tempo de afastamento esportivo. Muitos esperam passivamente este tempo, como se nenhum tratamento fosse necessário.

A melhora da dor acontece precocemente, antes que a musculatura esteja completamente recuperada. Isso pode dar a falsa sensação de que o retorno esportivo seria seguro, o que não necessariamente é uma verdade.

O tratamento da lesão muscular deve ser dividido em três fases, conforme descrito abaixo.

Fase 1 (destruição)

É a fase de formação de hematoma, que ocorre a partir do sangramento no local da lesão e a necrose das fibras lesionadas. 

O tratamento deve seguir o método PRICE, sigla em inglês para as ações de proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido.

Nas lesões mais graves, pode ser indicado o uso de muletas. O gelo deve ser iniciado tão cedo quanto possível e aplicado por 20 a 30 minutos de cada vez, podendo ser repetido a cada duas horas. 

Menos que 20 minutos não propiciará o resfriamento necessário. Mais do que 30 minutos pode levar a um sofrimento da pele ou a um efeito rebote, inclusive com piora da dor. 

O gelo não deve ser aplicado diretamente sobre a pele, para evitar queimaduras. Ele deve ser protegido por um pano ou saco. 

Faixas compressivas no local da lesão ajudam a estabilizar a musculatura e poderão ser indicadas.

O uso de medicações anti-inflamatórias deve ser feito com parcimônia. A inflamação faz parte do processo de recuperação e cicatrização da lesão muscular e até certo ponto é desejável após uma lesão. Sem inflamação, o músculo não cicatriza adequadamente.

A inflamação excessiva, por outro lado, leva a um aumento dos radicais livres e pode levar a um dano muscular secundário. 

Assim, nas lesões mais significativas, os anti-inflamatórios devem ser indicados por curto período (dois a três dias) devendo ser descontinuado após este período.

Nas lesões mais leves, o uso de gelo pode ser suficiente, sem a necessidade de medicações anti-inflamatórias.

Fase 2 (reparo)

É a fase de formação de tecido cicatricial no local do hematoma. 

Neste momento, a fisioterapia pode se valer de métodos como o ultrassom e o laser para potencializar a reabsorção do hematoma, a redução do processo inflamatório e do espasmo e a reparação do tecido.

Exercícios são introduzidos de forma gradativa, sempre respeitando a dor e a capacidade de reparo.

O exercício é importante para melhorar a qualidade do tecido de reparo e também para evitar uma perda ainda maior de musculatura.

Fase 3 (remodelação)

Nesta etapa do tratamento, os exercícios para alongamento e fortalecimento devem ser continuados, até que exista um equilíbrio adequado entre os diferentes grupos musculares e entre os dois membros.

Entretanto, apenas recuperar a força pode não ser suficiente. É preciso também que o atleta reaprenda a usar esta musculatura. Isso envolve  treinos de aceleração e desaceleração, saltos, mudanças de direção e equilíbrio, entre outros.

Retorno esportivo

O tempo estimado para o retorno ao esporte, em atletas de alto rendimento, varia conforme o grau da lesão:

  • Lesões Grau I: 1 a 2 semanas;
  • Lesões Grau II: 4 a 6 semanas;
  • Lesões Grau III: 2 a 3 meses.

Entretanto, existem outros critérios tão importantes quanto o tempo decorrido desde a lesão para guiar este retorno. Devem também ser considerados a ausência de dor, força equilibrada e a recuperação funcional da musculatura.

Infelizmente, muitos consideram apenas a ausência de dor, voltando a se lesionar tão logo retornem ao esporte.