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Derivação Portossistêmica Intra-hepática

O que é a Derivação Portossistêmica Intra-hepática?

A derivação portossistêmica intra-hepática é uma conexão artificial feita entre a veia porta, que leva o sangue do trato gastrointestinal para o fígado, e a veia hepática, que leva o sangue do fígado para o coração.

Desta forma, o sangue é desviado por fora do fígado, sem passar por esta área com grande resistência ao fluxo de sangue.

Benefícios

A derivação portossistêmica promove um desvio da circulação do sangue para fora do fígado. Com isso, há uma redução da hipertensão no sistema porta e de suas consequências.

Esta é uma excelente forma de tratamento, por exemplo, para as varizes esofágicas e de outros problemas decorrentes da hipertensão portal.

Quais os problemas da Derivação Portossistêmica?

Uma importante função do fígado é a filtração de toxinas que são normalmente produzidas pelo corpo durante o metabolismo de alimentos, álcool e medicamentos.

No paciente com Derivação Portossistêmica, esta filtração não acontece. Com isso, as toxinas se acumulam nos tecidos e especialmente no cérebro, podendo dar origem à encefalopatia hepática.

O fígado também tem uma função no combate a microorganismos que entram no sangue através do aparelho digestivo. Quando o sangue desvia por fora do fígado, o risco de infecções aumenta.

Indicações

A Derivação Portossistêmica é indicada para o paciente com Hipertensão Portal acompanhada de complicações, incluindo:

  • Varizes esofágicas com grande risco para sangramento;
  • Ascite refratária ao tratamento convencional;
  • Trombose da veia porta.

Contraindicações

Pacientes com doença renal terminal têm mal prognóstico com a Derivação portossistêmica, especialmente aqueles com pontuação MELD superior a 15 (1). 

Estes pacientes devem ser indicados preferencialmente para a realização de Transplante Hepático. A Derivação Portossistêmica apenas deve ser considerada na indisponibilidade do transplante.

A pontuação MELD (Model for End-staged Liver Disease) é uma medida feita a partir de exames laboratoriais específicos e que indica o risco de morte em um prazo de até três meses.

Outra contraindicação é a encefalopatia hepática mal controlada pela lactulose. Isso porque a Encefalopatia Hepática tende a piorar após a Derivação.

Como é feita a Derivação Portossistêmica?

Habitualmente, a Derivação Portossistêmica é feita com o paciente sob sedação.

Inicialmente, um cateter é inserido através de uma veia no pescoço (veia jugular) e direcionado até o fígado.

Um stent é então passado através do cateter e faz uma conexão entre as veias porta e hepática. O stent mantém o local de conexão aberto para que o sangue possa fluir mais facilmente da veia porta para a veia hepática.

Resultado

A incidência de derivações não funcionantes é de 13% em 6 meses e 15 a 20% em 1 ano (1).

A derivação se mostra efetiva para reduzir a Ascite resistente ao tratamento, para reduzir o sangramento de varizes esofágicas e melhora da função renal.

Por outro lado, ela leva a um maior risco de encefalopatia hepática.