Deficiência de Magnésio (Hipomagnesemia)

O magnésio participa de diversas reações bioquímicas no corpo.

Cerca de 60% dele é encontrado nos ossos e 30% nos músculos, com o restante presente nos tecidos moles e fluidos, incluindo o sangue.

Com isso, ele ajuda a manter as funções de nervos, músculos, coração e sistema imunológico, entre outros.

Entre as funções do magnésio, devemos considerar que ele:

• Participa do mecanismo de contração muscular
• Produz hormônios que aumentam a deposição de cálcio nos ossos;
• Regula os níveis de glicose no sangue, sendo importante para o controle do diabetes;
• Diminui o acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos, o que diminui o risco de Doença Arterial
• Coronariana e outras doenças cardíacas;
• Alivia a azia e a má digestão, especialmente quando usado na forma de hidróxido de magnésio;
• Controla a pressão arterial, especialmente em mulheres grávidas;
• Participa da produção de serotonina, um neurotransmissor que ajuda a diminuir a ansiedade, manter a saúde mental e a controlar as variações de humor.

O magnésio desempenha diversas funções que estão associados ao desempenho esportivo:

• Participa da produção de energia aeróbica (com oxigênio) e anaeróbica (sem oxigênio);
• Participa da síntese de proteína;
• Desempenha um papel importante na contração e relaxamento muscular.
• Reduz os níveis de lactato no sangue

As necessidades de magnésio no atleta são ligeiramente maiores do que na população sedentária, devido às perdas que acontecem com o suor. Ainda assim, ele pode ser adequadamente fornecido por meio da dieta regular.

Atletas que não se dispõem a adaptar a dieta para ingerir a quantidade necessária de magnésio, podem considerar fazê-lo com o uso de suplementos.

Por outro lado, ingerir quantidades de magnésio superiores às doses recomendadas não trará nenhum benefício extra ao desempenho do atleta.

Entre os alimentos ricos em magnésio, incluem-se:

• Sementes (semente de linhaça, semente de gergelim)
• Grãos integrais (arroz integral)
• Oleaginosas (castanhas, amendoim)
• Vegetais com folhas verdes (espinafre, couve)
• Laticínios (leite, iogurte, queijos)
• Frutas ricas em fibra (figo, kiwi, abacate, banana)

A recomendação diária de consumo de magnésio varia de acordo com a idade e o sexo, mas geralmente é facilmente alcançada por meio de uma alimentação balanceada e variada.

Por outro lado, muitas pessoas no Brasil consomem quantidade insuficiente de magnésio, por terem uma dieta desequilibrada e rica em alimentos ultra-processados.

Além disso, algumas condições ou doenças podem diminuir a absorção ou aumentar a excreção do magnésio, contribuindo ou sendo a causa principal da deficiência:

• • Consumo excessivo de álcool: além de reduzir o consumo de alimentos (e, portanto, de magnésio), o consumo excessivo de álcool leva a um aumento na excreção de magnésio;
  • Diarreia prolongada: aumenta a excreção e reduz a absorção do magnésio da dieta;
  • Uso de medicamentos que aumentam a excreção do magnésio: incluindo diuréticos, inibidores da bomba de prótons (medicamento usado no tratamento da gastrite) e certos quimioterápicos.

Os sintomas iniciais da deficiência de magnésio incluem perda de apetite, náusea, vômito, fadiga e fraqueza.

A medida em que a deficiência piora, o paciente pode apresentar dormência, cãibra, convulsões e mudanças de personalidade e humor.

Os casos mais graves podem evoluir com deficiência de outros minerais, incluindo o cálcio e o potássio, podendo ser necessária a internação hospitalar para correção imediata.

A deficiência de magnésio pode ser diagnosticada por meio do exame de sangue de rotina.

Nos quadros iniciais, o magnésio no sangue permanece normal, apesar de uma redução nas quantidades estocadas nos músculos e ossos. Com isso, os exames não estarão alterados.

Quedas nos níveis séricos de magnésio, que são detectadas pelo exame de sangue, refletem uma deficiência já em nível avançado.

Suplementos de magnésio são usualmente recomendados em casos de deficiência desse mineral, podendo-se usar tanto na forma de suplementos multivitamínicos, que geralmente incluem o magnésio, quanto o suplemento de magnésio isolado.

Este é um dos suplementos alimentares mais utilizados por atletas.

Estes suplementos não devem ser usado de forma indiscriminada por pessoas que não apresentam a deficiência.

O excesso de magnésio pode provocar sintomas como diarréia e cólicas abdominais, não sendo muitas vezes bem tolerados.

Em concentrações até 3,6 mg/dL, a hipermagnesemia é geralmente assintomática.

Quando a concentração sérica de magnésio encontra-se em torno de 7,2 mg/dL, pode ocorrer perda dos reflexos tendíneos musculares profundos.

Concentrações acima deste nível podem ocasionar paralisia respiratória, hipotensão, anormalidades de condução cardíaca e perda de consciência.