Dedo em Martelo
O que é o Dedo em Martelo?
O Dedo em martelo é um termo que se refere à incapacidade de esticar completamente a ponta do dedo, em decorrência de uma lesão no tendão responsável por realizar este movimento.
A lesão pode acontecer de duas formas:
- Em alguns casos, o próprio tendão que se rompe;
- Em outros, o tendão permance inteiro, mas ele arranca um fragmento do osso onde ele está preso.
Os dedos mais comumente afetados são o médio ou o anular da mão dominante.
Como a lesão acontece?
A principal causa para o Dedo em Martelo é o trauma de uma bola contra o dedo estendido, durante a prática esportiva. A bola força o dedo a se dobrar, enquanto o tendão faz força no sentido oposto.
A lesão também pode acontecer em traumas de menor energia, especialmente na população idosa. Isso acontece por exemplo quanto se trava o dedo ao colocar as meias ou ao dobrar os lençóis.
Finalmente, outro mecanismo relativamente comum é ao prender o dedo em uma porta.
Como é feito o diagnóstico?
O dedo em martelo é diagnosticado clinicamente, quando uma pessoa não mais consegue esticar totalmente o dedo após um trauma.
Na fase inicial, o paciente apresenta dor e edema no local. Caso não seja tratado, a dor e o inchaço melhoram, mas o paciente persiste com a incapacidade de esticar o dedo.
A radiografia deve ser solicitada para diferenciar o dedo em martelo decorrente da lesão no tendão do Dedo em martelo decorrente do arranchamento ósseo.
No caso de uma avulsão óssea, uma nova radiografia deverá ser solicitada após uma a duas semanas para verificar a posição do fragmento ósseo.
Tratamento
O tratamento do Dedo em martelo é feito sem cirurgia na maior parte dos pacientes, já que diversos estudos comparativos mostram resultado clinicamente semelhante no paciente tratado com ou sem cirurgia (1).
O tratamento sem cirurgia é feito com o uso de uma órtese para manter a articulação em discreta hiperextensão. Esta órtese deve ser usada continuamente ao longo de seis semanas, inclusive durante o banho.
Ela pode ser removida apenas para a realização de uma higiene suave do dedo e também da órtese.
Passadas estas seis primeiras semanas, a órtese costuma ser mantida por mais seis semanas, apenas no período noturno.
Mesmo após a retirada da órtese, é esperado que se leve aproximadamente um mês até que a força e a função do dedo sejam completamente recuperados.
O problema do uso prolongado das talas é o risco de laceração na pele. As condições da pele devem ser sempre monitoradas e, caso se identifique qualquer problema, pode ser recomendado a substituição por uma nova ou por outro tipo de tala.
Quando a lesão de pele impedir o uso da tala, a cirurgia poderá ser considerada.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico é habitualmente recomendado no caso de fraturas que acometem mais do que 1/3 da superfície articular do osso. Isso porque estas fraturas são instáveis, com maior risco de persistirem com instabilidade no caso do tratamento sem cirurgia.
Ainda assim, estudos mostram que mesmo estes casos podem evoluir bem sem cirurgia. Assim, muitos ortopedistas especialistas em mão têm recomendado o tratamento sem cirurgia independentemente do tamanho do fragmento avulsionado (2).
O tratamento cirúrgico costuma ser indicado também no caso de ferimentos de pele que impeçam o uso de uma órtese.
Dedo em Martelo Crônico
O Dedo em martelo crônico tem indicação para o tratamento cirúrgico, especialmente nos casos com mais de 30 graus de flexão.
O procedimento mais usado nestes casos foi descrito por Brooks e Graner (3). A técnica consiste na excisão de parte excessiva do tendão junto com um fragmento de pele.
Após a excisão, o tendão e a pele são suturados juntos em uma posição mais encurtada, levando à correção do Dedo em martelo.
Procedimento de Brooks Graner. A imagem (A) mostra um dedo em martelo, com a programação da incisão cirúrgica. A imagem (B) mostra a resseção de um fragmento em fuso, com retirada do excesso de pele e tendão; a imagem (C) mostra o fechamento da pele e tendão em conjunto.