Cuidados Médicos no Segundo Trimestre da Gestação
Avaliação obstétrica
O segundo trimestre é um período em que muitas gestantes relatam se sentir melhor fisicamente, com redução de náuseas e maior disposição, mas ainda sem os sintomas das fases finais da gestação.
Medidas como a verificação do peso e da pressão arterial são importantes para avaliar a saúde materna.
Os batimentos cardíacos podem eventualmente ser percebidos já na décima semana de gestação com um sonar (doppler), mas são mais perceptíveis e fáceis de detectar a partir da 16ª semana. Avaliar os batimentos cardíacos é uma medida fundamental para certificar a vitalidade fetal.
A medição da altura uterina geralmente começa entre a 16ª e a 20ª semana de gestação, quando o útero começa a ser palpável fora da pelve.
Essa medida é importante para monitorar o crescimento fetal e identificar possíveis complicações, como a restrição de crescimento intrauterino (RCIU), macrossomia fetal e excesso ou falta de líquido amniótico.
Assim como em todas as consultas, é preciso monitorar a alimentação, exercícios físicos seguros, sono e vacinação.
Sintomas do 2º Trimestre (13–26 semanas)
Mostramos na tabela abaixo os sintomas mais comuns do segundo trimestre da gestação.
Sintoma | Incidência Estimada | Causa Principal | Tratamento/Orientações | ||||
Melhora das náuseas | 70–90% | Adaptação hormonal; estabilização dos níveis de hCG | Aproveitar para reforçar nutrição e hidratação | ||||
Aumento do apetite | 60–80% | Necessidade calórica crescente; estabilização do trato gastrointestinal | Manter dieta equilibrada, fracionada e nutritiva | ||||
Aparecimento da “linha nigra” | 70–90% | Aumento da melanina estimulado por hormônios como estrogênio e MSH | Não necessita tratamento; desaparece após o parto | ||||
Movimentos fetais (chutinhos) | 80–90% (após 18-20 sem.) | Crescimento fetal e aumento da sensibilidade da mãe aos movimentos | Considerado sinal saudável; registrar padrões regulares de movimentação | ||||
Congestão e sangramentos nasais | 20–40% | Vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo nos vasos nasais | Umidificadores, hidratação nasal com soro fisiológico, evitar ambientes secos | ||||
Cãibras nas pernas | 30–50% | Compressão de nervos e vasos, alterações na circulação e carência de minerais | Alongamentos, hidratação, suplementação de cálcio e magnésio se indicado | ||||
Azia e refluxo | 30–60% | Relaxamento do esfíncter esofágico inferior por ação da progesterona | Refeições pequenas e frequentes, evitar deitar após comer, antiácidos sob orientação | ||||
Exames realizados no segundo trimestre
O Ultrassom morfológico do segundo trimestre é feito geralmente entre 20 e 24 semanas de gestação, quando a formação dos órgãos e ossos do feto está mais visível.
Cérebro, coração, rins, membros e outras estruturas podem agora ser avaliados, buscando-se identificar eventuais malformações.
Outros exames incluem:
- Teste de glicemia (TOTG ou curva glicêmica): busca detectar a diabetes gestacional.
- Tipagem sanguínea e Coombs indireto: Em gestantes Rh negativas, para prevenir doença hemolítica fetal.
- Outros exames, de acordo com a avaliação médica / obstétrica.
Sinais de alerta no segundo trimestre
Embora o segundo trimestre da gestação seja um período geralmente mais tranquilo e com menor risco de complicações, a gestante deve estar sempre atenta a certos sinais de alerta, que exigem avaliação imediata.
Entre eles, incluem-se:
- Sangramento vaginal: Pode indicar ameaça de aborto, gravidez ectópica ou aborto espontâneo.
- Dor abdominal intensa: Pode estar associada a aborto ou gravidez ectópica.
- Perda de líquido pela vagina: pode indicar ruptura prematura das membranas.
- Febre persistente: pode indicar infecção materna.
- Diminuição ou ausência dos movimentos fetais (após 20 semanas): indicativo de sofrimento fetal
- Inchaço súbito, dor de cabeça intensa e visão turva: Sinais de pré-eclâmpsia precoce.
- Corrimento vaginal com odor forte ou coloração anormal: Indicativo de possível infecção vaginal ou ruptura prematura de membranas.