corioamnionite

A corioamnionite é uma infecção bacteriana das membranas fetais (córion e âmnio), do líquido amniótico e, frequentemente, da placenta, que ocorre durante a gestação ou no parto, geralmente ocorre por ascensão de bactérias da flora vaginal e cervical para a cavidade intrauterina.

É mais comum em gestações com rotura prolongada das membranas, mas também pode ocorrer com membranas íntegras.

Ela acomete de 1% a 4% de todos os partos, podendo chegar a 10-25% em casos de rotura prolongada das membranas (>18h).

Também é mais comum em gestantes com trabalho de parto prematuro, naquelas que nunca tiveram filhos ou em pacientes submetidas a procedimentos intrauterinos invasivos

O principal sinal da corioamnionite é a febre acima de 38ºC. Outros sinais que podem estar presentes incluem:

• Taquicardia materna (>100 bpm) ou fetal (>160 bpm);
• Dor a palpação uterina;
• Corrimento vaginal fétido.

De acordo com o American College of Ginecology (ACOG), deve-se suspeitar clinicamente da corioamnionite na presença de febre materna ≥ 38°C, associada a pelo menos 2 dos seguintes sinais ou sintomas:

• Taquicardia fetal
• Taquicardia materna
• Dor à palpação uterina
• Leucocitose
• Odor fétido do líquido amniótico

Frente a uma suspeita clínica, os principais achados laboratoriais e de imagem incluem:

• Hemograma com leucocitose com desvio à esquerda.
• PCR elevada.
• Culturas de líquido amniótico (se obtido por amniocentese) – raramente são feitas na prática.
• USG: pode mostrar sinais indiretos, como líquido amniótico ecogênico, mas não é diagnóstico.

A corioamnionite pode estar associada a complicações tanto maternas como para o bebê.

As complicações maternas incluem a endometrite puerperal (infecção do endométrio) e hemorragia.

A maior preocupação é com as infecções neonatais, incluindo sepse neonatal precoce, pneumonia, meningite, prematuridade ou até mesmo morte neonatal.

A prematuridade decorre da necessidade de antecipação do parto, independentemente da idade gestacional.

O tratamento da corioamnionite envolve antibioticoterapia ampla e interrupção da gestação, independentemente da idade gestacional (após estabilização materna e, se possível, da vitalidade fetal). Não há indicação de cesárea apenas por conta da infecção.

A antibioticoterapia é mantida até o parto. Após o parto, pode-se suspender em 24-48h, caso a paciente esteja estável e sem febre.