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Doping por Contaminação de Suplementos Alimentares

O que é a contaminação de suplementos alimentares?

Contaminação de suplementos alimentares é um termo que se refere a presença de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) nos suplementos alimentares sem que isso esteja descrito no rótulo do produto.

A contaminação dos suplementos pode acontecer de duas formas:

  • Contaminação cruzada: presença de resquícios de outros suplementos manipulados no mesmo ambiente pelo fabricante, sem que isso tenha sido feito propositalmente;
  • Contaminação deliberada: substâncias propositalmente acrecidas a um suplemento, com o objetivo de potencializar o efeito prometido.

A contaminação de suplementos alimentares é comum?

Infelizmente, sim. Estudos realizados em diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Europa mostram que 15 a 20% dos suplementos possuem alguma forma de contaminante.

A contaminação é especialmente comum nos suplementos que prometem a perda de peso ou o ganho de massa muscular.

Os tipos de contaminantes mais comuns dependem de qual o efeito prometido pelo fabricante.

  • Suplementos que prometem a perda de peso costumam estar contaminados por diuréticos ou por estimulantes como a efedrina ou a Dimetilamilamina (DMAA);
  • Já os suplementos que prometem o ganho de força costumam estar contaminados por hormônios anabolizantes, como a testosterona ou o Hormônio do Crescimento.

Quais as consequências para o atleta?

A Agência Mundial Antidoping (WADA) estima que aproximadamente 75% dos casos de doping sejam de fato involuntários, ou seja, não tiveram por objetivo o ganho de desempenho esportivo.

A contaminação por suplementos alimentares é responsável por grande parte destes casos.

Mesmo que haja fortes indícios de que não houve intensão deliberada para o doping, isso não livra o atleta da culpa.

Ao contrário da justiça comum, que tem como preceito básico a presunção de inocência, no doping o processo segue o caminho oposto: o atleta é culpado até que se prove o contrário. Ele é punido, para depois se defender.

Devido às dificuldades de controle, a Agência mundial Antidopagem (WADA), Agência antidopagem dos Estados Unidos (USADA), do Brasil (ABCD) e outras não recomendam qualquer tipo ou marca de suplemento alimentar(1).

O uso, quando feito, é por conta e risco do atleta, que fica sujeito a punição, caso acabe por se dopar incidentalmente.

Quando desconfiar da contaminação de Suplementos Alimentares?

Muitas das substâncias responsáveis pela contaminação apresentam efeitos colaterais que não são esperados com as substâncias anunciadas no rótulo dos suplementos.

Como exemplo, a diurese intensa pode indicar a contaminação por diuréticos. Já o aparecimento de acne pode ser um indício da contaminação por esteroides anabolizantes.

Caso isso esteja acontecendo, interrompa imediatamente o uso do suplemento e procure ajuda médica.

Como prevenir o Doping por contaminação de Suplementos Alimentares?

A melhor forma de se prevenir contra o uso inadvertido de substâncias dopantes  é evitando-se ou minimizando-se o uso dos suplementos alimentares.

Ao contrário do senso comum, a maior parte dos atletas de alto rendimento são capazes de suprirem toda a sua demanda nutricional por meio de alimentos reais, sem suplemento.

Os suplementos devem ser considerados pontualmente para suprir uma demanda, quando o uso dos alimentos reais for inviável ou pouco prático, mas não de forma abusiva como é comum no meio esportivo.

Uma vez que se decida pelo uso, deve-se buscar marcas mais conhecidas e de boa reputação. Visando a redução no risco de doping acidental, a organização antidopagem dos EUA (USADA) publicou uma lista de suplementos alimentares com alto risco de conter substâncias dopantes no site www.supplement411.org.

A lista inclui suplementos onde foram detectadas substâncias dopantes ou onde essas substâncias são declaradas no produto. Isso não garante que suplementos que estejam fora da lista possam ser considerados como “limpos”.