Constipação na gestação

A constipação intestinal, ou prisão de ventre, é uma condição comum durante a gravidez, caracterizada por evacuações infrequentes, dificuldade para evacuar e fezes endurecidas e evacuações infrequentes.

Geralmente, a constipação fica caracterizada quando a gestante apresenta 3 ou menos evacuações por semana. Mais do que isso, é preciso valorizar mudanças expressivas nos hábitos intestinais.

Cerca de 11% a 38% das gestantes apresentam esse problema em algum momento da gestação.

Durante a gestação, várias alterações fisiológicas e hormonais contribuem para uma maior incidência de constipação:

1. Aumento da progesterona: a progesterona relaxa a musculatura lisa do corpo, incluindo os músculos intestinais. Com isso, os movimentos que impulsionam o bolo fecal pelo intestino diminuem.
2. Compressão do intestino pelo útero: À medida que o útero cresce, ele pode pressionar os intestinos, dificultando a passagem das fezes.
3. Alterações dietéticas: náusea, vômitos e certas intolerâncias alimentares podem levar a mudanças na dieta que contribuem para a constipação.
4.  Redução da atividade física: mulheres que eventualmente diminuam a prática de exercícios na gestação têm maior risco de constipação.
5. Uso de suplementos de ferro: Comuns durante a gestação, esses suplementos podem endurecer as fezes e contribuir para a constipação.
6. Desidratação: A ingestão insuficiente de líquidos, especialmente se não acompanhada de uma dieta rica em fibras, piora a constipação.

Quando a gestante não consegue evacuar, outros sintomas que muitas vezes estarão presentes incluem:

• Distensão abdominal
• Gases e flatulência
• Dor ou desconforto abdominal
• Hemorroidas (como consequência do esforço excessivo)

O consumo de alimentos ricos em fibras alimentares ajuda a aumentar o volume e a maciez das fezes, estimulando o peristaltismo intestinal.

Alimentos riscos em fibras incluem:

• Frutas com casca: maçã, pera, ameixa, mamão.
• Verduras e legumes crus ou cozidos com casca.
• Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico.
• Grãos integrais: arroz integral, aveia, chia, linhaça, pão e massas integrais.

Além do consumo de fibras, A ingestão adequada de água é essencial para o funcionamento do intestino. Recomenda-se o consumo diário de pelo menos 2 litros de água por dia.

Alimentos que contribuem para a constipação, e que devem ser evitados, incluem:

• Alimentos ultraprocessados e refinados: biscoitos, arroz branco, pão branco e outros.
• Alimentos ricos em gordura e açúcar, que podem lentificar o trânsito intestinal.
• Excesso de cafeína: pode contribuir para desidratação e piorar o quadro.

A prática de atividades físicas estimula os movimentos intestinais (peristaltismo), aumenta o fluxo sanguíneo para os órgãos digestivos e favorece a hidratação e a ingestão alimentar adequada.

Estudos mostram que gestantes sedentárias têm uma incidência duas vezes maior de constipação do que aquelas que fazem atividade física regular.

O tratamento medicamentoso da constipação em gestantes deve ser feito com muito cuidado, já que o uso de laxantes pode afetar a absorção de nutrientes e podem causar cólicas uterinas.

O uso deve ser sempre orientado pelo ginecologista, uma vez que certos laxantes podem envolver riscos ao feto e são dessa forma contraindicados na gestação.