Conjuntivite Neonatal (oftalmia neonatal)

Conjuntivite neonatal é uma Inflamação ou infecção da membrana externa do globo ocular e da pálpebra interior que acontece nos primeiros 28 dias de vida (período neonatal).
Ela pode ter diversas causas, infecciosas ou não infecciosas. Dependendo da causa, ela pode ser bastante grave, resultando em cegueira e podendo se disseminar para outras partes do corpo.

Os principais sinais e sintomas da conjuntivite neonatal incluem:

• Eritema conjuntival (vermelhidão);
• Secreção purulenta;
• Edema palpebral.

Estes sintomas, no entanto, podem ter gravidade variável e tempo variável de instalação desde o nascimento.

A maior parte das conjuntivites neonatais têm origem não infecciosa. Entre estas causas, incluem-se:

Conjuntivite química
A conjuntivite quiímica ocorre como reação a produtos utilizados para profilaxia da conjuntivite neonatal infecciosa, incluindo pomadas de nitrato de prata ou eritromicina.
O quadro nestes casos é leve e bilateral. Ele se inicia até o segundo dia de vida e se resolve espontaneamente em 3 a 4 dias, sem a necessidade de qualquer forma de tratamento.

Obstrução do ducto lacrimal
Pode acometer um ou ambos os olhos, sendo mais comumente unilateral.
Nestes bebês, os olhos ficam sempre com aspecto molhado, com a presença constante de secreção.

Presença de corpo estranho.

A conjuntivite neonatal infecciosa pode estar associada a vírus ou bactérias contraídos durante a passagem pelo canal de parto em um mãe contaminada.
Entre os agentes mais comuns a serem considerados incluem-se:

• Clamidia Tracomatis
• Herpes Simplex vírus (herpes neonatal)
• Neisseria gonorrhoeae (gonococo)
• Staphylococcus aureus
• Streptococcus pneumoniae (penumococo)
• Streptococcus viridans
• Staphylococcus epidermidis

A conjuntivite gonocócica se manifesta geralmente entre o primeiro e o sétimo dia de vida.

Os sinais e sintomas geralmente são mais graves que em outras causas da conjuntivite neonatal.

Ela provoca edema palpebral importante e secreção purulenta abundante.

Se não tratada, pode evoluir para úlcera de córnea, perfuração ocular e cegueira.

Pode também se espalhar para outras partes do corpo e provocar artrite séptica, meningite ou sepse.

A conjuntivite por clamídia é a causa mais comum de conjuntivite neonatal bacteriana (até 40% dos casos).

A instalação da infecção é habitualmente mais leve e menos grave do que na conjuntivite pelo gonococo.

A cegueira é rara. Quando se desenvolve, isso acontece de forma muito mais lenta e sem envolvimento da córnea

geralmente a conjuntivite por clamídia se manifesta entre 5 e 19 dias de vida. Ela pode ser uni ou bilateral, sendo mais comum unilateral.

5 a 20% destes bebês também desenvolvem pneumonia.

Embora as apresentações clínicas variem de acordo com a causa, é difícil determinar a causa apenas com base na apresentação clínica. Para isso, geralmente a realização de exames complementares se faz necessária.
Entre eles, incluem-se:

• Raspagem conjuntival;
• Cultura para gonococo e outras bactérias;
• Cultura de células epiteliais da córnea para Herpes Simplex, se a córnea estiver envolvida.

Devido à rápida progressão da conjuntivite gonocócica, os pacientes com conjuntivite neonatal aguda devem ser tratados para conjuntivite gonocócica de forma empírica, até que os resultados da cultura estejam disponíveis.

Para isso, deve ser feito o uso de uma pomada tópica de eritromicina e uma cefalosporina de terceira geração.

Dependendo do resultado dos exames, o tratamento pode ser alterado em um segundo momento.