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Patela Baixa

Patela Baixa

Patela Baixa é uma condição em que a patela está posicionada abaixo do que seria esperado, diminuindo a eficiência do mecanismo extensor do joelho e tornando difícil, quando não impossível, dobrar o joelho além dos 90 graus. Fraqueza, perda de mobilidade e dor na frente do joelho são as principais repercussões da Patela Baixa.


Causa da Patela Baixa


A patela faz parte do que chamamos de mecanismo extensor do joelho, que é composto pelos músculos e tendão quadríceps, patela e tendão patelar. O quadríceps habitualmente mantém uma força de tração sobre a patela que impede ela de “cair”.

Quando o quadríceps perde a capacidade de sustentar a patela, geralmente associado a um quadro de fraqueza e perda funcional da musculatura, o paciente fica em risco de desenvolver Patela Baixa.

Desta forma, indivíduos que tiveram lesões anteriores no joelho, incluindo fraturas da patela, rupturas de tendões ou ligamentos e, principalmente, aqueles que foram submetidos a uma prótese de joelho, têm um risco aumentado de desenvolver o problema. Isso é mais comum em pacientes que tiveram uma recuperação pós-operatória inicial mais difícil do que o esperado.

Estudos mostram que a Patela Baixa ocorre em 25 a 34% dos pacientes submetidos a uma prótese de joelho. O problema geralmente começa um mês após a cirurgia e piora progressivamente por até quatro anos após o procedimento, podendo ser mais ou menos grave a depender do paciente.

Quanto maior a inatividade do joelho após uma cirurgia, mais fraco se torna o quadríceps, o que contribui para uma patela cada vez mais baixa.

Como é feito o diagnóstico da Patela Baixa?


O diagnóstico pode ser feito em exames como radiografia, ressonância magnética ou tomografia. Diversas medidas foram descritas para a avaliação da altura patelar, como o índice de Caton-Deschamps, descrito na imagem abaixo.

A imagem acima mostra a avaliação da altura patelar por meio do índice de Caton-Deschamps. Este índice avalia a proporção da distância entre a superfície articular da tíbia até a superfície articular da patela (linha amarela) com o comprimento da superfície articular da patela (linha vermelha). Quando esta proporção for menor do que 0,8, estamos diante de uma Patela Baixa.

Sintomas


As principais queixas incluem:

  • Perda de força: tanto causa como consequência da Patela Baixa, pela perda da eficiência do quadríceps;
  • Perda de mobilidade: a Patela Baixa faz com que o tendão do quadríceps tenha que se alongar mais para dobrar o joelho do que no paciente com altura patelar normal. Assim, é comum que estes pacientes não consigam passar dos 90º ou 100º de flexão do joelho;
  • Incapacidade de esticar totalmente o joelho: o quadríceps é o principal responsável por manter o joelho esticado. A Patela Baixa faz com que a eficiência do quadríceps diminua, de forma que o paciente pode não ser capaz de manter o joelho totalmente esticado;
  • Dor femoropatelar: a menor eficiência do mecanismo extensor faz com que o quadríceps precise fazer mais força para realizar o mesmo movimento. Isso leva a uma maior sobrecarga sobre a patela e o paciente passa a desenvolver um quadro de dor femoropatelar.

Tratamento


O tratamento tem por objetivo a recuperação da força do quadríceps e da mobilidade do joelho por meio da fisioterapia/reabilitação. Ainda que este tratamento não seja capaz de reverter uma Patela Baixa, a melhora clínica pode ser surpreendente.

Quando a reabilitação não tiver o resultado esperado, pode-se considerar a cirurgia. O tratamento cirúrgico pode envolver o alongamento do tendão patelar ou a transferência da tuberosidade da tíbia, que é o local onde o tendão patelar fica preso, para uma posição mais acima.

A indicação cirúrgica porém, precisa ser bastante criteriosa, uma vez que ela leva a uma nova agressão para um mecanismo extensor já bastante debilitado, de forma que há o risco de maior inibição do quadríceps, podendo resultar na recidiva ou mesmo na piora do problema.