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Como é Feito o Teste Antidoping?

Escolha dos atletas para o Teste Antidoping

Cada competição e cada federação esportiva tem autonomia para determinar como serão escolhidos os atletas para a realização do Teste antidoping. Nos esportes individuais, habitualmente são testados os primeiros colocados de cada categoria e mais um número pré-determinado de atletas escolhidos por sorteio. Nos esportes coletivos, os atletas são escolhidos por sorteio.

Além do sorteio, alguns atletas podem ser escolhidos para serem testados. Isso acontece geralmente quando existe uma suspeita em relação ao atleta, suspeita esta que não precisa ser justificada ou fundamentada.

O atleta é notificado de que fará o teste imediatamente após o fim da competição. A partir deste momento, ele ficará acompanhado de um fiscal da agência antidoping em todos os momentos até que a coleta seja realizada. O atleta que se recusar a cumprir com as obrigações relacionadas ao teste antidoping poderá sofrer sanções. A penalidade por se recusar a fornecer uma amostra pode ser a mesma que fornecer uma amostra que contenha uma substância proibida.

Teste antidoping fora de competição

Uma das maiores dificuldades com a luta contra o doping é que as substâncias proibidas utilizadas acabam sendo eliminadas e deixam de ser identificadas algum tempo depois do uso, sendo que os benefícios de rendimento esportivo proporcionados por algumas delas persistem mesmo depois que a substância já foi completamente eliminada e não é mais passível de ser identificada no teste antidoping.

Sem o Teste Antidoping fora de competição, algumas modalidades nas quais os atletas têm intervalos prolongados entre duas competições poderiam aproveitar a janela sem competição para o uso das substâncias ilícitas.

Não existe uma regra uniforme para direcionar os testes fora de competição em todas as modalidades. Os testes são feitos conforme uma rotina estabelecida por cada federação ou agência antidoping, a depender do calendário de competições e das características de cada esporte. Para ser selecionado para um teste fora de competição, um atleta precisa estar dentro de um “pool de atletas” pré-selecionados.

Todos aqueles que estiverem neste “pool de atletas” deve submeter a cada três meses um documento denominado de whereabout. Em cada dia deste período ele deverá determinar um período de 60 minutos, entre as 6h e às 23h, indicando o local onde ele poderá ser encontrado. Este whereabout poderá ser atualizado pelo atleta a qualquer momento. Os testes podem ser feitos em casa, no local de trabalho, no local de treino ou onde quer que o atleta indique em seu whereabout.

Caso o atleta esteja no meio de um treino ou atividade, ele pode solicitar que o teste seja feito após o fim da atividade, mas deverá estar visível ao oficial responsável em todos os momentos até o fim da coleta.

Coleta do exame

O atleta tem o direito de ter o acompanhamento de um membro de sua equipe em todos os momentos, inclusive durante a coleta. A coleta é também acompanhada por um fiscal da agência antidoping, que deverá ver o atleta urinando, para impedir qualquer forma de violação da urina.

Obviamente, o fiscal que acompanhará a coleta deve ser do mesmo gênero do(a) atleta.

No momento em que o atleta julgar que está pronto para urinar, ele poderá escolher o frasco dentro de um conjunto maior de frascos. Ele deverá coletar ao menos 90mL de urina.

Após a coleta, serão realizados testes para verificar a densidade urinária. Casos em que a urina esteja muito diluída serão considerados inadequados e o atleta terá que permanecer na sala de coleta até que uma segunda amostra seja obtida. Por este motivo, não é recomendável que o atleta consuma quantidade excessiva de líquidos para poder urinar mais rápido.

Uma vez que a urina seja avaliada como adequada, a amostra será dividida em dois frascos (amostra A e amostra B), os quais serão identificados por código. A urina, desta forma, vai para o laboratório sem a identificação do atleta que realizou o teste e a agência antidoping apenas receberá a notificação do resultado com o código do exame, sem a identificação do atleta.

Ao final do processo, o atleta deverá preencher um protocolo com dados pessoais e descrição de eventuais substâncias usadas nos últimos dias. Caso tenha alguma consideração em relação ao processo de coleta realizado, ele poderá indicar neste protocolo. Finalmente, o protocolo será assinado e uma das vias será entregue ao atleta.

Apenas a amostra A será analisada para a pesquisa de substâncias proibidas. A amostra B será mantida lacrada para que, no caso de um resultado positivo, ela possa ser deslacrada e analisada na frente do atleta ou de seu representante.