Colecistite
O que é a Colecistite?
Colecistite é um termo que se refere à inflamação da vesícula biliar, um pequeno órgão abdominal responsável por armazenar a bile.
A bile é uma secreção produzida pelo fígado e composta por uma série de substâncias, incluindo água, sais biliares, colesterol e bilirrubina. Ela é essencial para a digestão e o processo de digestão e absorção de gorduras e de algumas vitaminas.
A vesícula biliar fica conectada ao intestino delgado através do ducto biliar. Na maior parte das vezes, a colescistite está associada ao bloqueio do ducto biliar, geralmente por um cálculo biliar (pedra na vesícula).
Se não for tratada, a colecistite pode levar a complicações graves, às vezes com risco de vida, como ruptura da vesícula biliar. O tratamento geralmente envolve a remoção da vesícula biliar
Quais os sintomas da Colecistite?
A principal característica da colecistite é a dor intensa no abdome superior direito ou central. A dor pode irradiar para o ombro direito ou para as costas.
Além disso, o paciente apresenta sintomas sistêmicos, incluindo febre, náusea ou vômito.
Quais as causas da colecistite?
A colecistite está geralmente associada a um bloqueio na passagem da bile da vesícula biliar até o intestino.
Em 90% dos casos, este bloqueio está associado a um cálculo biliar (pedra na vesícula) (1). Quando um cálculo bloqueia a passagem da vesícula para o intestino, o paciente pode desenvolver a colecistite.
Nos 10% remanescentes dos casos, o bloqueio ao fluxo da bile está associado a outras condições, incluindo:
- Tumores;
- Torção dos ductos biliares;
- Problemas vasculares;
- Outras condições clínicas.
Complicações
A principal complicação da colecistite é a necrose, caracterizada pela morte do tecido da vesícula biliar.
A necrose acontece geralmente no paciente que demora para iniciar o tratamento ou em diabéticos, no qual as queixas do paciente podem ser pouco exuberantes, levando a uma demora para procurar tratamento (2).
A necrose, por sua vez, pode levar a duas outras formas graves de complicação:
Infecção
Perfuração da vesícula, levando ao extravasamento do conteúdo da vesícula para o interior do abdome.
Diagnóstico
Frente a um quadro clínico característico, a colecistite pode ser diagnostica por meio de exames de imagem, especialmente a ultrassonografia ou a Tomografia Computadorizada.
Estes exames podem mostrar alterações características da colecistite e podem também mostrar o bloqueio dos ductos biliares por uma pedra na vesícula ou outras causas.
Uma vez feito o diagnóstico, um exame de sangue pode ajudar na identificação de uma eventual infecção.
Tratamento das Colecistite
O tratamento da colecistite geralmente envolve internação hospitalar e cirurgia.
O primeiro passo envolve reposição volêmica, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e analgesia (controle da dor). Antibióticos devem ser prescritos na suspeita de uma infecção.
O objetivo é prover um mínimo de melhora clínica para que a cirurgia seja realizada.
No entanto, o tratamento definitivo é a cirurgia, que deve ser feita de preferência em um prado de até 72 horas após o início dos sintomas, uma vez que as condições clínicas assim permitam (3).
Remoção das pedras na vesícula
A remoção das pedras na vesícula é geralmente feita por meio de um procedimento chamado de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.
Após o procedimento, é esperado que os sintomas melhorem dentro de dois ou três dias.
Entretanto, a tendência é que novas pedras venham a se formar e que o paciente volte a apresentar a colecistite.
Desta forma, a remoção dos cálculos é indicada geralmente para o paciente que não tem condições clínicas adequadas para realizar a remoção da vesícula.
Este é de fato é o tratamento de escolha na colecistite, quando as condições clínicas assim o permitem (4).
Colecistectomia (remoção da vesícula biliar)
A colecistectomia consiste na retirada da vesícula biliar. O procedimento geralmente feito por laparoscopia, uma técnica minimamente invasiva.
Uma vez que a vesícula biliar é removida, a bile passa a fluir diretamente do fígado para o intestino delgado, sem ser armazenada na vesícula biliar.
O paciente consegue levar uma vida normal após o procedimento.