Cisto Pilonidal
O que é o Cisto Pilonidal?
O cisto pilonidal é uma bolsa anormal formada abaixo da pele contendo restos de pelos e pele.
O termo pilonidal tem origem no Latim e significa ninho de pêlos (pilus-pêlo e nidus-ninho).
Ele está quase sempre localizado próximo ao cóccix, no topo da fenda das nádegas.
Eventualmente, o cisto pode se infectar, tornando-se extremamente doloroso.
Eles ocorrem mais comumente em homens jovens e pessoas que ficam sentadas por períodos prolongados.
A maior parte dos pacientes tem entre 15 aos 30 anos de idade. Ele é raro após os 40 anos.
Sintomas do Cisto pilonidal
O cisto pilonidal pode se apresentar de diferentes formas, com sintomas igualmente diferentes.
No início ele se caracteriza por uma bolsa de pelos que se comunica com a pele por pequenos orifícios, chamados de sinus pilonidal.
Muitos pacientes não percebem o cisto neste momento, que se desenvolve de forma assintomática na maior parte das vezes. Eventualmente, o paciente pode sentir uma pequena nodulação ao passar a mão sobre o cisto. Pode também sentir um pequeno incomodo ao sentar.
Quando o orifício externo do cisto é ocluído ou ocorre um trauma local, pode ocorrer a infecção do cisto, levando à formação de um abscesso. Náusea, febre e fadiga extrema podem estar presentes.
Caso não seja tratado precocemente, o cisto tende a formar um trajeto de drenagem para a pele, denominado de fístula anal. Passa então a ocorrer vazamento de pús, com ou sem a presença de sangue. O cheiro é bastante desagradável.
Geralmente o orifício de drenagem da secreção é único e se situa na linha média. Mas, dependendo da intensidade do processo infeccioso, pode-se observar mais de um orifício fistuloso, às vezes, fora da linha média e próximo ao ânus. Nestes casos, ela pode ser confundida com uma fístula perianal.
Qual a causa do Cisto Pilonidal?
A causa exata dos cistos pilonidais não é clara.
Por motivos desconhecidos, os pelos passam a crescer para dentro da pele, O corpo então reage ao pelo encravado como um corpo estranho, gerando uma reação local e formando um cisto ao seu redor.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a higiene pessoal não tem influência no aparecimento do cisto pilonidal.
Fatores de risco
O cisto pilonidal se forma geralmente pela combinação de aumento da pilificação local com fatores que aumentam a pressão sobre a pele.
Pessoas com maior quantidade de pelos, desta forma, têm maior risco para formar o cisto. Isso é mais comum em homens. Ainda assim, o cisto pode também ser observado em mulheres sem pelos na área do cisto.
Cortar os pelos com uma lâmina de barbear, por outro lado, pode favorecer os pelos a “crescerem para dentro”, o que aumenta o risco para desenvolver um cisto pilonidal.
Já a maior pressão na pele justifica o fato de os cistos serem mais comuns em obesos e pessoas que passam muito tempo sentadas no trabalho.
Tratamento
O tratamento depende da fase em que se encontra a doença.
Tratamento do Sinus Pilonidal
A fase do Sinus Pilonidal é geralmente assintomática. Na maior parte dos pacientes, nenhum tratamento será necessário.
Eventualmente, poderá ser indicado o tratamento com laser, para a remoção dos pelos no local. Entretanto, este procedimento apenas reduz a chance de formar novos cistos ele não terá efeito sobre os cistos já existentes.
Tratamento do abscesso
Na presença de um abscesso, ele deve ser drenado. Uma pequena incisão é feita sobre o abscesso, permitindo a saída do pús. Isso poderá ser feito no consultório médico ou no centro cirúrgico, a depender do caso.
Em casos mais graves, poderá ser indicado o uso de antibióticos após a drenagem.
Este procedimento leva a uma melhora significativa da dor e da vermelhidão. Entretanto, habitualmente ele não levará à cura da doença. Após a drenagem, o paciente fica com uma fístula, com saída frequente de secreção nas roupas íntimas.
Tratamento da fístula pilonidal
A fístula aparece após a drenagem espontânea ou cirúrgica do cisto pilonidal. Nesta fase, há uma melhora no processo inflamatório e infeccioso, permitindo então o tratamento definitivo da doença pilonidal.
A fístula pode ser tratada com ou sem cirurgia.
O tratamento sem cirurgia envolve a injeção local de Fenol a 80%, com o objetivo de provocar a esclerose do folículo piloso e da fístula.
O procedimento é feito pelo coloproctologista em consultório sem anestesia. Entretanto, geralmente são necessárias algumas sessões para o efeito desejado. O índice de recidiva com esta técnica chega a até 30% (1).
Já o tratamento cirúrgico envolve a remoção cirúrgica da pele, do cisto e do seu trajeto fistuloso.
O procedimento é feito no centro cirúrgico de forma eletiva, com raquianestesia ou peridural com sedação. Ele dura por volta de 20 minutos.
Após a remoção do cisto, a pele pode ser deixada aberta ou poderá ser feita a sutura (pontos) para fechamento da pele.
Quando a ferida é deixada aberta, o tempo de cicatrização é maior. Entretanto, o risco de recorrência é menor.
Recorrência do cisto
Independentemente do tratamento adotado, há sempre o risco de recidiva do cisto. Mesmo com a remoção do cisto e do trajeto fistuloso, a recorrência é de aproximadamente 10 a 15%
Na maior parte das vezes, a recorrência decorre de uma remoção incompleta. Isso acontece porque mais de um cisto pode estar presente, sendo que estes cistos são ligados por túneis sob a pele.
No caso de recorrência, procedimentos adicionais poderão ser indicados.