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Cirurgia de Transgenitalização feminina

O que é a cirurgia de Transgenitalização Feminina?

A Cirurgia de Transgenitalização Feminina é um procedimento no qual as estruturas externas do Sistema Reprodutor Feminino são recriadas a partir das estruturas do Sistema Reprodutor Masculino em uma mulher transgênero.

Tipos de Cirurgia

Orquiectomia (retirada dos testículos)

A orquiectomia bilateral é um procedimento de pequeno porte realizado por um urologista.

Ela envolve a remoção cirúrgica dos testículos através de uma pequena incisão no escroto.

Após a cirurgia, os pacientes podem reduzir a dose de estrogênio e podem interromper o uso de espironolactona ou qualquer outro bloqueador androgênico.

A recuperação leva aproximadamente 2 semanas.

Uma vez que o procedimento leva à esterilização do paciente, é possível optar previamente pelo

armazenamento de sêmen.

 

Vulvoplastia

A vulvoplastia é um procedimento cirúrgico que transforma órgãos do sistema reprodutor masculino em partes do sistema reprodutor feminino externo, incluindo:

  • Lábios: dobras de pele que circundam a uretra e a vagina;
  • Clitóris: massa de tecido sensível do tamanho de uma ervilha acima da uretra; a estimulação pode ajudá-lo a atingir o orgasmo;
  • Capuz do clitóris: dobra de pele que cobre e protege o clitóris;
  • Abertura da uretra, o tubo que permite que o xixi saia do corpo, localizada logo abaixo do clitóris.

 

Vaginoplastia

Quando se opta pela cirurgia de vaginoplastia, além do procedimento de vulvoplastia é recriado também o canal vaginal.

O procedimento geralmente envolve a inversão da pele peniana modificada para criar uma vagina funcional e estética.

 

Quando a Cirurgia de transgenitalização feminina é feita?

A realização de uma cirurgia feminizante e também o tipo de cirurgia a ser realizada é uma decisão pessoal, que deve considerar os potenciais benefícios e também os problemas relacionados ao procedimento.

De acordo com um estudo realizado com 71 mulheres trans nos Estados Unidos (1), apenas 9 mulheres (13%) foram submetida a algum tipo de cirurgia genital, das quais:

  • Quatro delas tiveram orquiectomia bilateral sem reconstrução adicional.
  • Uma realizou a orquiectomia e uma penectomia sem reconstrução adicional.
  • Dois realizaram a vaginoplastia;
  • Dois não tiveram o tipo de cirurgia genital documentado.

Quais os critérios para indicação da cirurgia?

Ao se considerar a cirurgia de Transgenitalização Feminina, alguns aspectos devem ser considerados.

De acordo com a World Professional Association for Transgender Health (WPATH), os seguintes critérios devem ser estabelecidos antes da cirurgia:

  • Disforia de gênero duradoura, bem documentada e diagnosticada profissionalmente;
  • Capacidade de tomar uma decisão totalmente informada e permitir que os prestadores de cuidados de saúde forneçam tratamento;
  • Ter 18 anos ou mais (em alguns países, incluindo o Brasil);
  • Ter eventuais condições médicas ou de saúde mental sob controle;
  • Ter cartas de recomendação de dois profissionais de saúde mental qualificados;
  • Ter pelo menos 12 meses contínuos de terapia hormonal feminilizante.

 

A avaliação com um psicólogo e psiquiatra é fundamental. Embora a inconformidade de gênero não seja um problema de saúde mental, ela pode em alguns casos estar associada a outros problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

Eventualmente, essas condições podem precisar ser tratadas antes da cirurgia.

 

O prazo de 12 meses em que o paciente vive plenamente no processo de transição foi determinado arbitrariamente. Algumas pessoas podem estar prontas de fato mais precocemente, enquanto outras podem precisar de bem mais tempo do que isso. No entanto, essa é uma forma de se assegurar que a decisão correta tenha sido tomada e de se minimizar os riscos de arrependimento frente a uma cirurgia que é irreversível.

Complicações

Embora a maior parte dos pacientes evolua bem após a cirurgia, o risco de complicações existe e deve ser considerado.

Entre as principais complicações da cirurgia de transgenitalização feminina, incluem-se:

  • Mudanças na sensação sexual;
  • Retenção urinária;
  • Vagina muito rasa ou pequena para a relação sexual;
  • Estreitamento ou fechamento da abertura vaginal (estenose vaginal);
  • Necrose tecidual da nova vagina;
  • Formação de uma comunicação entre o reto e a vagina (fístula retovaginal);
  • Estreitamento da uretra (estenose uretral).