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Caxumba (parotidite infecciosa)

O que é a caxumba?

A caxumba é uma infecção febril sistêmica causada pelo paramyxovirus. Ela acomete crianças e adultos jovens, sendo mais comum em crianças entre dois e nove anos de idade.

A transmissão ocorre por meio do contato direto com gotículas respiratórias.

O vírus pode disseminar-se amplamente por todo o corpo, afetando glândulas salivares, sistema nervoso central, testículos e pâncreas, causando uma grande variedade de apresentações clínicas.

O aumento das glândulas salivares, especialmente das parótidas, acompanhado de febre, é a manifestação clínica mais comum da caxumba, sendo observada em aproximadamente 70% dos casos.

Já o envolvimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica ou como encefalite) é a manifestação extrassalivar mais comum.

Como ocorre a transmissão da caxumba?

A caxumba é altamente infecciosa e é transmitida por gotículas respiratórias ou por contato direto com superfícies recém contaminadas por estas gotículas.

O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. Este é o período que demora entre a contaminação e o aparecimento das primeiras manifestações clínicas.

Já o período de transmissibilidade varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas.

Sinais e Sintomas da caxumba

Geralmente, a caxumba se manifesta inicialmente com um quadro de febre, dor de cabeça, dor muscular, fadiga, inapetência e dor de ouvido. Essas manifestações são geralmente seguidas pelo desenvolvimento de edema das glândulas salivares em 48 horas.

Geralmente, o aumento da parótida se inicia em um único lado, sendo seguido pelo acometimento contralateral em aproximadamente 90% dos casos. Geralmente, o edema da parótida tem duração de aproximadamente 10 dias.

O envolvimento do sistema nervoso central, como meningite asséptica ou como encefalite, é a manifestação extrassalivar mais comum em crianças. No entanto, estes quadros se resolvem sem sequela na grande maioria das vezes.

Nos adultos, cerca de 20 a 30% dos homens acometidos apresentam orquite (inflamação dos testículos).

Já as mulheres acima de 15 anos podem apresentar mastite (inflamação nas mamas – aproximadamente 15% dos casos) ou ooforite (inflamação no ovário – 5% dos casos).

Vacinação

A principal medida de prevenção é a vacinação. Assim como no caso de infecções aparentes ou inaparentes, ela confere imunidade permanente.

A imunização de rotina é realizada com a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba) aos 12 meses de idade, com 2ª dose entre 4 a 6 anos de vida.

Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, todas as crianças e adolescentes até 19 anos de idade devem ter as duas doses da vacina tríplice viral.

Eficácia da vicina
Antes do uso generalizado da vacina contra caxumba, a doença era muito comum na infância, com a quase totalidade da população tendo sido contaminada antes dos 15 anos de idade.
Desde que teve início o período de vacinação contra caxumba, a incidência da doença caiu mais de 99%.
No entanto, apesar da alta taxa de soroconversão, a partir de 2006, houve ressurgimento de casos de caxumba em muitos países onde a doença já estava sob controle. Estes novos casos têm sido visto mesmo em pessoas eu tiveram sua imunização completa.

Diagnóstico

O diagnóstico de caxumba deve ser considerado em pacientes com manifestações clínicas características, especialmente aquelas com parotidite.

Pessoas não vacinadas ou aquelas com contato respiratório ou domiciliar com um indivíduo com caxumba apresentam maior risco de infecção.

No entanto, a caxumba não deve ser descartada mesmo entre indivíduos vacinados.

A confirmação laboratorial da infecção pelo vírus da caxumba pode ser obtida por meio de um ou mais dos seguintes testes:

  • Detecção de RNA do vírus da caxumba pelo teste RT-PCR realizada em soro ou swab bucal ou oral. A mesma amostra também pode ser usada para cultura de vírus.
  • Anticorpo positivo da imunoglobulina IgM para caxumba, que pode não ser detectável até cinco dias após o início dos sintomas em alguns casos (normalmente permanece positivo por até quatro semanas).

Tratamento da caxumba

Por ser uma infecção viral, a caxumba tende a se resolver naturalmente, independentemente de qualquer intervenção médica.

A indicação é apenas de repouso, medicamentos para dor e febre e observação cuidadosa para a possibilidade de aparecimento de complicações.

Nos casos que cursam com meningite asséptica, o tratamento também é sintomático. Nas encefalites, a orientação é tratar o edema cerebral e manter as funções vitais.

Felizmente, a maioria dos casos da caxumba se resolve bem e sem grandes complicações, em até duas semanas.