Cannabis no Esporte
Os efeitos prazerosos, que estimulam o uso recreativo da substância, incluem euforia, sensação de relaxamento e bem estar, aumento de prazer sexual, intensas crises de riso e aguçamento dos sentidos (intensificando as experiências sensoriais como ouvir música ou comer). Diferentes países adotam diferentes políticas em relação à maconha, com alguns sendo mais permissivos do que outros. Independentemente de aspectos legais, os atletas podem querer fumar um baseado pelo simples prazer que isso lhes proporciona. Em esportes como o skate e o surf, a Cannabis é muitas vezes vista não é apenas uma planta, mas também como um símbolo de liberdade, criatividade e conexão com a natureza. Atletas de outras modalidades muitas vezes compartilham do mesmo ideal. Em outros casos, a maconha pode ser vista como um símbolo de resistência. Por outro lado, não há dúvidas no meio científico de que a maconha pode trazer diversos prejuízos à saúde no longo prazo, incluindo: Ainda que muitos ativistas busquem minimizar esses riscos, é fato que o uso recreativo da maconha, feito na forma de baseados, é prejudicial à saúde. Uso recreativo da Cannabis no esporte
Uso medicinal da Cannabis no esporte
Embora a cannabis venha sendo utilizada com finalidade médica há milhares de anos, a criminalização da planta em diversos países faz com que estudos científicos relacionados a estes efeitos terapêuticos praticamente não existissem.
A medicina canabinoide e os efeitos terapêuticos da cannabis vêm sendo estudados com padrão científico apenas nas ultimas décadas, e especialmente após a descrição do sistema endocanabinoide nos anos 1980.
Entre os potenciais benefícios descritos com o uso da cannabis entre atletas, incluem-se:
- Melhora da inflamação e da Dor Muscular Pós Treino;
- Tratamento da Dor crônica;
- Controle da ansiedade;
- Melhora do sono.
Fitocanabinoidese
Fitocanabinoides são substâncias químicas presentes na planta de cannabis, que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano.
A Canabis é uma planta complexa, com cerca de 426 entidades químicas, das quais mais de 100 são compostos canabinóides.
Vale considerar, no entanto, que muitos desses compostos não são exclusivos da canabis, podendo também ser encontrados em outras plantas.
Os dois compostos principais são o Delta-9-tetrahydrocannabinol (THC) e o canabidiol (CBD), embora outros canabinóides também seja usados no meio clínico da Medicina Canabinoide.
Algumas condições se beneficiam mais do uso do CBD, enquanto outros se beneficiam mais do THC.
O THC e o Canabidiol agem de forma sinérgica em alguns receptores e tem efeitos opostos em outros. No entanto, é preciso considerar que os diferentes canabinoides interagem entre sí e que em muitos casos a combinação entre eles potencializa seus efeitos quando comparado com o uso de canabinoides isolados.
Canabidiol (CBD)
O CBD atua no sistema nervoso central e interage com a maioria das células do corpo humano.
Entre seus potenciais benefícios, incluem-se o efeito anti-inflamatório, ansiolítico, antidepressivo, relaxante muscular, antioxidante e neuroprotetor.
Ao contrário do THC, o CBD não tem efeitos psicotrópicos.
Tetrahidrocanabinol (THC)
O THC é responsável pelos efeitos psicotrópicos da cannabis, produzindo euforia e alterações da percepção. São esses efeitos que justificam seu uso recreativo da maconha.
Apesar de estar difundido no meio recreativo, o THC é uma substância promissora no tratamento de várias patologias, principalmente relacionado a dores.
Seus principais efeitos são: analgésico, relaxante muscular, antiemético, melhora do humor, sedativo e estimulador do apetite.
Esses benefícios estão relacionados tanto a sua ação direta como por conta do sinergismo que tem com o canabidiol.
Delta-8 Tetrahidrocanabinol (Δ8-THC)
O Delta8-THC é um isômero do THC que oferece benefícios semelhantes ao THC tem ação semelhantes ao THC, mas sem sua ação psicotrópica.
Extratos de espectro completo (Full Spectrum) X extratos isolados
Extratos Full Spectrum
O extrato de espectro completo ou Full Spectrum, é a forma de extração que preserva todos os compostos da planta Cannabis, o que inclui uma ampla variedade de fitocanabinoides e suas formas ácidas, além de substâncias como terpenos, flavonoides, entre outros fitoquímicos.
Diferente das alternativas sintéticas ou isoladas, o medicamento à base de Cannabis Medicinal com extração Full Spectrum preserva todos os compostos da planta, que oferecem uma ação múltipla e em cadeia.
Estudos sugerem, por exemplo, que associar o THC com o CBD potencializa os efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e antieméticos ao mesmo tempo que minimiza os efeitos psicoativos do THC.
Não deixe de conferir, ainda, o teor de THC contido, já que essa é uma substância controlada e que não pode estar presente em concentrações maiores que 0,3%, a não ser que haja indicação médica.
Extratos isolados
Extratos isolados são submetidos a um intenso processo de purificação de forma a isolar canabinoides específicos, em especial o CBD e o THC.
O extrato de CBD isolado pode ser indicado para pessoas sensíveis aos efeitos psicoativos do THC.
No entanto, por conta da falta do efeito sinérgico entre o CBD e o THC, estudos indicam a necessidade de doses pelo menos 4 vezes superior para atingir os mesmos benefícios oferecidos pelos extratos Full Spectrum, o que também potencializa os efeitos colaterais.
Cannabis e doping
Atletas de alto rendimento e que estejam sujeitos às regras da Agência Munidial Antidoping (WADA) devem ter cuidados específicos com o uso da cannabis e dos canabinoides.
Todos os canabinoides naturais ou sintéticos fazem parte da lista de substâncias proibidas em competição, com exceção do canabidiol.
Produtos com canabidiol isolado são permitidos. No entanto, há sempre um risco da presença de impurezas, com pequenas quantidades de outros canabinoides que podem eventualmente resultar em um teste positivo.
Fora das competições, a maconha e os canabinoides em geral são permitidos, incluindo os produtos full sprectrum. No entanto, é preciso entender que, no momento da competição, o atleta precisa estar limpo da substância.
O tempo de eliminação dos canabinoides varia de pessoa para pessoa e da intensidade do uso. Em alguns casos, isso pode levar até cerca de três meses, tempo esse inviável para a maior parte dos competidores. Ainda assim, independentemente do tempo, o uso é feito por conta e risco do atleta.
Autorização Para uso Terapêutico (AUT)
A AUT é um recurso disponibilizado pela agência mundial anti-doping que permite aos atletas solicitarem uma autorização excepcional para o uso de determinada substância proibida, por conta de uma necessidade terapêutica.
Precisamos entender no entanto que existem regras bem objetivos para que essa autorização seja concedida.
Os quatro critérios abaixo precisam ser atendidos para a obtenção de uma AUT:
- O atleta precisa ter uma condição médica claramente diagnosticada, a qual requeira tratamento com um medicamento que contenha substância ou um método da Lista Proibida;
- O uso terapêutico da substância ou método da Lista Proibida não venha produzir melhoria significativa de desempenho (no equilíbrio das probabilidades) além do estado normal de saúde do atleta;
- A substância ou método da Lista Proibida indicado no tratamento para a condição médica, não apresente alternativa terapêutica permitida que seja razoável;
- O uso de medicamento com substância ou método da Lista Proibida não seja consequência do uso anterior sem uma AUT, de substância ou método que era proibido no momento do uso.
A principal dificuldade para se obter uma AUT para os canabinoides está relacionado ao item 3, já que, como regra geral, as possíveis indicações de uso são também passíveis de serem tratadas com outros medicamentos que sejam permitidos pelas regras antidoping.
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