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Candidíase Vaginal

O que é a Candidíase vaginal?

A candidíase vaginal, também conhecida por monilíase vaginal, é uma infecção ocasionada principalmente por um fungo denominado Candida albicans.

Sua principal característica é um corrimento espesso, grumoso e esbranquiçado, acompanhada de irritação no local.

75% das mulheres apresentam candidíase vaginal ao menos uma vez na vida (1). A doença é responsável por 20% a 25% dos casos de corrimento genital de natureza infecciosa (2).

A candidíase vaginal é mais comumente observada em mulheres na faixa etária reprodutiva. É bastante incomum em mulheres pré-púberes e pós-menopáusicas.

Qual a causa da Candidíase Vaginal?

Toda mulher apresenta uma grande quantidade de microorganismos na vagina. Grande parte deles não são causadores de quaisquer problemas. São, de fato, importantes para impedir o crescimento de outros microorganismos prejudiciais à saúde, entre elas a cândida.

A cândida está normalmente presente em pequena quantidade na flora vaginal de aproximadamente 20% das mulheres não grávidas, com idade entre 15 e 55 anos (3). Neste caso, ela não causa qualquer sintoma.

Ao encontrar um ambiente favorável, o fungo se multiplica rapidamente. É quando aparecem os sintomas da Candidíase Vaginal.

Entre as condições que favorecem o desenvolvimento da candidíase, devemos considerar:

  • Gravidez;
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Anemia por deficiência de ferro;
  • Deficiência imunológica (incluindo infecção por HIV);
  • Medicamentos (especialmente antibióticos, corticoides e anticoncepcionais);
  • Terapia de reposição hormonal à base de estrogênio após a menopausa, incluindo creme de estrogênio vaginal;
  • Relação sexual desprotegida com parceiro contaminado;
  • Vestimenta inadequada (roupas apertadas, biquíni molhado, roupa de academia molhada de suor); 
  • Ducha vaginal em excesso.

Quais os sintomas da candidíase?

São sintomas característicos da Candidíase vaginal:

  • Corrimento vaginal semelhante à coalhada branca;
  • Coceira, dor e desconforto em queimação na vagina e na vulva;
  • Ardor ao urinar (disúria);
  • Edema vulvar, fissuras e escoriações;
  • Erupção vermelha brilhante afetando as partes interna e externa da vulva, podendo se espalhar para áreas púbicas, virilha e coxas.

Os sintomas podem durar apenas algumas horas ou persistir por dias, semanas ou raramente, meses. Eles podem ser agravados pela relação sexual.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras DSTs causadores de corrimento vaginal:

  • Tricomoníase: infecção vaginal causada por um pequeno parasita, a Trichomonas vaginalis. A Tricomoníase provoca um odor de peixe associado a um corrimento amarelado, verde ou espumoso;
  • Vaginose bacteriana: a Vaginose Bacteriana é uma infecção decorrente de um desequilíbrio de bactérias normais que vivem na vagina. Ela causa um corrimento fino, branco/acinzentado e odor ruim.

O corrimento vaginal excessivo também pode ser devido a lesões, corpos estranhos, ou vaginite inflamatória não infecciosa.

Tratamento

O tratamento da candidíase vaginal pode ser feito com pomadas antifúngicas, comprimidos vaginais ou creme contendo clotrimazol ou miconazol.

  • 90% dos pacientes com sintomas leves apresentam resolução das queixas após um a três dias de tratamento.
  • Antifúngicos orais contendo fluconazol ou, menos frequentemente, itraconazol, podem ser usados ​​no caso de infecção grave ou recorrente.

Vale lembrar que nem todas as queixas genitais são devidas à cândida. Desta forma, é importante que o Médico ginecologista seja consultado, especialmente no caso de sintomas mais significativos ou quanto não se observa uma resposta adequada ao tratamento.

Candidíase recorrente

Em cerca de 5 a 10% das mulheres, a infecção por Cândida albicans persiste apesar da terapia convencional adequada. Os sintomas recorrentes devido à Candidíase Vaginal são devidos à infecção persistente, e não à reinfecção.

O tratamento da Candidíase recorrente tem por objetivo evitar o crescimento excessivo da cândida, não a sua erradicação completa.

Fatores como deficiência de ferro, diabetes mellitus ou um problema imunológico podem contribuir para a falha no tratamento. Assim, é recomendável a realização de testes para identificar estes problemas.

As medidas a seguir também podem ser úteis:

  • Usar roupas folgadas, evitando-se meias-calças de nylon.
  • Aplicar pomada de hidrocortisona de forma intermitente, para reduzir a coceira e tratar a dermatite secundária da vulva.
  • Usar creme antifúngico antes de cada período menstrual e antes de tratamentos com antibiótico;
  • O uso prolongado de um agente antifúngico tópico pode ser necessário. O uso de medicação antifúngica oral (geralmente fluconazol) também deve ser considerado, em alguns casos por longo prazo;
  • O supositório de ácido bórico 600mg à noite por duas semanas reduz a presença de Candida albicans e não albicans em 70% das mulheres tratadas. Se necessário, pode ser indicado um tratamento de manutenção com a mesma dose duas vezes por semana.

Por outro lado, alguns tratamentos populares ou que já foram aplicados no passado não devem ser usados, uma vez que não mostram resultados positivos. Entre estes, devemos considerar:

  • Tratamento do parceiro sexual: Tratar o homem não reduz o número de episódios de candidíase em sua parceira;
  • Dietas especiais com baixo teor de açúcar, baixo teor de fermento ou alto teor de iogurte;
  • Colocar iogurte na vagina;
  • Probióticos (espécies de lactobacilos orais ou intravaginais);
  • Remédios e suplementos naturais (exceto ácido bórico).