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Bicho geográfico (Larva Migrans Cutânea)

O que é o Bicho Geográfico?


O bicho geográfico é o nome popular que se dá para a Larva Migrans Cutânea, uma infecção parasitária causada por um tipo de larva que geralmente infecta o intestino de gatos, cães e outros animais.

Os humanos podem ser infectados com larvas andando descalços em praias arenosas ou entrando em contato com solo úmido e macio que foi contaminado com fezes de animais.

Isso acontece especialmente nas regiões tropicais, de clima quente e úmido, condições estas que favorecem a atividade das larvas.

Como ocorre a infecção pelo bicho geográfico?


Os ovos do parasita são eliminados ​​nas fezes dos animais infectados para o solo quente, úmido e arenoso, onde as larvas eclodem.

Em contato com a pele humana, as larvas podem penetrar através da pele. A probabilidade de isso acontecer é maior na presença de lesões na pele, embora possa acontecer também em uma pele intacta.

Entre alguns dias e alguns meses após a infecção inicial, as larvas migram sob a pele. Em certos animais, as larvas são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele e infectar o sangue e o sistema linfático.

Chegando ao intestino, eles amadurecem sexualmente para criar mais óvulos, que são excretados para iniciar o ciclo novamente.

Nos humanos, porém, as larvas raramente conseguem invadir as camadas profundas da pele, de modo que a doença geralmente permanece confinada às camadas externas da pele.

Sinais e sintomas da Larva Migrans Cutânea


Uma erupção não específica ocorre no local de penetração das larvas. Pode haver uma sensação de formigamento dentro de aproximadamente 30 minutos após a penetração das larvas.

As larvas podem então ficar dormentes por semanas ou meses ou imediatamente começar a atividade rastejante, que cria trilhas de 2 a 3 mm de largura que se estendem de 3 a 4 cm do local da penetração.

As trilhas deixadas pelas larvas parecem desenhar um mapa, daí o nome popular de bicho geográfico.

Os rastros avançam alguns milímetros a alguns centímetros por dia, sendo que as larvas podem ser únicas ou múltiplas.

Além das trilhas na pele, o bicho geográfico coça bastante, o que envolve grande desconforto para o paciente.

Os locais mais comumente afetados incluem os pés e os espaços entre os dedos dos pés, que são as áreas mais expostas às fezes animais, ao se andar descalço. Eventualmente, as lesões podem se formar nas mãos, joelhos e nádegas.

Tratamento para o Bicho Geográfico


O bicho geográfico é uma condição autolimitada.

Os seres humanos são um hospedeiro acidental e ‘sem saída’, de modo que as larvas têm sobrevida limitada.
A duração natural da doença varia consideravelmente dependendo das espécies de larvas envolvidas.

Na maioria dos casos, as lesões desaparecem sem tratamento dentro de 4 a 8 semanas (1).

Ainda assim, o Médico Dermatologista poderá indicar o tratamento com anti-helmínticos como tiabendazol, albendazol, mebendazol e ivermectina, com o objetivo de encurtar o curso da infecção.

O tratamento oral é administrado quando a larva migrans cutânea é disseminada ou com a falha no tratamento tópico.

A coceira é consideravelmente reduzida dentro de 24 a 48 horas após o início do tratamento anti-helmíntico e em 1 semana a maioria das lesões desaparecem (2).

Anti-histamínicos também podem ser usados ​​junto com os anti-helmínticos para proporcionar alívio sintomático da coceira (3).

A infecção bacteriana secundária, ainda que incomum, pode exigir tratamento com antibióticos apropriados.