Pesquisar

Autoestima no casamento

Autoestima no casamento

A autoestima no casamento tem um papel importante no fortalecimento do bem-estar e da qualidade de vida do casal. A falta de autoestima pode ocasionar impactos na relação e na vida individual de cada um e, por isso, refletir sobre essa temática é muito importante.

Abaixo, portanto, você poderá analisar uma série de pontos e orientações que podem contribuir para o aumento da autoestima do casal. Acompanhe-nos.

Aspectos importantes relacionados com a autoestima no casamento

Quando pensamos na autoestima, de forma geral, estamos pensando na maneira como os outros nos enxergam, como nós mesmos nos vemos, quais conceitos temos de nós e como anda a nossa satisfação com a vida.

A autoestima não se associa apenas com a visão estética que temos da nossa aparência, mas sim, tem relação com a nossa satisfação com o trabalho, com os estudos, com a nossa relação, nossa moradia, e muito mais.

Isso quer dizer que a autoestima perpassa diversas esferas de nossa vida, e muitas dessas esferas estão diretamente ligadas ao casamento.

Sendo assim, pensar em autoestima no casamento é considerar muitos pontos, porém, selecionamos alguns dos mais importantes para que possamos, juntos, refletir sobre isso. Confira:

1. A nova identidade dentro da relação
Ao iniciar um relacionamento, a identidade de “solteiro” começa a sofrer modificações. A pessoa pode se ver diante de uma nova identidade: a de casada.
Essa identidade tende a mexer com a maneira como a pessoa se vê e como os outros a vêem.
Nesse processo, é possível ter tanto uma visão positiva, com a sensação de realização no casamento, quanto negativa, com a sensação de que não está indo para um caminho muito interessante.
Essa nova identidade precisa ser analisada e desenvolvida com cuidado, a fim de construir um autoconceito e uma autoestima equilibrados.
É o caso de pensar: qual o meu papel nessa relação? O que eu tenho feito nesse papel? Qual a minha importância? Qual importância eu tenho dado a mim mesmo? Ou ainda, qual a importância que o outro tem dado a mim mesmo?
Esses e outros questionamentos podem contribuir para a construção dessa nova identidade, e caso sejam detectados desequilíbrios – como a sensação de pouca valorização por parte do outro -, uma conversa franca deve ocorrer.

2. A busca pela aceitação alheia
Dentro de um relacionamento, o indivíduo pode entrar na busca constante de aceitação alheia. Inicialmente, essa busca excessiva pode estar atrelada à paixão e ao desejo de conquista. Porém, quando há um excesso, mesmo depois do casamento já ter sido alcançado, é necessário ficar atento.
Embora possamos agradar a outra pessoa, buscando entregar a ela o nosso amor e o nosso cuidado, esse tipo de busca pela aceitação deve ser equilibrado.
Isto é, se o indivíduo deixa de lado todas as características singulares para tentar “se encaixar” na relação, talvez seja um momento para pensar sobre o peso da autoestima no casamento.

3. O distanciamento que pode reduzir a autoestima
Quando um dos lados começa a se distanciar do outro, aquele que sofre essa “separação” dentro da relação pode se sentir afetado e diminuído.
Afinal, por que o outro está se afastando? Por que a relação está esfriando? Esses e outros questionamentos podem vir à mente e impactar a autoestima no casamento.
Por isso, justamente, que uma relação amorosa exige dedicação de ambos os lados. É impossível manter uma relação saudável se apenas um dos dois se dedicar, abrir mão de algumas coisas e tentar, a todo momento, fortalecer o vínculo.
Se o outro não demonstra interesse, a autoestima pode se abalar, e é necessário ter uma conversa franca para lidar com o que está acontecendo.
Aqui, a comunicação no relacionamento faz toda a diferença.

4. Sentimentos de insegurança e ciúme
A autoestima no casamento também se relaciona com a forma como o indivíduo se porta diante do ciúme e das sensações de insegurança.
Quando a autoestima está abalada, a pessoa pode enxergar todos os outros como uma verdadeira ameaça para a sua relação. Consequentemente, o ciúme pode se tornar presente.
Em muitos casos, o indivíduo pode ter dificuldade para controlar o ciúme, vendo-se diante de uma situação que, dia após dia, começa a desgastar o casamento.
Essa insegurança pode estar envolvida com muitos fatores, e é importante dar uma atenção à autoestima para que o relacionamento venha a ter perspectivas mais positivas frente ao futuro.

5. Dificuldades para se posicionar frente ao outro
A falta de autoestima no casamento também pode aparecer diante da dificuldade para se posicionar.
Isto é, a pessoa com baixa autoestima pode não conseguir apresentar os seus desejos, vontades e pontos de vista. É muito comum que, nesses casos, o outro tome a maior parte das decisões, impedindo (propositalmente ou não) que a outra pessoa participe das escolhas.
Isso pode ter relação com a pessoa que tem baixa autoestima, e está vivenciando isso por uma série de motivos, ou com o outro que pode ser abusador psicologicamente, no sentido de negligenciar os desejos da pessoa e fazendo-a aceitar, por imposição, o que ele deseja.
Sendo assim, é necessário investigar a situação para analisar se é o caso de apenas fortalecer a autoestima de um dos lados, ou se estamos diante de um relacionamento tóxico e abusivo.
Buscar ajuda psicológica nesses casos é muito importante para conseguir “desvendar” o que pode realmente estar acontecendo.

Como lidar com a autoestima no casamento?

Se você sente que a sua autoestima no casamento está abalada por algum motivo, talvez seja interessante iniciar algumas reflexões sobre essa temática.

Para ajudá-lo com isso, elencamos abaixo 8 pontos de atenção e reflexão que podem ser úteis para você. Acompanhe:

1. A perfeição não existe
Muitas vezes, podemos cair no erro de tentar entregar ao outro uma vida plenamente perfeita. Para isso, nos sacrificamos e colocamos os desejos alheios acima dos nossos. Porém, esse comportamento pode ocasionar impactos emocionais, e quando a frustração de não ser perfeito aparece, é possível “desmoronar” diante do ocorrido.
Portanto, embora possa parecer um pouco clichê, nós, seres humanos, realmente precisamos internalizar e reconhecer que a perfeição não existe. Não há como uma pessoa se ver livre de todos os defeitos que ela possui. Nós sempre teremos falhas e limites.
Inclusive, são essas falhas e limites que nos ajudam a seguir em frente. Conseguimos evoluir à medida que buscamos transformações internas e crescimentos sadios para a nossa vida.
Agora, se buscamos uma perfeição inexistente, além de sentirmos que não saímos do lugar, ainda nos frustramos porque isso nunca irá acontecer e a autoestima ficará abalada.
Além disso tudo, não se esqueça de reconhecer os seus pontos fortes. Isso porque, muitas vezes, há pessoas que anulam as suas qualidades porque têm defeitos. Ou seja, acreditam que não são dignas de um bom relacionamento porque têm defeitos, ignorando completamente todas as qualidades que têm para oferecer ao parceiro(a).

2. O outro é um ser humano comum
Além de reconhecermos que não somos seres perfeitos, devemos nos recordar de um fato óbvio, mas muitas vezes negligenciado: o outro também é um ser humano comum.
Isso quer dizer que quem está ao seu lado também apresentará defeitos e qualidades, assim como você.
Reconhecer isso pode ajudar a minimizar aquela angústia de querer ser “a pessoa mais perfeita do mundo” para o outro, afinal, aprendemos que o outro também tem limites, qualidade e defeitos, e tudo bem ter!
Além disso, esse reconhecimento do outro como um ser humano comum pode contribuir para uma diminuição nas cobranças e para a criação de uma relação mais saudável. Afinal, é possível aprender a lidar com os limites do outro, usufruindo também das suas qualidades e habilidades, criando uma harmonia na relação.
Quando ambos aceitam o fato de que o(a) parceiro(a) tem limites, ambos podem contribuir para o crescimento alheio e para o fortalecimento da autoestima de cada um.

3. O casamento não é unilateral
Outro ponto que devemos ter consciência é de que o casamento não é unilateral. Se você sente que a outra pessoa não está demonstrando mais os sentimentos, não está mais presente, não elogia ou parece distante, não se culpe por isso, crendo que a única causa para isso é você. Embora ambos tenham responsabilidades dentro da relação, é preciso investigar o que está acontecendo do outro lado.
Além disso, não se esqueça de que manter uma comunicação franca e sincera é extremamente relevante. Isto é, se você sente a autoestima no casamento abalada por conta dos comportamentos alheios, que tal ter uma conversa sincera para entender o que está acontecendo? Afinal, o outro faz parte disso, não só você!
Antes de se diminuir e criar hipóteses (como uma “possível traição”), procure escutar o que o outro tem a dizer. Às vezes, trata-se de questões pessoais do outro, e não algo relacionado a você.
Ao mesmo tempo, lembre-se de que se você sente que se dedica demais e não é reconhecido, também deve comunicar isso ao outro. Ambos precisam compreender que o relacionamento precisa de esforço dos dois lados.

4. A comunicação deve ser franca
A comunicação, como mencionamos acima, deve sempre ser sincera e franca. Sem comunicação, ambos podem começar a criar teorias do que pode estar abalando a relação, sem, realmente, resolver o problema. Esse tipo de postura pode fragilizar o relacionamento e a autoestima.
Por isso, procurem sempre manter uma comunicação próxima. Se você se sente pouco reconhecido, comunique isso. Deixe claro os seus pontos de vista, sempre com base na comunicação não-violenta, na escuta ativa e na empatia.
Assim, é possível “consertar” os pequenos problemas e aprender a lidar com as próprias limitações do relacionamento.
Inclusive, por meio da comunicação é possível quebrar paradigmas. Por exemplo, você pode acreditar que “não merece” o outro porque tem um defeito X e, ao falar sobre o assunto, pode perceber que o outro sequer se importa com esse ponto e, caso se importe, podem comunicar, um ao outro, alternativas de mudanças positivas.
Portanto, a comunicação no relacionamento deve ser abundante.

5. Priorize-se e entenda o seu valor
Muitas pessoas podem cometer o equívoco de colocar o outro em um verdadeiro pedestal, deixando de lado os cuidados consigo mesmo.
Porém, é importante termos em mente que a única pessoa que sempre esteve conosco, desde o dia do nosso nascimento, somos nós mesmos. Somos a companhia mais antiga e importante de nossas vidas. Até porque, se perdemos o outro, ainda assim teremos a nossa companhia ao nosso lado, pelo resto de nossas vidas.
Por isso, nada mais justo do que se priorizar e cuidar de si mesmo, entendendo o próprio valor.
Não se rebaixar, parar de se comparar e não aceitar ofensas ou diminuições vindas do outro são comportamentos de se colocar em primeiro lugar. Ninguém merece um parceiro que diminui o indivíduo. Todos merecem cuidado, carinho e amor. Ter isso em mente pode ajudá-lo a se priorizar em casos nos quais a autoestima no casamento está abalada por conta dos comportamentos nocivos do outro.

6. Invista na saúde mental
Os investimentos na saúde mental também contribuem para o fortalecimento da autoestima no casamento e na vida.
Aqui, podemos incluir investimentos como:

  • Práticas de meditação.
  • Atividades físicas.
  • Psicoterapia.
  • Cuidados com o sono.
  • Investimento no autocuidado.
  • Desenvolvimento da autoconfiança.
  • Entre outras ações.

Quando priorizamos o bem-estar emocional, entendendo o que sentimos e aprendendo a lidar com isso, ao mesmo tempo em que cuidamos de nós mesmos, podemos impulsionar a nossa satisfação com a vida e consequentemente a autoestima em diferentes âmbitos.

7. Prática de autoconhecimento
O autoconhecimento também tem um papel importante na construção da autoestima no casamento. É com a ajuda desse conhecimento de si que podemos:

  • Entender melhor as nossas qualidades.
  • Reconhecer os nossos defeitos.
  • Investir em mudanças que fortaleçam os pontos fracos.
  • Realçar nossos pontos fortes.
  • Buscar mudanças prazerosas para a nossa vida.
  • Entender nossos sonhos e usá-los como mola propulsora da satisfação na vida.
  • Compreender no que somos bons e usufruir dos benefícios por trás disso.
  • Entre outros fatores.

Por isso, comece a se questionar mais: o que você faz bem? Quais as suas qualidades? As pessoas procuram você para saber sobre o quê? Quais são os seus sonhos? E os seus objetivos?
Tudo isso contribui para a construção do propósito de vida, aceitação de si mesmo e desenvolvimento da autoestima, inclusive na relação a dois.

8. Reconheça as suas conquistas
Aprenda a dar mais voz e visão para as suas conquistas, mesmo que pareçam pequenas. Afinal, cada conquista é resultado de um esforço específico que foi colocado em prática.
Quando aprendemos a reconhecer o que atingimos de positivo, começamos a criar uma nova visão de nós mesmos. Isso porque percebemos que somos capazes de concluir o que nos propomos fazer, mesmo frente aos desafios e dificuldades.
Portanto, pense em tudo o que você vem conquistando com o passar do tempo: onde você está hoje? O que é consequência do que foi feito ontem? Investigue isso e fortaleça a sua autoestima no casamento desse modo.

Como fortalecer a autoestima do outro?

Ao pensar em autoestima no casamento, não podemos nos esquecer de que não estamos sozinhos. Isto é, não estamos em uma relação sozinhos, mas sim, temos a outra pessoa, na outra “ponta”.

Sendo assim, nada mais justo do que nós, enquanto parceiros, pensarmos em formas de fortalecer a autoestima alheia, de forma natural e saudável, não é mesmo?

Veja algumas considerações que podem contribuir para a construção de um relacionamento saudável:

1. Elogie a pessoa que está ao seu lado
Devido à correria do dia a dia e ao comodismo cotidiano, podemos cometer o equívoco de nos esquecermos de fazer o mínimo: elogiar quem está ao nosso lado.
Lembre-se de que a demonstração de afeto não é algo que acontece uma vez e pronto. Precisamos nutrir a relação com elogios, carinho, presença e cuidado. Isso auxilia no fortalecimento da autoestima alheia.

2. Aceite o outro como ele é
Quando nos relacionamos com alguém, não nos relacionamos apenas com as suas melhores partes. Mas sim, nos relacionamos com o todo, com o inteiro. Sendo assim, devemos criar a consciência de que o outro pode sim ter defeitos, e aceitar isso é importante para a construção de um relacionamento saudável.
Obviamente, isso não quer dizer que devemos aceitar os defeitos de um modo que nos prejudique, mas encarar o outro como um ser humano com falhas, passível de equívocos e que merece o perdão em algumas circunstâncias, pode ajudar a fortalecer a autoestima alheia, já que você demonstra a importância do outro para si.

3. Cuidado com as palavras usadas nos conflitos
Quando estiver enfrentando um conflito no relacionamento, cuidado com as palavras que são usadas para comunicar o que você pensa.
Quando estamos emocionalmente abalados, podemos usar palavras que machucam e marcam o outro e a sua autoestima para sempre. Por isso, é muito importante que você saiba medir as palavras que você usa na hora de tentar resolver alguma demanda.
Considere, para colocar isso em prática, as premissas da comunicação não-violenta, e caso se sinta muito abalado para discutir algo, peça um tempo para esfriar a cabeça e se tranquilizar.

4. Estimule a confiança no outro
Estimule a autoconfiança no outro. Faça-o perceber que ele tem atributos e que pode, sim, conquistar os sonhos que tem almejado.
Para isso, faça-o enxergar quais são os pontos fortes que ele possui diante das mais diversas situações. Demonstre acreditar no potencial do seu parceiro ou parceira, pois isso contribui, e muito, para a autoestima.

5. Auxilie no fortalecimento dos pontos fracos
Por fim, considere, ainda, auxiliar no fortalecimento dos pontos fracos do outro. Ajude-o a entender quais caminhos podem ajudá-lo a superar as suas próprias limitações, sempre o apoiando.
Não cobre mudanças da noite para o dia, e tente demonstrar que está ali para auxiliá-lo nos passos necessários para conquistar mudanças positivas.
Contudo, essas dicas não têm relação com relacionamentos abusivos. Isto é, se a pessoa é agressiva e desrespeita você, e solicita “ajuda para mudar”, fique atento! Pois esses sinais de agressividade são graves e não devem ser negligenciados com a esperança de que o outro mude.
Quando falamos de auxiliar no fortalecimento dos pontos fracos, referimos ao fato de que todos têm defeitos e que merecem atenção para superá-los, desde que esses defeitos não sejam destrutivos, violentos e criminosos dentro da relação. Pois nesses últimos casos, é a polícia quem deve ser acionada.
Lembre-se disso!

Referências
BATISTA, H. H. V.; PIOVEZAN, N. M.; MUNER, L. C. Relação entre autoestima e satisfação de vida de casais com e sem filhos. PsicoFAE, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 75-88, 2015.

BORGES, E. Necessidades de estima e autoestima: revisão e contribuições teóricas. Disponível em: <https://www.positivapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2018/04/NECESSIDADES-DE-ESTIMA.pdf>. Acesso em 18 out. 2022.