Amputação de Membro Superior
A menos que a amputação precise ser realizada em caráter de urgência, o paciente deve passar por uma avaliação completa antes da cirurgia para, entre outras coisas, determinar o tipo de amputação mais adequado e os diferentes fatores que podem afetar a reabilitação. A maioria das amputações envolve a remoção de parte de um membro, ao invés de todo o membro. A técnica de amputação varia a depender da causa e do tipo de comprometimento que levou a amputação. O cirurgião deve buscar não apenas salvar o máximo possível do membro, mas também que o coto apresente estabilidade e funcionalidade adequada para prover o máximo de função possível evitando-se possíveis complicações. O osso deve ter uma boa cobertura muscular para evitar que machuque e provoque feridas na perna. Já a musculatura precisa ser adequadamente fixada ao coto. Em alguns casos, pode ser necessária uma cirurgia adicional para corrigir complicações da amputação, como a dor no coto de amputação, infecção ou problemas de cicatrização. Isso é mais comum nos casos de amputações realizadas de forma emergencial. Como é feita a amputação?
Cuidados Iniciais Pós-Amputação
Os cuidados adequados após a amputação são fundamentais para se obter um coto adequado para receber a prótese.
O curativo deve ser mantido em bom estado e seco. O médico deve ser consultado no caso de vermelhidão, palidez, pele azulada ou no caso de secreção amarelada, mal cheiro ou dor forte.
Quando em repouso, deve-se deixar o membro em posição neutra, sem o uso de almofadas ou travesseiros sob o coto. Isso é importante para evitar contraturas ou deformidades.
Além disso, o paciente deve ser estimulado a movimentar o coto em todas as direções algumas vezes por dia, evitando-se períodos prolongados em uma mesma posição.
Enfaixamento
Após a retirada dos pontos e boa cicatrização da ferida, inicia-se o enfaixamento do coto, com o objetivo de deixa-lo em formato cônico, diminuindo o inchaço e a sensibilidade. No inicio, o coto é mantido enfaixado por apenas alguns minutos. Conforme a adaptação do paciente, o tempo de enfaixamento aumenta gradativamente até conseguir permanecer com o coto enfaixado ao longo de todo o dia. Ao enfaixar, é importante evitar uma pressão excessiva, para que a circulação sanguínea no coto não seja comprometida.
Dessensibilização do coto
A dessensibilização do coto é um estímulo externo realizado com a ajuda de diferentes materiais, com o objetivo de devolver a sensibilidade na região amputada.
Entre os materiais utilizados para a dessensibilização, incluem-se a toalha, cubo de gelo, escova de dente, algodão, esponjas ou mesmo uma lixa.
Protetização pós-amputação
A protetização de uma amputação só se inicia com a ferida cirúrgica completamente cicatrizada. Isso geralmente acontece em 30 a 60 dias, mas em alguns casos pode levar até 6 meses.
Durante este período, a fisioterapia é essencial para moldar o coto da amputação. Além disso, ela ajuda a fortalecer o braço. Isso é muito importante, uma vez que a energia gasta para sustentar o braço mecânico é maior do que a energia gasta com o membro não amputado.
Tipos de próteses para amputação de membro superior
As próteses para amputação de membro superior podem ser de quatro tipos diferentes:
- Estética
- Mecânica
- Mioelétrica
- Biônica
Existem próteses para todos os níveis de amputação, podendo ser acima do cotovelo, no nível do cotovelo, abaixo do cotovelo, punho, mão ou mesmo dedos.
Prótese Estética
A Prótese Estética não tem movimento e não tem uso funcional. No entanto, ela ajuda a minimizar o constrangimento dos amputados, evitando a atenção indesejada de outras pessoas.
Prótese Mecânica
A prótese mecânica permite movimentos simples de abrir e fechar a mão, sendo que estes movimentos são controlados a partir dos movimentos do ombro.
Próteses Mioelétricas
As Próteses Mioelétricas funcionam através de eletrodos, que são colocados sobre o músculo do coto. Estes eletrodos captam os estímulos dos músculos e enviam sinais para os motores da prótese.
O movimento básico das próteses mioelétricas envolve abrir e fechar da mão.
Próteses Biônicas
As Próteses Biônicas são acionadas por eletrodos semelhantes aos das próteses mioelétricas. A diferença está na complexidade dos movimentos.
A prótese biônica possui 5 ou 6 motores capazes de controlar de forma independente os movimentos de cada dedo e permitindo diferentes tipos de pinça. Em alguns modelos, é possível realizar até 36 tipos de pinças diferentes.
Já a prótese mioelétrica tem um motor único, que faz um movimento de pinça entre o polegar, o indicador e o dedo médio.
O que esperar da prótese de membro superior?
Aprender a usar uma prótese não é uma tarefa fácil. Ela exige tempo, paciência e perseverança.
Nem todos os pacientes se adaptam bem às próteses, sendo que diferentes aspectos estão relacionados a maior ou menor sucesso na protetização.
Um dos fatores mais importantes é o nível de am[utação. Quanto mais alta for a amputação, mais difícil será a reabilitação.
O momento da protetização também faz diferença. Quando mais precoce após a amputação, mais efetiva ela será.
Outros fatores que devem ser considerados incluem:
- Idade do paciente;
- Dominância da mão;
- Causa da amputação;
- Fatores sociais, como nível educacional, qualidade da prótese e qualidade da reabilitação
No momento de escolher a prótese a ser utilizada, todos estes fatores devem ser considerados. Em casos com prognóstico muito ruim de reabilitação, eventualmente pode ser optado por abrir mão do uso da prótese.