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Alimentos transgênicos

O que são os Alimentos transgênicos?

Alimentos transgênicos, também conhecidos como alimentos geneticamente modificados, são aqueles que passaram por uma alteração no seu DNA original.

Eles são criados em laboratório por meio de processos da engenharia genética. São alterados quando recebem um gene de outra espécie.

A engenharia genética altera as características dos alimentos, seja para modificar as que já existem ou para acrescentar novas características.

O procedimento de modificação genética pode ser feito em plantas, animais e microrganismos, sejam da mesma espécie ou de espécies diferentes.

São muitos os alimentos que são alterados geneticamente e que fazem parte da alimentação da população. No entanto, muitas pessoas não têm noção disso e não sabem quais alimentos são.

Às vezes, compram e consomem alimentos achando que são alimentos comuns ou normais, ou seja, que foram cultivados ou criados de forma tradicional.

Muitas pessoas têm dúvida se os alimentos transgênicos são realmente seguros ou não para o consumo.

Por isso, neste artigo você conhecerá mais sobre os alimentos transgênicos. Saiba por que são criados, quais são os principais alimentos geneticamente modificados presentes na nossa alimentação e se realmente são seguros ou não para serem consumidos.

Quais são os alimentos transgênicos mais comuns?

Vários alimentos transgênicos que são produzidos no Brasil. No entanto, a soja e o milho são, disparados, os mais comuns no país.

Eles são usados não apenas na alimentação direta do ser humano, mas também para a produção de ração animal, como de gado, suíno e aves.

Para a alimentação do ser humano, esses alimentos são usados na produção de vários outros alimentos.

A soja, por exemplo, é usada para a produção de alguns produtos alimentícios, como óleo de cozinha, proteína texturizada de soja, extrato de soja, leite de soja, tofu e produtos industrializados ultraprocessados, como salgadinhos de pacote, bolos, biscoitos, margarina, salsicha e muitos outros.

No caso do milho, este cereal também é utilizado para a produção de óleo de cozinha, fubá, farinha de milho e muitos outros produtos industrializados, como pães, bolos, biscoitos e vários outros.

Além disso, alguns alimentos que têm produtos derivados de soja e de milho, como xarope de milho, amido de milho e derivados de soja na composição, também podem ser considerados alimentos transgênicos.

Ou seja, não é apenas o alimento em si e o seu derivado que é considerado como transgênico, mas todo produto alimentício que o recebe na sua composição.

Existem, ainda, o algodão, que pode ser utilizado para a produção de óleo de cozinha e outros derivados, e o trigo geneticamente modificado, muito utilizado para a produção de produtos e diversas massas presentes na nossa alimentação.

Outros vegetais transgênicos também são produzidos. Alguns exemplos são: berinjela, abobrinha, pimentão, beterraba, batata, ameixa, mamão, melão, feijão, arroz dourado, cana-de-açúcar, entre outros.

Já em relação aos alimentos de origem animal, o salmão foi o primeiro alimento geneticamente modificado. Por ser transgênico, esse salmão se desenvolve mais rapidamente do que o convencional e, com isso, pode ser comercializado também mais rapidamente, devido a alta demanda que tem crescido cada vez mais.

Mais uma produção transgênica envolvendo um animal está relacionada à quimosina, uma enzima retirada do estômago de bezerros que eram alimentados com leite. Essa enzima era utilizada para a produção de queijos.

Por meio da tecnologia transgênica, o gene que produzia essa enzima foi isolado para ser inserido em uma levedura com a finalidade de obter leite coagulado sem que fosse preciso retirar a quimosina do estômago dos bezerros.

Além disso, outros alimentos são produzidos a partir de microrganismos transgênicos, como, por exemplo, queijos e vitaminas.

Com isso, vemos que a cultura transgênica na produção de alimentos tem sido amplamente adotada, tanto a cultura transgênica no campo quanto a de microrganismos geneticamente modificados na indústria alimentícia.

Alimentos transgênicos: por que são produzidos?

O processo de alteração genética dos alimentos não foi criado de forma aleatória e sem um objetivo, muito pelo contrário.

Ela pode ser feita por diferentes motivos, incluindo:

1. Aumentar a resistência contra pragas
O principal objetivo da criação dos alimentos transgênicos é aumentar a resistência deles contra pragas que deterioram os alimentos, como fungos e insetos.
Isso faz com que a durabilidade deles seja maior quando comparado aos alimentos convencionais, além de evitar perdas na colheita.

2. Aumentar a produção
A modificação genética dos alimentos também tem como objetivo aumentar a produção dos alimentos para que a acessibilidade a eles seja maior.
Porém, somente os grandes produtores detentores da tecnologia são capazes de realizar o processo de modificação genética. Com isso, a produção desses alimentos pode ficar inviabilizada para os pequenos produtores.

3. Reduzir os preços
Uma vez que os alimentos transgênicos aumentem a produção, eles se tornam mais acessíveis do ponto de vista financeiro.

4. Reduzir o uso dos agrotóxicos
A produção de alimentos transgênicos teria, também, o objetivo de reduzir o uso dos agrotóxicos, já que a sua composição aumentaria a resistência ao ataque de pragas.

5. Aumentar o teor nutricional
Esses alimentos também são produzidos visando um melhor teor nutricional a fim de aumentar a quantidade e variedade de nutrientes, dependendo do gene que for adicionado.

6. Combater a fome
A produção de alimentos transgênicos seria utilizada também para combater o problema da fome, já que seriam produzidos em maior escala e teriam o valor nutricional mais alto.

7. Maior resistência à seca
Dependendo do gene adicionado, os alimentos transgênicos podem se tornar mais resistentes à seca, característica essa que não vemos nos alimentos convencionais que são mais suscetíveis às alterações climáticas, especialmente no período da seca.

8. Alimentos menos perecíveis
O objetivo da produção de alimentos geneticamente modificados é, também, a produção de alimentos que sejam menos perecíveis quando comparados aos alimentos convencionais.
A realidade é que os produtores de alimentos transgênicos visam mais o lucro, e não a melhora dos alimentos em si, pois como os alimentos transgênicos tornam-se mais resistentes e duráveis com a modificação genética, a produção aumenta e as perdas financeiras são reduzidas.

Qual o problema com os Alimentos Transgênicos?

Os alimentos transgênicos, por mais que tenham sido criados para serem melhorados geneticamente com o objetivo de oferecer mais benefícios para quem consome, podem estar ligados a alguns riscos para a saúde.

Alguns desses riscos são os seguintes:

1. Riscos para alergias
A produção genética de alimentos pode produzir novas proteínas e esses novos nutrientes podem causar reações alérgicas em pessoas que consomem os alimentos transgênicos.

2. Resistência para ação de antibióticos
Os alimentos geneticamente modificados aumentam a resistência à ação de antibióticos, reduzindo o efeito desses medicamentos quando utilizados para o combate à ação de bactérias.

3. Maior consumo de agrotóxicos
A produção dos alimentos transgênicos teoricamente reduziria o uso de substâncias agrotóxicas. Porém, esses alimentos podem se tornar resistentes ao uso dessas substâncias por causa de genes inseridos nos transgênicos que são resistentes aos agrotóxicos.
Com isso, uma maior quantidade de agrotóxico pode ser utilizada para que possamos fazer o efeito esperado.

4. Toxicidade
Pelo fato de necessitarem de maior quantidade de agrotóxicos na sua produção, os alimentos transgênicos podem se tornar tóxicos para o organismo.

5. Possibilidade de causarem doenças
Há a possibilidade de os alimentos transgênicos serem venenosos, ou seja, podem conter substâncias que aumentam o risco para o surgimento de doenças, como o câncer.

6. Riscos para o meio ambiente
A produção de alimentos transgênicos poderia causar sérios danos ao meio ambiente.
Alguns deles seriam uma maior contaminação do solo, da água e do ar pelo uso de agrotóxicos e outras substâncias tóxicas, além da morte de algumas espécies de animais e a perda da biodiversidade.
Além disso, aumentaria o surgimento de pragas pelo maior uso de substâncias agrotóxicas devido ao aumento da resistência dos alimentos transgênicos ao uso dessas substâncias, desenvolvendo superpragas.
A contaminação de variadas sementes também pode ser uma consequência da produção de alimentos modificados geneticamente.

Regulação e identificação dos alimentos transgênicos

Os alimentos transgênicos não são produzidos e comercializados de qualquer jeito. Mesmo sendo aparentemente semelhante aos alimentos comuns, os alimentos geneticamente modificados possuem uma regulamentação própria.

No Brasil, o Decreto 4.680 do ano de 2003 determina que todo alimento transgênico ou contendo algum ingrediente transgênico em sua composição precisa de uma rotulagem.

E no ano de 2016, por meio do Tribunal Regional Federal (TRF), a rotulagem para esses alimentos teve um adicional de informação, em que determinou que os alimentos que possuem transgênicos ou são elaborados a partir deles devem ser identificados nos rótulos, seja qual for a quantidade de transgênicos na composição.

Para a regulamentação em vigor dos alimentos transgênicos, fica estabelecido que:

  • Os alimentos transgênicos devem ser identificados nos rótulos dos produtos pelo seu símbolo, que é a letra “T” na cor preta dentro de um triângulo amarelo;
  • Devem conter a frase “contém soja transgênica” ou “produto produzido a partir de soja transgênica”;
  • O nome da espécie doadora do gene deve estar junto com a identificação dos ingredientes ou a sigla OGM, que significa “Organismo Geneticamente Modificado”

É importante destacar que a rotulagem para os alimentos geneticamente modificados não está relacionada com a segurança ou proteção de quem os consome. Ou seja, não visa a saúde do consumidor. Além disso, não visa a proteção ou redução de riscos para o meio ambiente.

A finalidade da segurança deve ser durante o processamento dos alimentos, por meio de testes e análises, para que se possa chegar à conclusão se esses alimentos estão liberados ou não para serem comercializados e consumidos.

A única finalidade de uma regulamentação para a rotulagem desses alimentos é o direito de informação ao consumidor, ou seja, informar ao consumidor que ele está adquirindo um produto que passou por uma alteração genética.

Alimentos transgênicos x alimentos convencionais

Quando se trata de teor nutricional, os alimentos transgênicos não são semelhantes aos alimentos convencionais.
Mas, quando em relação a sabor e aparência, eles tendem a ser semelhantes.

Por isso, quem compra alimentos transgênicos sem saber que são, e não observa a identificação no rótulo, não tem como saber que são geneticamente modificados.

Além disso, é importante destacar que, nas alterações genéticas feitas em organismos transgênicos, o gene inserido contém o mesmo DNA presente em qualquer ser vivo.

Com isso, quando um organismo geneticamente modificado é consumido por um ser humano ou um animal, ele é digerido da mesma forma quando comparado a um alimento que não passou por um processo de alteração genética.

Os alimentos transgênicos podem ser usados da mesma forma que os alimentos convencionais?

Sim. Todo alimento transgênico pode ser utilizado da mesma forma que um alimento convencional, em qualquer tipo de receita, sem alterar suas características.

Porém, o que pode mudar é o valor nutricional quando o alimento transgênico tem o seu valor nutricional modificado com a alteração genética.

Existem alternativas em substituição aos alimentos transgênicos?

Os alimentos transgênicos têm as versões não transgênicas. É possível encontrar tanto o milho e a soja quanto outros alimentos transgênicos na versão não transgênica, seja o grão em si ou os seus derivados.

Mas, em muitos casos, as versões não transgênicas são mais caros que os
transgênicos.

Além disso, os alimentos transgênicos são mais fáceis de serem encontrados em supermercados. Já as versões não transgênicas são mais encontradas em lojas de produtos naturais.

Produção de alimentos transgênicos no Brasil e no mundo

O Brasil é o segundo maior produtor de alimentos geneticamente modificados. Fica atrás apenas dos Estados Unidos.
Outros países são grandes produtores, como a China, o Canadá e a Argentina.

Porém, há aqueles países que não se renderam à produção genética de alimentos, e o Japão é um deles.

No Brasil, o estado que se destaca na produção é o Mato Grosso, seguido do Paraná.

Entre os alimentos geneticamente modificados produzidos em todo o mundo, os campeões são o milho, a soja, o algodão e a canola, sendo que o que fica em primeiro lugar é a soja.